Dom Casmurro

Romance de Machado de Assis, Dom Casmurro foi publicado, primeiramente, em 1899 e traz temas como ciúmes e desconfiança.

Dom Casmurro é um dos romances mais conhecidos de Machado de Assis, célebre escritor que, através de um discurso crítico e irônico, relata temas cotidianos comuns da época e, muitas vezes, recorrentes até hoje.

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Com esta obra atemporal não é diferente: entre as temáticas que rodeiam o narrador – Bentinho – e uma das personagens femininas mais marcantes da literatura brasileira – Capitu -, encontram-se ciúmes, desconfiança, paranoias e, quem sabe, traição. Vamos estudar um pouco sobre um dos romances mais importantes de nossa literatura?

Personagens

  • Bento Santiago (Bentinho): narrador e protagonista da história. Faz parte da elite carioca e ganha o apelido de “Dom Casmurro” por ser teimoso, turrão, cínico, reclamão…
  • Capitolina (Capitu): grande amor e esposa de Bentinho. Diferentemente do marido, vem de família pobre e se mostra inteligente e à frente de seu tempo.
  • Escobar: melhor amigo de Bentinho.
  • Sancha: esposa de Escobar e amiga de Capitu.
  • Ezequiel: filho de Capitu e Bentinho, de quem o narrador passa a desconfiar sobre a paternidade.
  • Dona Glória: mãe de Bentinho, extremamente devota.
  • José Dias: amigo da família de Bentinho que vive de favores em Matacavalos, junto com Dona Glória.
  • Dona Justina: prima de Dona Glória, estereótipo da mulher mais velha e futriqueira.
  • Tio Cosme: irmão de Dona Glória. Coloca-se em posição neutra com relação às grandes decisões da obra.
  • Senhor Pádua e Dona Fortunata: pais de Capitu, de origem humilde, que desejam que a filha melhore de vida.

Resumo da obra

Larissa Costa

Bento Santiago é o narrador e é membro da elite carioca no fim do século XIX. Já na fase adulta, ele conta a história de sua vida confortável e cheia de privilégios.

Dona Glória fizera uma promessa, mesmo antes de Bentinho nascer. Se um filho seu “vingasse”, ou seja, viesse ao mundo com vida e saúde, o destino desse menino seria o seminário.

Entretanto, a mulher é alertada pelo agregado José Dias quando Bentinho ainda era adolescente sobre um possível empecilho à promessa dessa personagem devota: seu filho poderia estar de namorico com a filha dos vizinhos, Capitu.

E de fato estava: os dois jovens se descobriram apaixonados um pelo outro e o objetivo de ambos – principalmente de Capitu – era evitar o destino escrito por Dona Glória.

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Contudo, no fim das contas, o menino acaba indo ao seminário. Lá, ele conhece seu grande amigo Escobar, que, juntamente ao protagonista, abandona os estudos clericais para entrar na Universidade.

Bentinho, então, cursa Direito e se casa com Capitu. Escobar se casa com Sancha, amiga de Capitu, e é assim que se forma, de início, um quarteto de grandes amigos muito próximos.

Capitu dá à luz Ezequiel, nome de batismo de Escobar, para homenagear o amigo.

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Após um tempo, Escobar acaba falecendo, e é neste episódio que Bentinho passa a ter certeza da maior desconfiança de sua vida: teria Capitu traído o marido com seu melhor amigo?

Isso ocorre, neste momento, porque Capitu teria se mostrado muito triste com o falecimento de Escobar. Ainda, Bentinho teria se dado conta da semelhança entre seu filho e o finado.

A partir de então, a vida do narrador e seu casamento entram em colapso: não é mais possível sustentar uma relação com tanta desconfiança.

Para evitar rumores na sociedade conservadora da época, a família decide ir para a Europa. Bentinho volta sozinho e vai se tornando, cada vez mais, um homem amargo, solitário, ranzinza – casmurro.

Mais tarde, Capitu falece no exterior e Ezequiel tenta reatar os laços com Bentinho em vão, já que é novamente rejeitado pelo homem que o criou durante a infância.

