Baruch Spinoza

Deus sive natura: Deus ou natureza. Conheça a filosofia de Spinoza, o filósofo que foi erroneamente acusado de ateísmo pela tradição judaíco-cristã

Considerado um dos filósofos mais importantes da Filosofia Moderna, Baruch Spinoza defendeu ideias radicais, sobretudo em relação à natureza de Deus. Ele era contra a teologia e defendia a existência de um Estado laico. Nesta matéria, você conhecerá os principais pensamentos e as principais obras de Spinoza.

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Biografia

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Baruch Spinoza nasceu em 24 de novembro de 1632, em Amsterdã, na Holanda, e morreu em Haia, em 1677. Sua família era judia, de origem sefardita portuguesa, e precisou fugir por conta da Inquisição Portuguesa. Embora seu pai fosse comerciante, o interesse de Spinoza estava nos estudos teóricos sobre filosofia, teologia e política.

Baruch Spinoza é considerado um dos filósofos racionalistas mais importantes da filosofia moderna do século XVII, além de defender fortemente o liberalismo político. Por causa de seu pensamento divergente, sobretudo em relação às questões teológicas, Spinoza foi acusado de ateísmo e expulso de sua comunidade judaica. Foi emitido um cherém (altíssimo grau de punição, no qual o sujeito é completamente excluído de sua comunidade) contra ele e, aos 23 anos, Spinoza é expulso não só pela sua comunidade como também pela sua família, sendo repudiado por todos.

Após o cherém, Spinoza foi moedor de lentes ópticas, trabalhou nos designs de microscópio e lentes de telescópio com Christiaan Huygens, físico e matemático que teve bastante influência para o pensamento de Leibniz.

O filósofo foi convidado para lecionar na Universidade de Heidelberg, mas recusou, pois aceitar o emprego implicaria acatar as diretrizes ideológicas da universidade, condição que impossibilitaria Spinoza de continuar realizando seu trabalho filosófico.

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Deus de Spinoza

O primeiro ponto que diferencia Spinoza de outros pensadores de sua época é o seu conceito sobre Deus e a natureza do divino. O pensamento foi tão controverso que o filósofo foi acusado de heresia, panteísmo e até mesmo ateísmo. Tudo isso porque o conceito spinoziano sobre Deus é completamente diferente da tradição judaico-cristã.

O segundo ponto é que Baruch Spinoza não defendia o ateísmo, mas era incisivo na sua defesa por uma religião independente da teologia, o que faz dele um antiteólogo. Para Spinoza, religião é um conjunto de conceitos e teses morais simples os quais a razão e a fé podem apreender e reconhecer como verdadeiro.

O posicionamento antiteológico se dá porque, no século XVII, a teologia tentava se afirmar como uma instituição, ou seja, para Spinoza, a teologia é um poder material que tenta se apropriar do poder divino para dominar seus fiéis. Assim, o filósofo defendia também a liberdade religiosa, uma vez que as perseguições eram apenas mais uma prova desse domínio exercido pela teologia.

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Sobre o conceito de Deus

Baruch Spinoza define Deus como infinito e eterno. Isso significa que a Sua existência é dada pela própria definição, no limite, o Deus de Spinoza é único e é a causa de si mesmo. Tudo o que existe depende Dele e tudo é expressão Dele. Deus é necessário, embora a existência de tudo o que emane Dele não seja. Por exemplo, a existência do ser humano não é necessária, ainda que seja a expressão de Deus.

O Deus de Spinoza é um ser imanente, não há transcendência divina, Ele é a natureza e não se divide de nós, daí a célebre afirmação “Deus sive natura“, que significa “Deus, isso é, Natureza”. Isso provoca algumas consequências em seu pensamento, a mais importante delas é que o Deus de Spinoza não interfere na vida e destino dos seres humanos, daí resulta que a ideia de milagre, tão cara para diversas religiões, segundo o filósofo, é absurda. Para ele, o milagre não existe, é apenas um evento perfeitamente possível de ser explicado por meios racionais.

