A formação da Rede Urbana Brasileira tem início a partir da década de 1940. Com a industrialização e a instalação ou melhoria de rodovias, ferrovias e portos, integrando o território e o mercado consumidor, é que se estruturou uma rede urbana em escala nacional.
Publicidade
Até então, as principais atividades econômicas eram voltadas em sua maioria, ao abastecimento do mercado externo, e portanto, não era necessário para os produtores regionais, integrar mercado interno.
Com a modernização da economia, primeiro as regiões Sul e Sudeste formaram um mercado único que, depois, incorporou o Nordeste e, mais recentemente também o Norte e o Centro-Oeste.
Relacionadas
Até a década de 1940, houve forte tendência à concentração urbana em escala regional, que deu origem a importante pólos.
A partir da década de 1940, com a instauração de uma política industrial de substituição de exportações, ocorreram investimentos estatais em infra-estrutura de transportes e comunicações por todo o país.
Essas mudanças estruturais unificaram o país e promoveram a a concentração urbano-industrial na região Sudeste.

Desse modo, os pólos industriais de São Paulo e do Rio de Janeiro foram o que mais receberam investimentos públicos e privados.
Publicidade
Assim, essas regiões passaram a atrair um enorme contingente de mão-de-obra das regiões que não acompanhavam seu ritmo de crescimento econômico e se tornaram verdadeiras metrópoles nacionais.
Os migrantes que essas metrópoles receberam eram, em sua maioria, trabalhadores desqualificados e mal remunerados, que foram se concentrando na periferia das grandes cidades, em locais desprovidos de infra-estrutura urbana, com favelas e loteamentos clandestinos.
A rede urbana brasileira na atualidade
Atualmente, esse deslocamento de população em direção à periferia das capitais e regiões metropolitanas continua ocorrendo, porém o Centro-Sul do país deixou de ser o grande pólo de atração.
Publicidade
Hoje, predominam os fluxos migratórios intra-regionais, sobretudo, para as metrópoles de Belo Horizonte, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, como também Curitiba e Porto Alegre.
De 1991 a 1996, com exceção do Recife e do Rio de Janeiro, as regiões metropolitanas apresentaram índices de crescimento populacional superiores à média nacional.
Na atualidade porém, diferentemente do que ocorria no período entre 1930 e 1980, a maioria dos migrantes se desloca dentro do seu próprio estado, mudando apenas de município.
No entanto, devemos considerar ainda, que mais de 35% da população brasileira reside em regiões metropolitanas, onde a mudança de município não significa propriamente um rompimento com suas raízes.
Há ainda um outro fator sobre a formação da rede urbana brasileira. Uma pequena parcela da classe média dos centros congestionados tem transferido residência para o entorno das metrópoles, ou seja, para cidades menores ou em condomínios fechados.
A rede urbana brasileira interfere no cotidiano dos cidadãos de acordo com sua classe social. No Centro-Sul do país, onde a rede urbana é mais densa e articulada, as cidade médias e grandes estão plenamente conectadas.
Essa dinâmica intensifica a troca de mercadorias e informações entre a população e as empresas.
Já nas regiões mais atrasadas, a rede urbana brasileira é esparsa e desarticulada, ou seja, a conexão entre as cidades e a relação de trocas são menos intensas.
Referências
Geografia Geral e do Brasil – João Carlos Moreira, Eustáquio de Sene
Regiões Metropolitanas: o papel dos parlamentos metropolitanos na governança interfederativa do Estatuto das Metrópoles – Glauber de Lucena Cordeiro

Por Luana Bernardes
Graduada em História pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e pós-graduada em Psicopedagogia Institucional e Clínica pela mesma Universidade.
Bernardes, Luana. Rede urbana brasileira. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/geografia/rede-urbana-brasileira. Acesso em: 13 de May de 2025.
01. [VUNESP]: Segundo a hierarquia urbana, as cidades mais importantes de um país, que comandam a rede urbana nacional, estabelecendo áreas de influência, correspondem aos (às):
a) centros regionais
b) cidades-dormitórios
c) metrópoles nacionais
d) capitais regionais
e) metrópoles regionais
02. [UERJ]:
Com base no mapa, a correlação mais significativa entre os níveis de hierarquia urbana e o grau de modernização dos espaços agrícolas em todo o Brasil está indicada em:
a) espaços com menos centros urbanos / maior produção agrícola
b) estados com as metrópoles nacionais / agricultura com maior mecanização
c) áreas com maior urbanização / sistema agrícola menos intensivo em capital
d) regiões com rede urbana mais complexa / nível tecnológico da agricultura mais elevado
01. [VUNESP]:
Resposta: C
Em nível nacional, as metrópoles nacionais são aquelas que exercem a maior centralidade na hierarquia urbana. Às vezes, essas cidades extrapolam os limites nacionais, passando a serem chamadas também de Cidades Globais.
02. [UERJ]:
Resposta: D
Com a leitura do mapa, é possível notar que os principais polos da hierarquia urbana brasileira estão concentrados na região Centro-Sul do país. Da mesma forma, conforme expresso na legenda, os locais cujo nível de desenvolvimento tecnológico agrícola é mais avançado coincidem, de certa forma, com a estrutura da rede urbana. Dessa forma, temos que as regiões mais complexas urbanisticamente também apresentam um nível tecnológico agrícola mais acentuado.