História da Língua Portuguesa no Mundo

África, Ásia e América conheceram a língua portuguesa no século XV, com as Grandes Navegações, junto com seus colonizadores.  Hoje o português é a quinta língua mais falada no mundo.

A história da língua portuguesa no mundo remete a um fantástico passado. Atualmente, o idioma é utilizado por mais de 220 milhões de pessoas, sendo uma das cinco línguas mais faladas no mundo.

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O português está presente em quatro continentes – Europa, América, África e Ásia – e é língua oficial em oito países – Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.

história da língua portuguesa no mundo
Imagem: Reprodução

Além desses países, o português ainda está presente em Macau, território chinês que permaneceu sob permaneceu sob administração portuguesa até 1999, onde convive com o chinês como língua oficial, e em Goa, estado indiano que foi possessão portuguesa até 1961.

História da Língua Portuguesa no Mundo: de Portugal para o mundo

Foram interesses comerciais que levaram os navegadores portugueses a procurar um caminho marítimo para as Índias em busca de especiarias.

Quando as primeiras caravelas portuguesas começaram a desbravar o oceano, teve início a viagem da língua portuguesa pelos diferentes continentes.

Entre os séculos XV e XVI, enquanto Portugal criava o primeiro império comercial europeu, o português se espalhou por vários territórios da África e Ásia. Na América, desembarcou no Brasil, onde é falado por mais de 186 milhões de pessoas.

Nos diferentes territórios onde se estabeleceu como língua oficial, o português sofreu influência das línguas locais, enriquecendo seu vocabulário com termos, como “jangada”, de origem malala, e chá, de origem chinesa.

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Além disso, as várias situações de contato linguístico fizeram como que a língua falada em diferentes regiões adquirisse diferentes características referentes à pronúncia e à organização sintática.

Língua oficial x língua falada

Em Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe, embora o português seja a língua oficial, são os crioulos, ou seja, as línguas “mistas” de base portuguesa as línguas utilizadas pela população em situações de uso cotidiano.

De modo geral, o que se observa nesses países é que o português é utilizado nos documentos administrativos e oficiais.

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Em Cabo Verde, por exemplo, os meios de comunicação (rádios e televisões) e as escolas também fazem uso da língua oficial.

Na Guiné-Bissau, o contexto de uso é ainda mais restrito: somente na zona comercial conhecida como a “praça” (correspondente a capital), a comunicação é feita em português.

Já em São Tome e Príncipe, o uso da língua oficial está associado à condição sociocultural: o português é falado pela população culta, pela classe média e pelos donos de propriedades.

Unidade e diversidade da língua

A língua portuguesa apresenta uma enorme diversidade em termos de maneira como é utilizada em diferentes regiões e por diferentes grupos sociais.

Há variações em termos fonológicos, morfossintáticos e lexicais. Apesar das muitas diferenças, os vários povos que falam português percebem-se como falantes de uma mesma línguas.

Essa visão define tais países como “irmãos” linguísticos, membros da comunidade dos lusofalantes, e lhes dá identidade cultural.

Por esse motivo, vários encontros mundiais têm sido promovidos pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa para estreitar os laços culturais e garantir a preservação da identidade linguística de seus membros.

Assim, a história da língua portuguesa no mundo perdura até um presente diverso de uma língua irmã gêmea bivitelina.

Referências

A língua portuguesa no mundo. Unidade e diversidade – Celso Cunha

Variedades do português no mundo e no Brasil – Emilio G. Paggoto

Gramática. Texto: Análise e construção de sentido – Maria Luiza M. Abaurre, Marcela Pontara

Luana Bernardes
Por Luana Bernardes

Graduada em História pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e pós-graduada em Psicopedagogia Institucional e Clínica pela mesma Universidade.

Como referenciar este conteúdo

Bernardes, Luana. História da Língua Portuguesa no Mundo. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/portugues/historia-da-lingua-portuguesa-no-mundo. Acesso em: 24 de April de 2024.

Teste seu conhecimento

01. [ENEM]:

Texto I

Um ato  de criatividade pode gerar um modelo produtivo. Foi  o que  aconteceu  com a  palavra  sambódromo, criativamente formada  com a  terminação -(o)dromo (=corrida), que  figura  em  hipódromo,  autódromo, cartódromo, formas  que designam   itens culturais da alta  burguesia. Não demoraram a  circular, a  partir de  então, formas populares como  rangódromo, beijódromo, camelódromo.

AZEREDO, J. C. Gramática Houaiss da língua portuguesa. São Paulo: Publifolha, 2008

Texto  II

Existe coisa mais descabida do que chamar de sambódromo  uma  passarela para desfile de escolas de samba? Em grego, -dromo quer  dizer  “ação de correr, lugar de corrida”, daí  as  palavras autódromo e  hipódromo. É  certo que, às   vezes, durante  o desfile, a escola se  atrasa e é  obrigada a correr para não perder  pontos, mas  não se descoloca a velocidade de um cavalo  ou de  um carro de  Fórmula 1.

GULLAR, F. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 3 ago. 2012.

Há  nas línguas  mecanismos geradores de palavras. Embora o  texto  II apresente um julgamento de  valor sobre a formação da  palavra sambódromo, o processo de  formação dessa palavra  reflete

a) o  dinamismo da  língua  na criação de novas palavras.

b) uma nova realidade limitando o aparecimento de  novas palavras.

c) a apropriação inadequada de mecanismos de  criação de palavras  por  leigos.

d) o reconhecimento a impropriedade semântica dos neologismos.

d)  a restrição na produção de novas  palavras com  o  radical  grego.

 

02. [UFTM]: Sobre os dialetos, é incorreto afirmar:

a) Dialeto é a designação para variedades linguísticas, que podem ser regionais ou sociais.

b) Os dialetos também estão associados à idade dos falantes, sexo, nível de exposição aos saberes convencionais e à própria evolução histórica da língua.

c) A discriminação do dialeto das classes populares é geralmente baseada no conceito de que essa classe, por não dominar a norma padrão de prestígio e usar seus próprios métodos para a realização da linguagem, “corrompe” a língua com esses “erros”.

d) Os sotaques não podem ser confundidos com dialeto, pois o que caracteriza o sotaque é apenas a diferença de pronúncia dos falantes.

e) O grau de formalidade em determinada situação comunicacional definirá qual dialeto será adotado: a norma culta ou a norma popular.

01. [ENEM]

Resposta: A

Neologismo  é o  processo em   que   novas  palavras  são criadas  na  língua ou  adquirem um  novo significado.  A  questão contrapõe  dois   fatores: a evolução da  língua – reforçada pelo   texto  I –  e  a resistência a uma inovação  linguística –  representada pelo  texto  II.   A alternativa  A mostra ao  candidato  que,  independentemente  da  resistência de  um ou  outro   usuário da  língua,  a  evolução linguística  acontece e  é  um processo   normal  na   linguagem.

 

02. [UFTM]

Resposta: E

 O grau de formalidade está relacionado aos registros, não aos dialetos. Os registros podem variar de acordo com o contexto comunicacional, levando o falante a adotar a variedade padrão ou a variedade não padrão.

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