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Ética de Spinoza

Na sua principal obra, Ética, Baruch Spinoza trabalha diversos conceitos. O livro é dividido em cinco partes: 1) Deus; 2) A natureza e a origem da mente; 3) A origem e a natureza dos afetos; 4) A servidão humana ou a força dos afetos; 5) A potência do intelecto ou a liberdade humana. Além disso, Spinoza escreveu seu livro como um tratado geométrico, por meio de definições, axiomas e proposições, a fim de não cair em contradições argumentativas e se expressar de modo mais exato.

Sobre Deus e a substância

A primeira questão a ser abordada é, então, o problema do ser, da substância. A pergunta “o que é a substância?” serve, portanto, de guia para toda sua teoria. Spinoza define: “por substância compreendo aquilo que existe em si mesmo e que por si mesmo é concebido, isto é, aquilo cujo conceito não exige o conceito de outra coisa do qual deva ser formado” (SPINOZA, 2009, p. 1). A seguir, em um dos axiomas, afirma: “tudo o que existe, existe ou em si mesmo ou em outra coisa” (idem, p. 2). Também afirmará que nada é dado na natureza além da substância e suas mudanças.

Esses pressupostos levam a uma consequência radical no pensamento de Spinoza – a ideia de que não é possível existir outra substância que não seja Deus. Portanto, tudo o que existe emana da substância de Deus e é, por isso, que Ele é a natureza e a natureza (em sentido amplo) é Deus.

Tais conclusões vão se opor diretamente ao pensamento de Descartes, pois a filosofia cartesiana defendia que tanto a res cogitans (cogito, alma) e quanto a res extensa (corpo, matéria) eram substâncias. Spinoza, diferentemente do dualismo de Descartes, vai defender o monismo.

Monismo

O monismo é a forma pela qual Spinoza organiza sua teoria ontológica (relativa ao ser), a partir de três conceitos: substância, atributos e modos. A substância, como já explicado, é tudo o que existe, causa de si mesma e imanente.

Spinoza define os atributos como “aquilo que, de uma substância, o intelecto percebe como constituindo a sua essência” (SPINOZA, 2009, p. 1) e são infinitos, haja vista que de Deus, tudo se constitui. No entanto, os seres humanos, por serem limitados, só conseguem reconhecer dois atributos: res cogitans e res extensa, mente e corpo, em outras palavras. Portanto, diferente de Descartes, o imanentismo é anterior, pois está na substância (Deus) e dela se derivam os atributos.

Por fim, existem os modos, entendidos como “as afecções de uma substância, ou seja, aquilo que existe em outra coisa, por meio da qual é também concebido” (idem). Modos são, então, as modificações das substâncias, o mundo enquanto fenômeno, em como ele se apresenta.

Sobre o conhecimento

Nessa obra, o filósofo também desenvolve sua teoria epistemológica. Conhecimento é afirmar a ideia de algo verdadeiro em nós mesmos. Existem três gêneros do conhecimento: a opinião ou imaginação, dedução e a intuição.

A primeira forma de conhecer é tida como mais confusa, porque a afirmação procede do encontro de um corpo com o outro, resultando em uma imagem. É confusa porque é espontânea. Na segunda forma, a afirmação ocorre por meio de um processo dedutivo racional acerca das propriedade de algo, de modo que o ser seja apreendido por noções comuns adequadas, ou seja, certas.

No último gênero de conhecimento, a afirmação vem da intuição da essência apreendida na sua singularidade, que é contrária às noções comuns. Por essência, Spinoza entende “aquilo sem o qual a coisa não pode existir nem ser concebida e vice-versa, isto é, aquilo que sem a coisa não pode existir nem ser concebido” (SPINOZA, 2009, p.46).

