Tênis de mesa

Esse esporte de raquete surge na Inglaterra do século XIX como adaptação do tênis de campo e, embora restrito a locais fechados, tem muita “história pra contar”. Acompanhe!

O tênis de mesa, popularmente conhecido como ping-pong, é um dos esportes de raquete mais praticados no mundo. Nesta matéria você verá fundamentos, regras, equipamentos e curiosidades a respeito desse esporte. No entanto, antes de conhecê-los, entenda um pouco da trajetória do tênis de mesa, da Inglaterra ao Brasil.

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História do tênis de mesa

O tênis de mesa surgiu e se desenvolveu na Inglaterra como uma adaptação do tênis de campo, durante a segunda metade do século XIX. Ele foi pensado para ser praticado em espaços fechados, especialmente durante o inverno. Ou seja, o tênis de mesa foi desenvolvido como um passatempo social, principalmente de estudantes universitários e militares, a quem são atribuídos os registros das primeiras práticas.

Em 1922 foi fundada a “Associação de Ping-Pong”, sinalizando o ressurgimento do jogo na Inglaterra após a 1ª Guerra Mundial. No entanto, devido a um impedimento legal, as regras do jogo precisaram ser reconfiguradas, voltando-se, assim, à promoção de sua aceitação nacional. Em resposta a essa reconfiguração, em 1926 o nome tênis de mesa designava oficialmente o esporte, que ganhara aceitação e adesão nacional e internacional.

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Desse modo, em 1977, o tênis de mesa passa a ser reconhecido pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) como esporte olímpico. Em 1981, começa a ser oficialmente regido pela International Table Tennis Federation (ITTF). Sendo reconhecido como esporte olímpico, o tênis de mesa é disputado pela primeira vez nas Olimpíadas de Seul 1988, na Coreia do Sul.

Tênis de mesa no Brasil

As primeiras práticas do tênis de mesa no Brasil datam de 1905, aproximadamente, sendo realizadas por turistas ingleses em casas ou clubes particulares. No entanto, oficialmente, a prática do tênis de mesa no país data de 1912, quando foi organizado e disputado o primeiro campeonato entre equipes da cidade de São Paulo. Entretanto, vale ressaltar que a prática do esporte ocorria de forma conflituosa, devido à necessidade de regras mais específicas.

Assim, em 1942, representantes dos atletas paulistas e cariocas aprovaram a tradução das regras inglesas do esporte. Além disso, assinaram convênios com a então Confederação Brasileira de Desporto (CBD) – atual Confederação Brasileira de Futebol (CBF) – para oficializa-lo no país. Posteriormente, em 1979, seria fundada a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM), no Rio de Janeiro, consolidando a independência do país em relação ao esporte.

É por meio dessa trajetória que o tênis de mesa adquire as características que o configuram como esporte, dando forma a seus fundamentos e regras. Confira-os a seguir.

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Fundamentos do tênis de mesa

O objetivo do tênis de mesa é conquistar pontos em relação ao adversário, ganhando sets ímpares. Assim, para atingir esse objetivo, os mesatenistas (nomenclatura que designa os/as jogadores/as) fazem uso de dois fundamentos principais: o saque e a recepção.

Saque

Cada mesatenista tem direito a dois saques por jogada e, para ser considerado válido, o saque não pode ser enganoso ou queimar (bater na rede antes de pingar na mesa do adversário). Portanto, o saque é iniciado com a bola na palma da mão livre e aberta do jogador, lançando a bola, obrigatoriamente, a uma altura de no mínimo 16cm em relação à superfície da mesa.

Além disso, a mão oposta à que lança a bola deve empunhar a raquete. Por sua vez, essa empunhadura pode ser no estilo “clássico” ou no estilo “caneta” (ao final desta matéria você encontrará um vídeo explicando as diferenças e potencialidades de cada estilo). Ainda, é imperativo que a bola pingue na mesa do sacador antes de passar ao lado adversário.

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Recepção

A recepção é o momento em que o adversário recebe a bola sacada pelo mesatenista, no intuito de devolvê-la, dando encadeamento ao jogo. Sendo assim, nesse momento, o adversário se posiciona em espera para se deslocar até a bola no menor tempo possível. Nessa posição, portanto, o mesatenista deve atentar-se à jogada, ao efeito e à velocidade do saque.

Ao recepcionar a bola, o mesatenista possui algumas opções para desdobramento dessa ação. Comumente, após o saque, a recepção busca apenas devolver a bola à mesa adversária. No entanto, o mesatenista pode complexificar a ação colocando efeito na rebatida de recepção, dificultando a rebatida adversária. Pode, ainda, buscar finalizar a bola e encerrar a jogada, conquistando o ponto.

