Mario Quintana

Mario Quintana foi um poeta e romancista brasileiro tido como um dos escritores mais populares do Brasil pelo verso simples e linguagem coloquial.

Conhecido como o “poeta das coisas simples”, Mario Quintana foi escritor, poeta, jornalista e poeta modernista. Além de ser um dos maiores poetas do século XX, Quintana também era um tradutor nato.

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Nascido na cidade de Alegrete, interior do Rio Grande do Sul, Mario de Miranda Quintana despertaria para o mundo no dia 30 de julho de 1906. Filho de farmacêutico, viveu a infância na cidade natal, onde, desde os primórdios escolares, já mostrava avanço notório.

Aos 13 anos de idade deixava o interior e rumava à capital do estado, Porto Alegre. Já no Colégio Militar de Porto Alegre mostrava o dom da escrita, ao ter como passatempo a atividade no Internato.

mario quintana
(Imagem: Reprodução)

Iniciou os trabalhos com publicações no jornal da escola. Anos mais tarde, trabalharia alguns meses na editora e livraria O Globo. Além disso, foi jornalista e colaborador constante do Diário de Notícias de Porto Alegre, Revista do Globo, Estado do Rio Grande e Correio do Povo.

Além do notório trabalho como jornalista, foi também tradutor. Seu portfólio consta obras de Voltaire, Balzac, Proust e outros. Entre os anos de 1926 e 1927 seus pais falecem, e, logo em seguida, ruma para o Rio de Janeiro.

Apenas 6 meses na capital carioca, decide retornar a Porto Alegre, onde viveria o restante da sua vida. Faleceu na capital gaúcha, aos 87 anos, vítima de um ataque cardíaco.

Características de Mário Quintana

Mario Quintana é tido como o poeta da linguagem simples. Com detalhes que denunciam sua escrita, Quintana criou um modo bastante pessoal de elaborar seus poemas e caracterizar sua linguagem.

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Entre as principais características é possível citar:

  • Linguagem coloquial;
  • Analogias com questões do dia a dia da população;
  • Trabalho com assuntos do cotidiano;
  • Simplicidade na linguagem;
  • Acessível às mais variadas classes sociais;
  • Rejeição à linguagem rebuscada;
  • Jogo de palavras constante;

Obras de Mario Quintana

  • A Rua dos Cataventos, de 1940;
  • Canções, de 1945;
  • Sapato Florido, de 1947;
  • Espelho Mágico, de 1951;
  • Batalhão das Letras, 1948;
  • O Aprendiz de Feiticeiro, 1950;
  • Poesias, de 1962;
  • Pé de Pilão, de 1968;
  • Quintanares, de 1976;
  • Esconderijos do Tempo, de 1980;
  • Nova Antologia Poética, de 1982;
  • Nariz de Vidro, de 1984;
  • Baú de Espantos, de 1986;
  • Preparativos de Viagem, de 1987;
  • Velório sem Defunto, de 1990;

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Referências

História da literatura brasileira: Das origens ao romantismo Livro – Massaud Moisés

Mateus Bunde
Por Mateus Bunde

Graduado em Jornalismo pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Especialista em Linguagens pelo Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IFSul) e Mestrando em Comunicação pela Universidade do Porto, de Portugal (UP/PT).

Como referenciar este conteúdo

Bunde, Mateus. Mario Quintana. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/literatura/mario-quintana. Acesso em: 19 de April de 2024.

Exercícios resolvidos

1. [UFSC]

Em relação a Mario Quintana, sua obra e o excerto abaixo, do livro Poemas, é CORRETO afirmar que:

Fere de leve a frase… E esquece… Nada /Convém que se repita… / Só em linguagem amorosa agrada / A mesma coisa cem mil vezes dita.

I. São características de Mario Quintana, entre outras: a natureza pessoal, quase autobiográfica, de sua obra; o cultivo da forma; e o humor.

II. Percebe-se, no excerto acima, uma preocupação metalinguística do autor, que extravasa em alguns poemas suas próprias concepções sobre a poesia.

III. A ideia de o poema ser ‘único’, uma das características da obra de Mario Quintana, está presente no excerto acima.

IV. O texto poético caracteriza-se por apresentar muitas inversões que atendem estilisticamente ao ritmo dos versos. No excerto, por exemplo, a palavra ‘só’ pode ser deslocada: ‘em linguagem amorosa só agrada’, sem alteração de significado.

a) I, II e IV.

b) II e IV.

c) III e IV.

d) I e II.

Resposta: A

2. [UERJ]

Os poemas

Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam voo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto;
alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti…

Mario Quintana

Eles não têm pouso
nem porto 
(v. 6-7)

Os versos acima podem ser lidos como uma pressuposição do autor sobre o texto literário. Essa pressuposição está ligada ao fato de que a obra literária, como texto público, apresenta o seguinte traço:

a) é aberta a várias leituras

b) provoca desejo de transformação

c) integra experiências de contestação

d) expressa sentimentos contraditórios

Resposta: A

3. [PUC]

Na seguinte narrativa curta de Mário Quintana, podemos observar algumas características da obra do escritor:

História

“Era um desrecalcado, pensavam todos. Pois já assassinara uma bem-amada, um crítico e um amigo. Mas nunca mais encontrou amada, nem crítico, nem amigo. Ninguém mais que lhe mentisse, ninguém mais que o incompreendesse, nem nunca mais um inimigo íntimo…
E vai daí ele se enforcou.”

Selecione a alternativa que melhor descreve as características da obra de Mário Quintana:

a) A destruição indiscriminada, cega e desumana do mundo circundante.

b) Individualismo autêntico e generoso, mas carregado de crítica social.

c) Desconfiança diante das convenções sociais estabelecidas.

d) Visão desencantada, irônica e crítica da humanidade, materializada pela força da palavra poética.

e) Nostalgia e saudade dos objetos antigos e do passado.

Resposta: D

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