Ezequiel morre, então, de febre tifoide em uma expedição a Jerusalém. Bentinho termina a história sozinho e alimentando uma dúvida que, para nós, leitores, nunca será de fato solucionada.

Análise

Para analisar e interpretar essa riquíssima obra, é preciso pontuar alguns detalhes:

Espaço

A história se passa, em suma, no Rio de Janeiro. A vida de Bentinho começa na rua de Matacavalos, onde mora com sua família.

Tempo

A história se desenvolve na segunda metade do século XIX. É importante ressaltar que o tempo em Dom Casmurro não se mostra no livro de forma linear.

Bentinho começa a narrar, já depois de velho, toda sua história como se fosse uma retrospectiva. Em meio a toda a narrativa, os diálogos com o leitor e observações do narrador sobre quaisquer assuntos interrompem a ordem cronológica dos fatos.

Narrador

A obra é inteira narrada em 1ª pessoa por Bentinho. A narração de Dom Casmurro é, talvez, o seu aspecto mais instigante.

É muito importante que os leitores tenham consciência de que um narrador como Bentinho não é confiável. Afinal, temos contato somente com a sua versão dos fatos.

O que ele nos conta pode ser verdade? Sim! Mas narradores em primeira pessoa, de um modo geral, têm poder sobre a narrativa. Eles podem manipular a leitura, contando a história de uma maneira que nos faça concordar com suas verdades.

O narrador de Machado faz isso como ninguém; cheio de ironias e com uma aproximação quase exagerada com o leitor, ele faz com que muitos desavisados terminem Dom Casmurro sem questionar suas colocações.

Logo no primeiro capítulo, por exemplo, o narrador traz o seu significado de “Casmurro” e diz ao leitor “Não consultes dicionários”. Ou seja, o que Bentinho quer, desde o começo, é que você acredite nele acima de tudo.

É por esse motivo que não podemos afirmar, com certeza, que Capitu traiu Bentinho. Nós conhecemos uma das personagem mais marcantes da obra machadiana pela ótica de um narrador que não podemos confiar.

Talvez a grande mágica da obra seja essa mesma: um final em aberto, que permite leituras diferentes e, quase sempre, inconclusivas.

Fatores externos

Há leituras que aproximam Dom Casmurro de Otelo, tragédia famosíssima de Shakespeare. Em suma, a peça aborda também o tema da traição, que surge a partir de uma manipulação de Iago sobre Otelo.

Iago fez Otelo acreditar na traição de sua amada Desdêmona, que acaba sendo assassinada pelo protagonista. A diferença entre a obra de Machado com a de Shakespeare é que, na última, Otelo descobre que não passava de uma armação e que, na verdade, não ocorrera traição alguma.

Algumas outras aproximações são feitas com os nomes das personagens: em Shakespeare, Iago é o manipulador da história. Em Machado? Bento Santiago.

Vale ler ambas as obras para que as aproximações e intertextualidades fiquem mais claras.

Contexto histórico

A obra se situa na fase realista da literatura brasileira. Isso é percebido por algumas características da obra: capítulos curtos, pessimismo, ironias refinadas, diálogos com leitor, forma livre e denúncia social.

Sobre o último fator, Machado o faz de maneira tão refinada e sutil que muitos não captam o que é denunciado.

Na época era instaurado o governo de Dom Pedro II, marcado por crises sociais e econômicas. Era necessário se agarrar ao que fosse possível para subir de vida.

Capitu, por exemplo, viu no casamento com Bentinho uma oportunidade de ascensão. Sua condição social fez dela, desde muito jovem, uma personagem esperta, que sabia lidar com quaisquer situações com destreza e dissimulação para alcançar os objetivos.

Fora isso, é possível encontrar, não só em Dom Casmurro, mas nas obras machadianas em geral, denúncias ao sistema escravocrata a à sociedade burguesa da época. Mas muita atenção: isso é feito nas entrelinhas. Nada é tão explícito na literatura de Machado de Assis.

