O Romance Urbano surge num período que compreendeu o fim do Condoreirismo e o início do Romance Indianista. O Romance Urbano ou de Costumes faz menção às obras que retratam o Brasil no período do Segundo Reinado (1831-1840).
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Principalmente com habitação no Rio de Janeiro, as obras buscavam apontar os aspectos mais negativos da vida urbana e uma crítica ao cotidiano burguês. De modo irônico, as obras faziam menções sarcásticas a vida carioca de meados do século XIX.
O Romance Urbano tem por característica abordar um enredo de disputas amorosas, intrigais entre casais e as desigualdades sócio-econômicas da época. Além disso, o desfecho da história comumente é feliz e com o amor como a salvação.
Obras que caracterizam o Romance Urbano
É possível definir a obra “Memórias de um Sargento de Milícias” (1852), de Manuel Antônio de Almeida, como o livro precursor do movimento. Ele, em toda a sua extensão, representa as características pontuais do Romance Urbano.
Além disso, a história é classificada como a principal referência do estilo, e também tida como inovadora para a época. Abandonando toda uma visão elitista e burguesa da época, ele busca retratar muito mais a população mais pobre.
Em toda uma simplicidade do povo, o autor busca dar voz àqueles que se encontram às margens da sociedade tida como elite. A descrição dada à sociedade, à cidade e ao cotidiano da vida burguesa são o grande retrato da obra.
Com humor, ironia, malícia e uma verdadeira pitada de crítica social, a obra transcende uma mentalidade colonial à visão da corte do Segundo Reinado.
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Sob a vida do protagonista Leonardo, um anti-herói atrapalhado, o leitor viaja pelas margens da sociedade. Num comportamento estranho, o vagabundo Leonardo rompe com os padrões do clássico cavalheiros dos contos romancistas.
O romance urbano é basicamente uma crônica de costumes satíricos. A forma como Manuel Antônio de Almeida descreve as personagens, os defeitos do Brasil recém independente e com humor ácido colocam o autor como um dos precursores do Realismo no país.
Com Manuel Antônio de Almeida veio a inovação, mas foi com José de Alencar que o Romance Urbano. Com obras como Sonhos d’Ouro, Encarnação e Cinco Minutos, ele buscava explorar aspectos que tangiam os pontos negativos da burguesia, mas exaltavam o amor ideal.
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Referências
História da literatura brasileira: Das origens ao romantismo Livro – Massaud Moisés
Por Mateus Bunde
Graduado em Jornalismo pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Especialista em Linguagens pelo Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IFSul) e Mestrando em Comunicação pela Universidade do Porto, de Portugal (UP/PT).
Bunde, Mateus. Romance Urbano. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/literatura/romance-urbano. Acesso em: 08 de May de 2024.
01. [UFRR] A obra romanesca de José de Alencar introduziu na literatura brasileira quatro tipos de romances: indianista, histórico, urbano e regional. Desses quatro tipos, os que tiveram sua vida prolongada, de forma mais clara e intensa, até o Modernismo, ainda que modificados, foram:
a) Indianista e histórico;
b) Histórico e urbano;
c) Urbano e regional;
d) Regional e indianista;
e) Indianista e urbano;
02. [UFPR] Qual das informações sobre José de Alencar é correta?
a) Alencar inaugurou a ficção brasileira com a publicação de sua obra Cinco minutos.
b) Alencar foi um romancista que soube conciliar um romantismo exacerbado com certas reminiscências do Arcadismo, manifestas, principalmente, na linguagem clássica.
c) Alencar, apesar de todo o idealismo romântico, conseguiu, nas obras Lucíola e Senhora, captar e denunciar certos aspectos profundos, recalcados, da realidade social e individual, em que podemos detectar um pré-realismo ainda inseguro.
d) A obra de José de Alencar, objetivando atingir a História do Brasil e a síntese de suas origens, volta-se exclusivamente para assuntos indígenas e regionalistas, sem incursões pelo romance urbano.
e) O indianismo de José de Alencar baseou-se em dados reais e pesquisa antropológica, apresentando, por isso, uma imagem do índio brasileiro sem deformação ou idealismo.
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