Figuras de Palavras

As figuras de palavras são a antonomásia, a sinestesia, a catacrese, a comparação, a metonímia e a metáfora.

Também conhecidas como tropos, as figuras de palavras são usadas com o objetivo de trazer mais expressividade à comunicação, de uma forma geral. Além das figuras de palavras, fazem parte das figuras de linguagem as figuras de sintaxe ou de construção, bem assim as figuras de som.

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Confira abaixo quais são as figuras de palavras

As figuras de palavras podem ser a antonomásia, a sinestesia, a catacrese, a comparação, a metonímia e a metáfora.

Antonomásia ou Perífrase

Chamamos de antonomásia, ou ainda perífrase, a substituição de uma ou mais palavras por alguma outra que a identifique. Por exemplo, quando falamos do Rio de Janeiro, podemos substituir por Cidade Maravilhosa, ou ainda São Paulo por Cidade da Garoa.

Sinestesia

A sinestesia é usada para mesclar as sensações por órgãos de sentidos diferentes em uma frase, dando mais ênfase ao contexto desejado. Por exemplo, “sua voz era doce ao cantar”, associando o doce ao paladar e a voz, o canto, à audição.

Catacrese

Também conhecida como metáfora desgastada, a catacrese é um tipo de metáfora. Esse tipo de figura de palavra normalmente passa despercebido por nós por ser muito utilizado em nossa comunicação. Associamos um objeto a outro, como em “Quebrei a asa da caneca”.

Comparação

Trata-se de uma comparação explícita, ao contrário do que ocorre na metáfora, onde a comparação é implícita. Nesse caso que tratamos neste tópico, há a comparação de ideias a partir de termos comparativos, por exemplo como, tal qual, tal como, assim, entre outros. Confira um exemplo para melhor compreensão do tema: “ele corria como um guepardo”..

Metonímia

figuras de palavras exemplo
Imagem: Reprodução

Trata-se, neste caso, de uma figura de linguagem usada para substituir outro termo, estabelecendo uma relação de aproximação e contiguidade entre os termos de diversas formas. Por exemplo: “hoje estou lendo Lispector”. Entendemos nessa frase que a leitura é de uma obra da autora, substituindo, portanto, a obra pelo autor.

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Metáfora

Por fim, temos a metáfora, que trabalha fazendo uso de comparações implícitas entre os termos, transformando o sentido denotativo, ou seja, o sentido literal das palavras, em sentido conotativo, figurado.

Por exemplo, “a vida de meu irmão é um mar de rosas”, neste caso não falamos de um mar de rosas literalmente, mas de uma expressão usada para aumentar a emoção ao relatar quão boa está a vida.

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Referências

Novíssima Gramática da Língua Portuguesa – Domingos Paschoal Cegalla

Natália Petrin
Por Natália Petrin

Formada em Publicidade e Propaganda. Atualmente advogada com pós-graduação em Lei Geral de Proteção de Dados e Direito Processual Penal. Mestranda em Criminologia.

Como referenciar este conteúdo

Petrin, Natália. Figuras de Palavras. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/portugues/figuras-de-palavras. Acesso em: 18 de April de 2024.

Teste seu conhecimento

01. [ENEM]

Metáfora
Gilberto Gil

Uma lata existe para conter algo,
Mas quando o poeta diz: “Lata”
Pode estar querendo dizer o incontível

Uma meta existe para ser um alvo,
Mas quando o poeta diz: “Meta”
Pode estar querendo dizer o inatingível

Por isso não se meta a exigir do poeta
Que determine o conteúdo em sua lata

Na lata do poeta tudonada cabe,
Pois ao poeta cabe fazer

Com que na lata venha caber
O incabível

Deixe a meta do poeta, não discuta
Deixe a sua meta fora da disputa
Meta dentro e fora, lata absoluta
Deixe-a simplesmente metáfora.

Disponível em: http://www.letras.terra.com.br. Acesso em: 5 fev. 2009.

A metáfora é a figura de linguagem identificada pela comparação subjetiva, pela semelhança ou analogia entre elementos. O texto de Gilberto Gil brinca com a linguagem remetendo-nos a essa conhecida figura. O trecho em que se identifica a metáfora é:

a) “Uma lata existe para conter algo”.

b) “Mas quando o poeta diz: ‘Lata’”.

c) “Uma meta existe para ser um alvo”.

d) “Por isso não se meta a exigir do poeta”.

e) “Que determine o conteúdo em sua lata”.

 

02. [Fuvest]

[José Dias] Teve um pequeno legado no testamento, uma apólice e quatro palavras de louvor. Copiou as palavras, encaixilhou-as e pendurou-as no quarto, por cima da cama. “Esta é a melhor apólice”, dizia ele muita vez. Com o tempo, adquiriu certa autoridade na família, certa audiência, ao menos; não abusava, e sabia opinar obedecendo. Ao cabo, era amigo, não direi ótimo, mas nem tudo é ótimo neste mundo. E não lhe suponhas alma subalterna; as cortesias que fizesse vinham antes do cálculo que da índole. A roupa durava-lhe muito; ao contrário das pessoas que enxovalham depressa o vestido novo, ele trazia o velho escovado e liso, cerzido, abotoado, de uma elegância pobre e modesta. Era lido, posto que de atropelo, o bastante para divertir ao serão e à sobremesa, ou explicar algum fenômeno, falar dos efeitos do calor e do frio, dos polos e de Robespierre. Contava muita vez uma viagem que fizera à Europa, e confessava que a não sermos nós, já teria voltado para lá; tinha amigos em Lisboa, mas a nossa família, dizia ele, abaixo de Deus, era tudo.

(Machado de Assis, Dom Casmurro.)

Considerado o contexto, qual das expressões sublinhadas foi empregada em sentido metafórico?

a) “Teve um pequeno legado”.

b) “Esta é a melhor apólice”.

c) “certa audiência, ao menos”.

d) “ao cabo, era amigo”.

e) “o bastante para divertir”.

01. [E]

02. [B]

 

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