Amensalismo

Amensalismo é uma relação interespecífica em que a espécie inibidora libera toxinas que afetam a espécie amensal. Essa interação é desarmônica, pois um dos organismos é prejudicado.

Os seres vivos se relacionam uns com os outros e com o meio ambiente. Em algumas situações, uma espécie pode interagir com outra ao liberar substâncias tóxicas. Esse é o caso do amensalismo. A seguir, confira as características e exemplos desse tipo de relação ecológica.

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O que é amensalismo

O amensalismo, também chamado de antibiose, é uma relação ecológica interespecífica do tipo desarmônica. Ela ocorre entre espécies diferentes e, pelo menos, uma delas é prejudicada, pois um dos organismos libera substâncias tóxicas que afetam negativamente o outro. A espécie que libera a toxina é chamada de inibidora, já a prejudicada recebe o nome de amensal.

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O aumento da produtividade dos ecossistemas aquáticos é chamado de eutrofização. Esse processo é caracterizado pelo aumento dos nutrientes e causam diversas alterações ambientais.
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Pirâmides ecológicas
As pirâmides ecológicas representam graficamente as interações tróficas entre os organismos em um ecossistema.

Essa interação pode ser representada como (0/-), pois, para a espécie inibidora, a relação é neutra. Com outras palavras, ela não é beneficiada nem prejudicada. Entretanto, a espécie amensal tem seu crescimento e reprodução comprometidos, por isso, é representada pelo sinal de -.

Há casos em que as espécies inibidoras e as amensais competem entre si pelos mesmos recursos naturais. Ao liberar as substâncias tóxicas, a inibidora obtém vantagem, já que acaba prejudicando o desenvolvimento dos outros seres vivos. Dessa forma, a relação recebe o nome de alelopatia e pode ser representada como (+/-).

5 exemplos de amensalismo

Abaixo, confira alguns exemplos de amensalismo para compreender melhor esse conceito da ecologia:

Fungos e bactérias

Os fungos do gênero Penicillium liberam a penicilina que inibe o desenvolvimento de bactérias. Atualmente, a penicilina é usada como antibiótico para combater infecções bacterianas. Ela foi descoberta acidentalmente por Alexander Fleming, em 1928, e é considerada um marco da medicina.

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Maré vermelha

A maré vermelha é um fenômeno causado por dinoflagelados de tom avermelhado. Eles liberam substâncias nocivas nos ambientes aquáticos e prejudicam todo o ecossistema. A poluição é um dos principais fatores que contribuem para a ocorrência da maré vermelha. Isso porque o excesso de matéria orgânica nas águas favorece o rápido desenvolvimento desses microrganismos.

Animais de grande porte

Animais de grande porte podem prejudicar pequenas espécies ao andarem pelo solo. Por exemplo, os insetos podem ser amassados pelos animais maiores, como os leões, onças, elefantes etc. Essa situação também pode ocorrer entre humanos e insetos.

Árvores de grande e pequeno porte

Em certos locais, as árvores de grande porte deixam o ambiente sem luz, assim, podem prejudicar as plantas que vivem abaixo delas. As árvores menores não recebem a iluminação suficiente para realizar a fotossíntese de forma correta e, consequentemente, têm o desenvolvimento prejudicado.

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Eucalipto e outras plantas

As raízes do eucalipto secretam toxinas que podem afetar o crescimento de outras plantas presentes em um determinado local. Além disso, o eucalipto retira muita água e nutrientes do solo, impossibilitando o desenvolvimento de outras espécies. Esse é um exemplo de alelopatia, isto é, a planta acaba se beneficiando da interação.

A biodiversidade possibilita diversos exemplos de relações ecológicas. Entretanto, nesse texto, foram citados apenas as principais para você compreender o conceito de amensalismo.

Amensalismo X parasitismo X esclavagismo

No amensalismo (0/-), como apresentado acima, uma das espécies libera toxinas que prejudicam a outra. No parasitismo (+/-), um organismo (parasita) vive associado ao outro (hospedeiro) para se alimentar à sua custa. Já no esclavagismo (+/0), uma das espécies é considerada exploradora, pois aproveita do trabalho e/ou alimento de outra.