Velocidade, efeito, altura e localização, portanto, são elementos ensinados separadamente aos esportistas, sendo o efeito, por sua vez, o último elemento aprendido. Ele diz respeito aos modos de bater na bola para que ela atinja determinados espaços do campo adversário. Todavia, antes de aprender esses elementos, é fundamental que os mesatenistas aprendam as regras do jogo. Vejamos, portanto, as principais regras desse esporte.

Regras e equipamentos

Em um jogo de tênis de mesa os jogadores disputam para ver quem ganha o maior número de sets ímpares, sendo um set vencido pelo atleta ou pela dupla que completar 11 pontos. Desse modo, o jogo tem início com um sorteio, para definir quem tem o direito de sacar, receber e escolher os lados. Dito isso, vejamos aa características das principais regras desse esporte.

  • Definições: As regras de definição versam sobre os termos utilizados para descrever o jogo de tênis de mesa e seus respectivos significados. Por exemplo, referem-se ao período em que a bola está em jogo, denominado “sequência” de jogo. Descrevem também “obstruções”, “mão livre” e “braço livre’, “sacador”, “recebedor”, “ponto”, “linha de fundo”, “árbitro” e “árbitro auxiliar”.
  • Saque: Essas regras delimitam as formas como o saque deve ocorrer. Entre essas delimitações, é importante ressaltar que a ordem de saque é alternada entre os jogadores/duplas a cada dois saques realizados, independente de quem obtiver o ponto. No entanto, aplica-se uma exceção quando houver empate 10×10. Nesse caso, alternam-se os saques consecutivamente, ou seja, cada jogador/dupla saca uma vez até que um desses complete 13 pontos.
  • Obstrução: As regras de obstrução dizem respeito a situações em que o jogo pode ser interrompido. As principais situações, nesse sentido, são: saque queimado na rede; adversário despreparado para a recepção; erro na ordem, recebimento ou lado do saque; condições de jogo perturbadoras. Entretanto, vale ressaltar que nenhuma forma de obstrução contabiliza ou retira pontos.
  • Ponto: Essas regra referem-se às situações em que os atletas perdem ponto, como quando erram o saque ou a resposta ao saque adversário; tocam na bola duas vezes consecutivas; batem com o lado errado da raquete; tocam ou movimentam a mesa de jogo e; tocam a rede e/ou seus suportes.
  • Jogo de dupla: Essas regras apresentam detalhes a respeito da dinâmica do jogo de duplas. Em geral, essas regras não se alteram quando comparadas ao jogo individual. Porém, são estabelecidas algumas especificidades. Por exemplo, o rodízio saque-recepção: o atleta-A deve sacar para o recebedor-X que, por sua vez, sacará para o atleta-B, que sacará para o atleta-Y, fechando, assim, o ciclo do rodízio.

Além dessas características, as regras estabelecidas para o jogo de tênis de mesa também apresentam especificidades em relação aos equipamentos usados. De acordo com tais regras, são considerados equipamentos:

  • Mesa;
  • Rede;
  • Bola;
  • Raquetes;
  • Vestimenta.

Assim como as regras gerais para a operacionalização do jogo, as regras de equipamento são fundamentais para a dinâmica dos jogos. Você pode consultar a relação completa das regras no site da CBTM. Por fim, agora que você já conhece os aspectos gerais das regras do tênis de mesa, confira algumas curiosidades a respeito desse esporte!

Curiosidades

Algumas curiosidades a respeito desse esporte podem ser mencionadas como características complementares à sua história, bem como a seus fundamentos. Por exemplo:

  • O surgimento do tênis de mesa se deve a um dia chuvoso, em que não era possível praticar o tênis de campo e, com isso, jogadores de um clube de tênis inglês adaptaram a prática para o ambiente fechado. O improviso, portanto, se deu com o uso de uma mesa de sinuca, um barbante como rede e uma bola de tênis.
  • Relatos de práticas iniciais do tênis de mesa apontam para o uso de outros materiais, além de barbante e bola de tênis, como os livros, que eram enfileirados ao centro de mesas para simular a rede. Ainda, os livros também serviam como raquetes nesses jogos. Além disso, o uso de bolas de golfe era recorrente nessas primeiras práticas.
  • Embora frequentemente confundidos, o tênis de mesa se distingue do ping-pong em diversos aspectos. A principal distinção entre eles se deve ao fato de que o tênis de mesa é um esporte, ou seja, uma pratica sistematizada e regulamentada por regras e instituições. Já o ping-pong, por sua vez, é um jogo mais popular e realizado com finalidades lúdicas e recreativas e, portanto, não competitiva.
  • O tênis de mesa, como mencionado, passou a integrar as Olimpíadas nos jogos de Seul 1988, na Coreia do Sul. Desde então, ao longo de sua trajetória olímpica, a China, considerada a potência mundial no esporte, perdeu apenas quatro medalhas de ouro.
  • Os atletas mais representativos do esporte no Brasil são: Hugo Calderano, 6° atleta no ranking mundial, mesatenista destro de empunhadura clássica; Lígia Silva, medalhista olímpica, pan-americana, latino-americana e primeira mulher a disputar um torneio olímpico individual; Cláudio Kano, medalhista pan-americano de empunhadura caneta canhota e; Hugo Hoyama, campeão olímpico, pan-americano e latino-americano, com conquistas em equipe e individual.