Contudo, a hierarquia entre os gêneros não se dá em critério de verdade, mas atividade do sujeito. Apenas dos dois últimos gêneros é que o espírito se torna plenamente autor daquilo que se afirma nele, uma vez que no primeiro gênero não há um procedimento mediado pela razão. Daí que Spinoza defenderá que, ao se libertar das opiniões e da imaginação, o sujeito pode tornar-se causa de seus próprios pensamentos.

O homem é singular

Para Baruch Spinoza, o ser humano é singular e, por singularidade, ele entende “aquelas coisas que são finitas e que têm uma existência determinada. Se vários indivíduos contribuem para uma única ação, de maneira tal que sejam todos, em conjunto, a causa de um único efeito, considero-os todos, sob este aspecto, como uma única coisa singular” (SPINOZA, 2009, p. 47).

Isso significa dizer que o ser humano não é totalmente livre, pois é determinado por aquilo que o cerca, não é causa de si mesmo, tampouco desligado do todo. Spinoza, portanto, nega a teoria do livre-arbítrio dos moralistas e de Descartes. É importante entender que liberdade e livre-arbítrio são dois conceitos diferentes.

Em Spinoza, liberdade significa autodeterminação, a liberdade, para ele, está na substância, em Deus, e não nos modos (no mundo). Portanto, para que se seja considerada livre, aquilo que determina a decisão precisa vir do intelecto – da própria natureza humana que, no limite, é a natureza de Deus.

Sobre os afetos

A Ética de Spinoza não trabalha com a ideia de contrariedade entre razão e afeto. Para o filósofo, os afetos são muito importantes e o desejo (conatus) é a essência do homem. Na verdade, Spinoza defende “os modos do pensar tais como o amor, o desejo, ou qualquer outro que se designa pelo nome de afeto do ânimo (SPINOZA, 2009, p. 47).

Para ele, é preciso que os indivíduos se esforcem para ter alegria, ou seja, o aumento da potência de agir e pensar, em oposição a tristeza, que diminui as capacidades de movimento do corpo. Esse esforço é o que Baruch Spinoza define como conatus. Disso resulta o pensamento de que “o esforço pelo qual cada coisa se esforça por perseverar em seu ser nada mais é do que a sua essência atual” (SPINOZA, 2009, p. 98).

Conclui-se da Ética, nas palavras de Spinoza, que “o desejo é o apetite juntamente com a consciência que dele se tem. Toma-se, assim, evidente, por tudo isso, que não é por julgarmos uma coisa boa que nos esforçamos por ela, que a queremos, que a apetecemos, que a desejamos, mas, ao contrário, é por nos esforçarmos por ela, por querê-la, por apetecê-la, por desejá-la, que a julgamos boa” (idem, p. 99).

Principais ideias de Baruch Spinoza

Abaixo, confira uma lista com as principais ideias de Spinoza, que foram explicadas nas seções anteriores.

  • Deus, isto é, a Natureza: Deus é único e causa de si mesmo, tudo o que existe é expressão Dele.
  • Monismo: a partir dos conceitos de substância, atributos e modos.
  • Negação do livre-arbítrio: existe liberdade na substância, mas não nos modos da substância.
  • Conatus: o esforço para afirmar ou perseverar o seu ser e aumentar a potência de agir e pensar.
  • Três tipos de conhecimento: opinião e imaginação, dedução e intuição.

O pensamento de Spinoza foi radical em muitos aspectos, sobretudo na defesa de que Deus é a Natureza. A proposta de escrever sua Ética como um modo de demonstração geométrica diz muito sobre a forma de organização de seu pensamento, optando pela exatidão e retirando a possibilidade de interpretações míticas e supersticiosas.

Principais obras de Baruch Spinoza

A obra de Spinoza teve como principal objetivo definir e conceituar a natureza de Deus, opondo-se a uma grande parte da tradição filosófica. Além disso, trabalhou as questões relativas ao homem, como pensar na constituição da razão e dos afetos, dando muita importância a ambos, sem hierarquizá-los.