Vídeos sobre amensalismo

Agora, veja abaixo algumas videoaulas para você revisar o conteúdo estudado e sanar as possíveis dúvidas:

Amensalismo X alelopatia

Tanto o amensalismo quanto a alelopatia são relações interespecíficas em que uma espécie libera substâncias tóxicas para prejudicar a outra. Entretanto, elas possuem algumas especificidades. Nesse vídeo, você compreenderá a diferença entre os dois conceitos.

Relações interespecíficas desarmônicas

O amensalismo, a competição, a predação e o parasitismo são considerados relações desarmônicas. Isso porque pelo menos uma das espécies é prejudicada. Nessa aula, o professor Fontinele explica as características desse tipo de relação ecológica. Aperte o play e confira os exemplos.

Penicilina e a revolução da medicina

É possível explicar o amensalismo pelo efeito inibidor que a penicilina possui sobre as bactérias. Essa substância é muito utilizada em tratamentos de infecções bacterianas e foi o primeiro antibiótico produzido. Assista ao vídeo para entender sua importância para a medicina.

No amensalismo, a espécie inibidora libera toxinas que prejudicam a espécie amensal. Aproveite e continue seus estudos sobre ecologia aprendendo mais sobre o mutualismo!

Referências

A economia da natureza (2017) – Robert Ricklefs & Rick Relyea

Fundamentos em Ecologia (2010) – Collin Townsend, Michael Begon & John Harper

Princípios integrados de zoologia (2016) – Cleveland P. Hickman, Larry S. Roberts & Susan L. Keen

Naomi Tanaka
Por Naomi Tanaka

Sou bióloga formada pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) com experiência em pesquisas acadêmicas na área da ecologia ambiental. Apaixonada pelas plantas e animais, busco simplificar conceitos científicos por meio da divulgação científica.

Como referenciar este conteúdo

Tanaka, Naomi. Amensalismo. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/biologia/amensalismo. Acesso em: 19 de April de 2024.

Exercícios resolvidos

1. [UFF - 2008]

Populações de Aedes aegypti têm desenvolvido resistência aos inseticidas organofosforados. Desta forma, uma alternativa para o controle destes insetos vem sendo a utilização de inseticida microbiológico.

Nova arma contra a dengue
Bactéria é a matéria-prima de bioinseticidas que matam larvas do mosquito Aedes.

O inseticida aplicado em regiões epidêmicas por meio de vaporizadores, conhecido como fumacê, elimina apenas a forma adulta, mas não tem nenhuma eficácia para acabar com as larvas. Para controlar esses criadouros do mosquito pode-se utilizar um bioinseticida líquido que tem como principal componente o Bacillus thuringiensis israelensis. Essa bactéria, inimiga natural do Aedes, produz uma toxina que, ao ser ingerida pela larva, causa danos ao intestino do inseto, provocando sua morte.
(Revista Pesquisa Fapesp, Edição 85, 03/03).

Assinale a alternativa que classifica corretamente a relação ecológica entre a larva do mosquito e a bactéria Bacillus thuringiensis israelensis.

A) parasitismo
B) predatismo
C) inquilinismo
D) antibiose
E) mutualismo

A alternativa correta é D) antibiose.

Antibiose ou amensalismo é quando uma espécie libera substâncias tóxicas que prejudicam outras. Nesse caso, a bactéria Bacillus thuringiensis israelensis é a espécie inibidora e as larvas do mosquito é a amensal.

2.

Analise as relações ecológicas abaixo e assinale a alternativa que corresponde a um exemplo de amensalismo:

a) Cupins e protozoários;
b) Líquen;
c) Piolhos e humanos;
d) Formigas e pulgões;
e) Penicilina e bactérias.

A alternativa correta é e) Penicilina e bactérias.

A penicilina, substância proveniente do fungo Penicillium sp., consegue inibir o desenvolvimento das bactérias. Dessa forma, ela é amplamente usada em tratamentos de infecções bacterianas.

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