Adaptações: filmes e séries

Existem algumas adaptações de Dom Casmurro, tanto no cinema quanto na televisão. Vamos conhecer algumas delas?

Capitu (1968)


Dirigido por Paulo César Saraceni, este filme belíssimo tem na equipe de roteiristas ninguém menos que Lygia Fagundes Telles. No elenco, Isabella Campos, Othon Bastos e Raul Cortez são Capitu, Bentinho e Escobar.

Dom (2003)


Estrelado por Maria Fernanda Cândido, Marcos Palmeira e Bruno Garcia, essa adaptação traz a trama de Dom Casmurro aos tempos de hoje. Uma leitura muito bem feita pelo diretor Moacyr Góes.

Capitu (2004)


Adaptação produzida pela Rede Globo com um olhar poético e sublime. No vídeo, algumas cenas da série com uma música da trilha sonora. Aqui, a Maria Fernanda Cândido interpreta a Capitu mais uma vez na fase adulta.

Lembrando que as adaptações não precisam ser totalmente fiéis ao livro. Por isso, se procurarmos bem, devem haver várias outras histórias no cinema e na TV que foram inspiradas por esse grande clássico.

Entenda mais sobre a obra

Que tal entrar em contato com outras visões sobre Dom Casmurro? Assista aos vídeos abaixo e mergulhe de vez na trama:

Uma resenha + análise de Dom Casmurro


Neste vídeo, Luigi Ricciardi faz um comentário bem completo sobre essa famosa obra de Machado de Assis. Sua explicação percorre tanto questões de enredo como elementos históricos e estéticos. Vale a pena assistir!

Por que você deve ler Dom Casmurro?


Um resumo completíssimo que traz ainda algumas interpretações possíveis para essa grande obra de Machado de Assis. Vai ser difícil você não se convencer de que precisa ler este livro logo!

Resumo ilustrado


Resumo curtinho e ilustrado para entender melhor a história de Dom Casmurro. Bem fácil de visualizar os pontos altos da obra, mas não substitui a leitura do livro, viu?!

Capitu traiu Bentinho?


O canal Toga Voadora traz um verdadeiro julgamento sobre a maior dúvida não respondida da história da literatura brasileira: Capitu traiu ou não Bento Santiago? Assista até o final e chegue às suas próprias conclusões.

Entretanto, lembre-se do mais importante: o livro permite ambas as conclusões. Você pode defender o que mais fizer sentido de acordo com sua leitura, mas é preciso que sua teoria seja devidamente sustentada pelos detalhes que a obra nos oferece.

Sobre o autor

Machado de Assis fotografado por Marc Ferrez, 1890.

Joaquim Maria Machado de Assis nasceu em 1839, no Morro do Livramento, Rio. Gago, epiléptico, tímido e muito reservado, o escritor era filho de mulatos e aos dezesseis anos se tornou tipógrafo na Imprensa Nacional.

Foi ali que iniciou o interesse pela escrita e, pouco tempo mais tarde, aos dezoito, escreveu seus primeiros versos.

Machado rondava pela elite carioca e boemia. Ocupou cargos públicos e fundou, mais tarde, a Academia Brasileira de Letras, que existe até hoje.

Famoso por suas grandes obras realistas – Dom Casmurro, Memórias Póstumas de Brás Cubas e Quincas Borba -, o autor também teve sua fase romântica, na qual escreveu Helena, Ressurreição, a Mão e a Luva, entre outros.

Foi na fase realista, contudo, que Machado melhor desenvolveu seu estilo de escrita tão elogiado mundialmente, repleto de ironias, diálogos com o leitor, denúncias sociais e despreocupado com as convenções de escrita.

Ele também é autor de grandes contos da literatura brasileira, como A Cartomante, Missa do Galo, Pai Contra Mãe e O Espelho.

Frases

Há muitas frases famosas retiradas de Dom Casmurro circulando por aí. Vamos conhecer algumas?

  • Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, “olhos de cigana oblíqua e dissimulada.” Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim.
  • Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para dizer o que foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram.
  • Mas a saudade é isto mesmo; é o passar e repassar das memórias antigas.
  • Os olhos continuaram a dizer cousas infinitas, as palavras de boca é que nem tentavam sair, tornavam ao coração caladas como vinham…
  • Capitu, isto é, uma criatura mui particular, mais mulher do que eu era homem.
  • O ser humano gosta de complicar as coisas, é só uma brisa, quem sabe ela bagunce teu cabelo, quem sabe te acaricie o rosto, quem sabe, quem sabe…
  • Divindade não destrói sonhos, Capitu. Somos nós que ficamos esperando, ao invés de fazer acontecer.
  • A imaginação foi a companheira de toda a minha existência, viva, rápida, inquieta, alguma vez tímida e amiga de empacar, as mais delas capaz de engolir campanhas e campanhas, correndo.
  • Nada se emenda bem nos livros confusos, mas tudo se pode meter nos livros omissos. Eu, quando leio algum desta outra casta, não me aflijo nunca. O que faço, em chegando ao fim, é cerrar os olhos e evocar todas as cousas que não achei nele.
  • Como vês, Capitu, aos quatorze anos, tinha já ideias atrevidas, muito menos que outras que lhe vieram depois; mas eram só atrevidas em si, na prática faziam-se hábeis, sinuosas, surdas, e alcançavam o fim proposto, não de salto, mas aos saltinhos.

Para finalizar, é importante frisar: o que importa é a sua leitura da obra! Há inúmeras interpretações desse livro tão renomado de nossa literatura. Aproveite e tire suas conclusões próprias. Mas, se desejar, mantenha o grande mistério de Dom Casmurro ainda inconclusivo.

Referências

BARRETO, Antonio et al. Para ler o mundo: Língua, literatura e produção de textos. Vol. único. São Paulo: Scipione, 2006.

BOSI, Alfredo.História concisa da literatura brasileira. 43ª ed. São Paulo: Cultrix, 2006.

GLEDSON, John. Machado de Assis: impostura e realismo — Uma reinterpretação de Dom Casmurro. Companhia das Letras: 1991.

GUIMARÃES, Hélio de Seixas. O Machado terra-a-terra de John Gledson. Novos estud. – CEBRAP, São Paulo , n. 77, Mar/2007.

MELO, Cimara Valim de. O tempo como essência de Dom Casmurro. Nau Literária, Porto Alegre, Vol. 4, n. 2, Jul/2008.

Helena Montemezzo
Por Helena Montemezzo

Apaixonada pelas letras e defensora da educação. Às vezes professora, às vezes teacher, aluna pra sempre. Formada em Letras - Português/Inglês pela Universidade Estadual de Maringá (UEM).

Como referenciar este conteúdo

Montemezzo, Helena. Dom Casmurro. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/literatura/dom-casmurro. Acesso em: 26 de April de 2024.

Exercícios resolvidos

1. [UEM]

Leia o capítulo 123, “Olhos de ressaca”, a seguir destacado, retirado de Dom Casmurro, de Machado de Assis, e assinale o que for correto sobre o capítulo e sobre o romance ao qual ele pertence.

“Enfim, chegou a hora da encomendação e da partida. Sancha quis despedir-se do marido, e o desespero daquele lance consternou a todos. Muitos homens choravam também, as mulheres todas. Só Capitu, amparando a viúva, parecia vencer-se a si mesma. Consolava a outra, queria arrancá-la dali. A confusão era geral. No meio dela, Capitu olhou alguns instantes para o cadáver tão fixa, tão apaixonadamente fixa, que não admira lhe saltassem algumas lágrimas poucas e caladas…
As minhas cessaram logo. Fiquei a ver as dela; Capitu enxugou-as depressa, olhando a furto para a gente que estava na sala. Redobrou de carícias para a amiga, e quis levá-la; mas o cadáver parece que a retinha também. Momento houve em que os olhos de Capitu fitaram o defunto, quais os da viúva, sem o pranto nem palavras desta, mas grandes e abertos, como a vaga do mar lá fora, como se quisesse tragar também o nadador da manhã.”