A grande implicação política da afirmação metafísica (Deus, isto é, a Natureza) de Spinoza é que ele nega as visões transcendentais e, com isso, as ideias dos direitos divinos e hereditários, das quais os reis e imperadores se utilizavam, haja vista que, para Spinoza, não há transcendência e Deus não influencia, muito menos ordena, a vida e as ações dos homens. Suas principais obras são:

  • Ética: demonstrada à maneira dos geômetras (1677);
  • Tratado Teológico-político (1670);
  • Tratado sobre a Reforma do Entendimento (1662);
  • Princípios da Filosofia de Descartes (1663);
  • Breve tratado de Deus, do homem e do seu bem-estar (1660).

A sua obra mais famosa, Ética, foi editada por alguns amigos do filósofo e publicada postumamente. Spinoza foi muito reconhecido por seu pensamento, mesmo que tenha sofrido com os ataques religiosos. Recebeu cartas de diversos pensadores da época e sua teoria segue muito relevante na atualidade.

6 frases de Baruch Spinoza

Conheça seis frases de Spinoza e veja como refletem seu pensamento, conforme foi exposto até agora:

  1. “Fiz um esforço incessante para não ridicularizar, não lamentar, não desprezar as ações humanas, mas para compreendê-las.”
  2. “A mente humana é parte do intelecto infinito de Deus.”
  3. “Os homens enganam-se quando se acreditam livres; essa opinião consiste apenas em que eles estão conscientes das suas ações e ignorantes relativamente às causas pelas quais são determinadas.”
  4. O máximo de liberdade que o ser humano pode aspirar é escolher a prisão no qual quer viver! A liberdade é uma abstração! Diga-me qual é a sua tribo e eu direi qual é a sua clausura! Só há liberdade se sua vida for produzida por você mesmo.”
  5. “Deus, isso é, Natureza.”
  6. “Aquele que tem pouco conhecimento chama de milagre os eventos extraordinários da natureza.”

Nessas frases, é possível perceber alguns tópicos que foram trabalhados, como a importância que o filósofo dá aos afetos humanos, a ideia de que tudo provém da substância de Deus, o conceito de liberdade como autodeterminação e a negação da existência de milagres, haja vista que não há transcendência.

Fique por dentro do pensamento de Baruch Spinoza

Com a seleção de vídeos abaixo, você poderá recapitular o que foi abordado nessa matéria, além disso, conhecerá outros conceitos da obra de Spinoza, como Natureza Naturante e Natureza Naturada. Acompanhe:

Pontos importantes sobre a Ética

O professor Mateus Salvadori faz um compilado sobre alguns tópicos trabalhados no livro Ética, de Spinoza. No vídeo, o conceito de conatus é bem explicado. O professor também fala sobre o conceito de utilidade para Spinoza.

Mas afinal, existe ou não liberdade?

Que tal saber mais sobre o aparente paradoxo da liberdade em Spinoza? Esse vídeo, do canal Superleituras, vai te ajudar a entender melhor sobre como Deus é livre ao passo que o homem não possui livre-arbítrio, mas tem liberdade quando a causa de sua escolha é segundo a sua própria natureza.

Vida e obra de Spinoza

No vídeo do canal do professor Krauss, há uma visão panorâmica da vida e da obra de Spinoza. O professor dá alguns detalhes sobre sua vida, além disso, fala dos conceitos que circunscrevem sua obra, como o racionalismo (fazendo a oposição com Descartes, inclusive), o monismo, Natureza Naturante e Natureza Naturada.

Um assunto interessante para pensar com calma e dialogar com outros autores. Por isso, confira o pensamento de outro filósofo que defendeu o liberalismo, mas de uma forma diferente, John Locke.

