Coesão textual

A coesão textual é usada para que um texto não fique cansativo em sua leitura, e deve ainda relacionar de forma harmoniosa os parágrafos do texto.

Falar em produção de textos pode ser assustador para muitas pessoas, mas não precisa ser assim. É preciso, para produzir um bom texto, dar bastante atenção a alguns detalhes importantes. Entre eles, estão a coesão e a coerência textual. Quando falamos em coesão, estamos falando sobre uma ligação harmoniosa que deve haver entre os parágrafos, criando uma relação de significância entre eles. Já a coerência refere-se à lógica interna do texto. O tema abordado deve, portanto, permanecer sem distorções, de forma a facilitar a compreensão da mensagem a ser passada. Esse artigo, entretanto, refere-se somente à coesão.

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Coesão

A coesão, como mencionamos anteriormente, nada mais é do que organizar o texto para que os parágrafos que o compõe sejam harmoniosos. Imagine um texto que está carregado de palavras que se repetem, desde o seu início. Isso torna a leitura cansativa e o entendimento difícil, correto? Para evitar esse tipo de situação, podemos usar inúmeros termos que substituem a ideia apresentada anteriormente, evitando, dessa forma, a repetição. Para isso, podemos usar as conjunções, pronomes, advérbios, entre outros. Confira um exemplo para facilitar o entendimento. Na frase “A magia das palavras é enorme, pois elas expressam a força do pensamento. As mesmas têm o poder de transformar e de conscientizar”, podemos notar que “elas” e “as mesmas” referem-se à “palavras”.

Tipos de coesão

Coesão por referência

Trata-se de um dos tipos mais usados de coesão, e com ela podemos evitar diversas repetições de termos. Por exemplo: “Os alunos do terceiro ano foram visitar o Museu da Língua Portuguesa. Eles foram acompanhados pelos professores da escola”. Ao invés de “Os alunos do terceiro ano foram visitar o Museu da Língua Portuguesa. Os alunos do terceiro ano foram acompanhados pelos professores da escola”.

Coesão por substituição

A coesão por substituição é usada por meio do emprego de palavras e expressões que retomam termos por meio da anáfora. Por exemplo: “Os alunos foram advertidos pelo mau comportamento. Caso isso volte a acontecer, eles serão suspensos”, ao invés de “Os alunos foram advertidos pelo mau comportamento. Caso o mau comportamento volte a acontecer, os alunos serão suspensos.

Coesão por elipse

Esse tipo de coesão é dada por meio da omissão de palavras sem haver comprometimento com relação à clareza de ideias da oração. Por exemplo: “Maria faz o almoço e ao mesmo tempo conversa ao telefone com a amiga” ao invés de “Maria faz o almoço e ao mesmo tempo Maria conversa ao telefone com a amiga”.

Coesão por conjunção

Trata-se do tipo de coesão em que há a possibilidade de relacionar os termos por meio do emprego adequado de conjunções. Por exemplo “Como não consegui os ingressos a tempo, não fui ao teatro, contudo, assisti à transmissão online da peça”.

Coesão lexical

Por fim, a coesão lexical se dá por meio da utilização de sinônimos, pronomes, heterônimos ou hipônimos, como no exemplo a seguir: “Machado de Assis é considerado o maior escritor Brasileiro. Gênio maior de nossas letras, foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras”. Nesse caso, “gênio maior” refere-se à “Machado de Assis”, como uma forma de caracterizá-lo e não repetir o nome.

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Referências

Novíssima Gramática da Língua Portuguesa – Domingos Paschoal Cegalla

Natália Petrin
Por Natália Petrin

Formada em Publicidade e Propaganda. Atualmente advogada com pós-graduação em Lei Geral de Proteção de Dados e Direito Processual Penal. Mestranda em Criminologia.

Como referenciar este conteúdo

Petrin, Natália. Coesão textual. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/portugues/coesao-textual. Acesso em: 29 de March de 2024.

Teste seu conhecimento

01. [Enem – 2013] Gripado, penso entre espirros em como a palavra gripe nos chegou após uma série de contágios entre línguas. Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe que disseminou pela Europa, além do vírus propriamente dito, dois vocábulos virais: o italiano influenza e o francês grippe. O primeiro era um termo derivado do latim medieval influentia, que significava “influência dos astros sobre os homens”. O segundo era apenas a forma nominal do verbo gripper, isto é, “agarrar”. Supõe-se que fizesse referência ao modo violento como o vírus se apossa do organismo infectado.

RODRIGUES. S. Sobre palavras. Veja, São Paulo, 30 nov. 2011.

Para se entender o trecho como uma unidade de sentido, é preciso que o leitor reconheça a ligação entre seus elementos. Nesse texto, a coesão é construída predominantemente pela retomada de um termo por outro e pelo uso da elipse. O fragmento do texto em que há coesão por elipse do sujeito é:

a) “[…] a palavra gripe nos chegou após uma série de contágios entre línguas.”

b) “Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe […]”.

c) “O primeiro era um termo derivado do latim medieval influentia, que significava ‘influência dos astros sobre os homens’.”

d) “O segundo era apenas a forma nominal do verbo gripper […]”.

e) “Supõe-se que fizesse referência ao modo violento como o vírus se apossa do organismo infectado.”

 

02. [Enem – 2011] Cultivar um estilo de vida saudável é extremamente importante para diminuir o risco de infarto, mas também de problemas como morte súbita e derrame. Significa que manter uma alimentação saudável e praticar atividade física regularmente já reduz, por si só, as chances de desenvolver vários problemas. Além disso, é importante para o controle da pressão arterial, dos níveis de colesterol e de glicose no sangue. Também ajuda a diminuir o estresse e aumentar a capacidade física, fatores que, somados, reduzem as chances de infarto. Exercitar-se, nesses casos, com acompanhamento médico e moderação, é altamente recomendável.

ATALIA, M. Nossa vida. Época. 23 mar. 2009.

As ideias veiculadas no texto se organizam estabelecendo relações que atuam na construção do sentido. A esse respeito, identifica-se, no fragmento, que

a) a expressão “Além disso” marca uma sequenciação de ideias.

b) o conectivo “mas também” inicia oração que exprime ideia de contraste.

c) o termo “como”, em “como morte súbita e derrame”, introduz uma generalização.

d) o termo “Também” exprime uma justificativa.

e) o termo “fatores” retoma coesivamente “níveis de colesterol e de glicose no sangue”.

01. [E]

02. [A]

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