Conhecidas algumas curiosidades a respeito do tênis de mesa, confira vídeos didáticos para complementar seu conhecimento sobre esse esporte.

Entenda melhor o tênis de mesa!

A seguir você encontra alguns vídeos a respeito do tênis de mesa para complementar o conteúdo abordado nesta matéria. Veja!

Evolução do esporte

Assista a esse vídeo ilustrativo da evolução do tênis de mesa para conferir a transformação da prática desse esporte, desde os anos 1930 até 2019.

Tênis de mesa X ping pong

Entenda algumas diferenças entre o tênis de mesa (esporte universal) e o ping-pong (jogo de caráter lúdico) nesse vídeo.

Empunhaduras

Neste vídeo são apresentadas, em detalhes, os dois tipos de empunhadura do tênis de mesa. Veja e aprenda mais sobre elas!

Revisando as regras

Esse vídeo complementa o conteúdo apresentado em relação às regras e aos equipamentos do tênis de mesa. Nele você pode revisar as informações apresentadas e conhecer outras características desse esporte, como as especificidades dos equipamentos citados nesta matéria. Portanto, não deixe de conferir!

Esta matéria abordou fundamentos, regras, equipamentos e curiosidades a respeito do tênis de mesa. Como vimos, esse esporte surge como uma adaptação do tênis de campo, adquirindo característica bastante específicas, que dão estrutura para sua prática sistematizada. Não deixe de ampliar seu conhecimento a respeito do universo esportivo. Leia nossa matéria sobre Judô e entenda o caminho de consolidação dessa arte marcial como esporte olímpico.

Referências

Ensinando e aprendendo esportes no programa segundo tempo (2011) – Amauri Bassoli de Oliveira.

João Paulo Marques
Por João Paulo Marques

Professor de Educação Física graduado pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Mestrando em Práticas Sociais em Educação Física (PEF-UEM/UEL). Pesquisador integrante do Grupo de Pesquisa Corpo, Cultura e Ludicidade (GPCCL/UEM/CNPq) e do Grupo de Estudos Foucaultianos (GEF/ UEM/CNPq).

Como referenciar este conteúdo

Marques, João Paulo. Tênis de mesa. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/educacao-fisica/tenis-de-mesa. Acesso em: 24 de April de 2024.

Exercícios resolvidos

1. [UNOESC - 2013 (Adaptada)]

Os dois fundamentos mais importantes do Tênis de Mesa são o saque e a recepção. São importantes ferramentas para que o atleta consiga um bom desempenho no jogo. Em se tratando especificamente do saque, assinale V para as alternativas verdadeiras e F para as alternativas falsas:
( ) O saque deve ser enganoso, pois o adversário deve ter dúvida sobre o efeito exercido no momento em que o sacador tocou a bola.
( ) É importante que o sacador consiga combinar uma grande variedade de efeitos e velocidade para pontuar já no momento do saque.
( ) Existem três tipos básicos de efeito que podem ser exercidos na bola: para baixo, para cima e sem efeito, combinados ao feito lateral, e eles são ensinados após os demais fundamentos do esporte.
( ) O saque pode ser realizado em duas localizações da superfície de jogo: paralelo e cruzado.

Em relação a essas afirmações, a sequência CORRETA (de cima para baixo) é:

(A) F, V, V, F.
(B) V, V, F, F.
(C) F, F, V, F.
(D) V, V, V, F.

A resposta correta é a alternativa c.

2.

Com exceção de situações em que haja obstrução, um jogador perde ponto quando:

a) Queima o saque na rede.
b) Erra o saque ou a resposta ao saque adversário.
c) Erra a ordem, o recebimento ou o lado do saque.
d) Rebate a bola com velocidade ou efeito.

A resposta correta é a alternativa b.

3.

Em relação aos equipamentos do tênis de mesa, assinale a alternativa que corresponda aos oficialmente considerados pelas regras da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa:

a) mesa, árbitro, bola e raquete e rede;
b) árbitro, vestimenta, rede, mesa e raquete
c) mesa, raquete, rede, vestimenta e bola;
d) mesa, árbitro, árbitro auxiliar, bola e raquete;

A resposta correta é a alternativa c.

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