Referências

Ética (2009) – Baruch Spinoza;
Deus ou seja a natureza : Spinoza e os novos paradigmas da física (2009) – Roberto Leon Ponczek;
Convite à Filosofia (2000) – Marilena Chauí;
Filosofando: introdução à filosofia (2009) – Maria Lúcia Aranha e Maria Helena Martins;
Iniciação à história da filosofia (2007) – Danilo Marcondes.

Marilia Duka
Por Marilia Duka

Graduada em Filosofia pela Universidade Estadual de Maringá em 2016. Graduada em Letras Português/Francês na Universidade Estadual de Maringá em 2022.

Como referenciar este conteúdo

Duka, Marilia. Baruch Spinoza. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/filosofia/baruch-spinoza. Acesso em: 27 de April de 2024.

Exercícios resolvidos

1. [UECE]

Sobre a questão da liberdade em Spinoza, a filósofa brasileira Marilena Chauí afirma o seguinte: “[…] o poder teológico-político é duplamente violento. Em primeiro lugar, porque pretende roubar dos homens a origem de suas ações sociais e políticas, colocando-as como cumprimento a mandamentos transcendentes de uma vontade divina incompreensível ou secreta, fundamento da ‘razão de Estado’. Em segundo, porque as leis divinas reveladas, postas como leis políticas ou civis, impedem o exercício da liberdade, pois não regulam apenas usos e costumes, mas também a linguagem e o pensamento, procurando dominar não só os corpos, mas também os espíritos”.

CHAUÍ, Marilena. Espinosa, uma subversão filosófica. Revista CULT, 14 de março de 2010. Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/baruch-espinosa/.

O poder teológico-político é violento, porque:

a) Submete os homens a leis supostamente transcendentes ao negar-lhes a imanência de suas próprias ações.

b) Retira dos homens a esperança de que suas ações tenham como causa e fim a transcendência divina.

c) Transforma a linguagem e o pensamento dos homens em formas de libertação de corpos e espíritos.

d) Recusa aos usos e costumes o papel de fundamento transcendente das ações políticas e leis civis dos homens.

Alternativa correta: A

Justificativa: como crítico à ideia de transcendência, Spinoza entende que o poder que a teologia exerce é violento porque submete os homens às leis ditadas pela própria teologia (“supostamente transcendentes”), negando a imanência da substância do intelecto humano, como parte de Deus.

2. [UEL]

Leia o texto a seguir.

Vimos, assim, que a Alma pode sofrer grandes transformações e passar ora a uma maior perfeição, ora a uma menor, paixões estas que nos explicam as afecções de alegria e de tristeza. Assim, por alegria, entenderei, no que vai seguir-se, a paixão pela qual a Alma passa a uma perfeição maior; por tristeza, ao contrário, a paixão pela qual a Alma passa a uma perfeição menor.

(ESPINOSA, B. Ética. Trad. Antonio Simões. Lisboa: Relógio D’Água, 1992. p. 279).

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o problema da paixão e da afecção em Espinosa, assinale a alternativa correta.

a) A tristeza é uma ação da alma, consistente na afecção causada por uma paixão, por meio da qual a alma visa a própria destruição.

b) As transformações da alma, seja o aumento ou a diminuição de intensidade, fazem coexistir paixões contrárias.

c) O aumento de perfeição, característico de afecção da alegria, vincula-se ao esforço da alma em perceber-se com mais clareza e distinção.

d) Tristeza e alegria são denominadas paixões porque resultam da ação de distintas dimensões da alma, responsáveis pela produção dessas afecções.

e) Se uma coisa aumenta a potência de agir do corpo, a ideia dessa mesma coisa diminuirá a potência de pensar da nossa alma.

Alternativa correta: C está

Justificativa: para Spinoza, a alegria é o esforço para afirmar o ser e aumentar a capacidade de agir e pensar, portanto, está vinculada com perceber a si mesmo com clareza e distinção (pelo pensar).

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