A personificação ou prosopopeia é uma figura de linguagem, mais especificamente de pensamento. Muito utilizada em textos literários, sobretudo do gênero narrativo, ela também pode ser chamada de animismo.
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Sua relação está diretamente ligada ao significado ao qual é proposto; ou campo semântico. Sua definição atribui o objetivo de personifica, ou ainda dar vida a seres que são inanimados; sem vida.
Dessa maneira, a personificação ou prosopopeia assume a função de atribuir sentimentos, comportamentos, sensações, características, defeitos, qualidades essencialmente exclusivas dos seres humanos (animados) aos seres inanimados ou ainda considerados irracionais dentro da literatura.
Exemplos de personificação ou prosopopeia
A personificação ou prosopopeia apresenta uma fácil identificação. É importante sempre importante observar a quem está sendo atribuída a adjetivação com o intuito de tornar animado aquilo que é inanimado; tentativa de humanização.
A madrugada acordou triste.
Segundo a frase, “acordar triste” é uma característica atribuída aos humanos. Neste caso, ela se refere à madrugada, atribuindo um efeito animado (humano) à madrugada inanimada, que não pode acordar triste, pois não acorda e nem fica triste.
É importante ressaltar também que seres animados também podem assumir a personificação ou prosopopeia. Um exemplo bastante famoso na literatura é a personagem baleia, o cachorro em Vidas Secas, de Graciliano Ramos.
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O gato sorriu para o dono para ganhar comida.
Afinal, o gato não expressa sua felicidade por meio de um sorriso, tal como os humanos, por exemplo. Assim, é importante deixar claro que na personificação ou prosopopeia, animados significa humano, enquanto inanimados é aquilo que não for humano.
Outros exemplos de personificação
Alguns exemplos podem servir de base para entender a personificação ou prosopopeia:
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- A lua sorria para mim enquanto a madrugada estava triste.
- O fogo da lareira dançava conforme a música da sala.
Os exemplos acima caracterizam o modo como a personificação é utilizada. Atribuir as características comuns aos humanos (animados, com alma e vida) a seres inanimados (sem vida).
Um ponto interessante a se notar é o modo de como os verbos são utilizados nas orações. Sorrir, estar e dançar. Verbos comuns aos humanos, e impossíveis para seres inanimados.
Referências
Novíssima Gramática da Língua Portuguesa – Domingos Paschoal Cegalla
Por Mateus Bunde
Graduado em Jornalismo pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Especialista em Linguagens pelo Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IFSul) e Mestrando em Comunicação pela Universidade do Porto, de Portugal (UP/PT).
Bunde, Mateus. Personificação ou prosopopeia. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/portugues/personificacao-ou-prosopopeia. Acesso em: 25 de April de 2024.
1. [UFPE]
Assinale a alternativa em que o autor NÃO utiliza prosopopéia.
a) “A luminosidade sorria no ar: exatamente isto. Era um suspiro do mundo.” (Clarice Lispector)
b) “As palavras não nascem amarradas, elas saltam, se beijam, se dissolvem…” (Drummond)
c) “Quando essa não-palavra morde a isca, alguma coisa se escreveu.” (Clarice Lispector)
d) “A poesia vai à esquina comprar jornal”. (Ferreira Gullar)
e) “Meu nome é Severino, Não tenho outro de pia”. (João Cabral de Melo Neto)
Resposta: E
2. [ENEM]
Cidade grande
Que beleza, Montes Claros.
Como cresceu Montes Claros.
Quanta indústria em Montes Claros.
Montes Claros cresceu tanto,
ficou urbe tão notória,
prima-rica do Rio de Janeiro,
que já tem cinco favelas
por enquanto, e mais promete.
(Carlos Drummond de Andrade)
Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a
a) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se à própria linguagem.
b) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos.
c) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com intenção crítica.
d) denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido próprio e objetivo.
e) prosopopéia, que consiste em personificar coisas inanimadas, atribuindo-lhes vida.
Resposta: C