01) O capítulo destacado flagra um momento importante da dúvida de Bentinho, narrador e protagonista do romance, acerca da infidelidade de Capitu. Como acontece em outros momentos da história, essa dúvida é motivada mais por meio de impressões subjetivas do que por meio de fatos concretos.

02) O título do capítulo citado faz referência a uma característica que o narrador, em momento anterior (capítulo 32), havia reconhecido em Capitu, que é a de atrair para ela, como as ondas do mar em dia de ressaca, a afeição de Bentinho. Nesse momento anterior, Bentinho, apaixonado, é quem é atraído pelos “olhos de ressaca” da amada; no texto transcrito, o cadáver de Escobar, segundo a visão de Bentinho, é que é fitado fixamente por Capitu.

04) O fragmento transcrito, assim como outras informações do romance, indica claramente que Capitu traiu Bentinho. Chegamos a essa conclusão
porque o narrador se mostra isento e imparcial ao avaliar o comportamento de Capitu, orientado por um realismo que exclui subjetividade, emoção, ressentimento.

08) Entre os motivos que levam Bento Santiago a suspeitar da traição de Capitu está a semelhança física entre Ezequiel e Escobar. Contudo, o amor por Ezequiel é forte, ao ponto de a morte dele, na Europa, provocar muito sofrimento em Bento Santiago.

16) No trecho transcrito, é possível reconhecer um dos principais argumentos que põe em dúvida a tese da traição defendida pelo narrador. Sendo um narrador em primeira pessoa (o titular do discurso), ele conduz as informações de acordo com seus interesses. Assim, ele interpreta as reações de Capitu como sinais claros de infidelidade e não de amizade. Mas o leitor atento não se convence disso e percebe tratar-se de uma reação motivada pelo ciúme.

Resposta: 19 (01+02+16)

04) Não é possível afirmar com tanta certeza que Capitu traiu Bentinho. Devemos sempre nos lembrar de que temos apenas a versão do narrador sobre os fatos.

08) Bentinho não expressa amor por Ezequiel. Pelo contrário: a morte de quem o tinha como pai não foi motivo de comoção.

2. [UFPR]

Sobre a obra Dom Casmurro, de Machado de Assis, considere as seguintes afirmativas:

1) Logo no início do romance, Bentinho afirma: “Meu fim evidente era atar as duas pontas da vida”. Demonstra assim que, chegando ao final da vida, finalmente compreendeu tudo e pode então relatar com segurança que os acontecimentos que a definiram sucederam-se daquela maneira e pelas razões apontadas.

2) Ao dar a conhecer sua vida desde a infância, o narrador Bentinho procura mostrar como na personalidade de Capitu menina já estavam as qualidades de dissimulação que ele viria a criticar mais tarde.

3) Capitu é uma das personagens mais famosas da literatura brasileira. No entanto, pode-se argumentar que esse “sucesso” se dá, ele próprio, de forma “oblíqua e dissimulada”, já que ela nos é apresentada apenas através das palavras de um narrador que lhe é, a princípio, hostil.

4) Tratando basicamente da vida de Bento Santiago, Dom Casmurro pode ser visto como uma exceção na obra de Machado, que vinha de largos painéis da sociedade carioca em seus primeiros romances (Ressurreição, por exemplo) e seguiria dali em diante para sagas familiares mais amplas (das famílias Cubas e Aires), dentro dos quadros do Realismo que vigorava na literatura de então.

Assinale a alternativa correta.

A) Somente a afirmativa 3 é verdadeira.

B) Somente a afirmativa 4 é verdadeira.

C) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.

D) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.

E) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.

Resposta: C

1) No trecho destacado, na verdade, o narrador se refere à diferença de percepção que ele teve dos fatos na velhice e na adolescência.

4) Dom Casmurro é um dos grandes marcos do Realismo machadiano, juntamente com Memórias Póstumas de Brás Cubas e Quincas Borba. Além disso, a sociedade carioca era bem mais exemplificada nessas três obras realistas.

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