Totalitarismo

O totalitarismo é um regime de governo no qual só um partido político é permitido, chefiado por um líder absoluto, que se mantém no poder usando a força e a violência

Podemos definir o totalitarismo como um regime político no qual um único indivíduo domina todo o Estado, tomando para si todos os tipos de poderes existentes.

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O totalitarismo foi algo presente no contexto do pós-guerra, tendo como suas expressões máximas o Nazismo de Adolf Hitler na Alemanha, o Fascismo de Mussolini na Itália e o Stalinismo de Josef Stalin na União Soviética.

totalitarismo
Imagem: Reprodução

Para a historiadora Hanna Arendt, a principal característica de um regime totalitarista é a eliminação de toda e qualquer oposição política.

Desta forma, para os totalitaristas, a existência de múltiplas organizações partidárias prejudicaria o empenho de toda a nação em direção a um objetivo em comum. Por isso, há a adoção de um sistema unipartidário.

No contexto econômico, a intervenção do Estado é algo intrínseco a um regime totalitarista: o governo procura se enriquecer colocando o mercado em segundo plano.

Assim, o Estado assume o controle de todos os bens e fontes de recursos existentes por meio da administração de empresas estatais.

Também é preciso destacar a ênfase dada pelos regimes totalitaristas na indústria de base, bélica e de tecnologia, setores estes que são estratégicos em casos de eventuais conflitos armados.

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Outra característica marcante do totalitarismo é a existência de uma política de intolerância a quaisquer manifestações contrárias às suas formas de atuar.

Durante os governos instalados ao longo do século XX, muitos cidadãos eram presos, torturados, exilados ou até mesmo mortos por causa de suas ideologias políticas contrárias ao regime instalado.

Os sistemas totalitaristas utilizavam a propaganda como principal instrumento de domínio ideológico da população. Faziam uso da história da nação e das imagens de heróis nacionais para despertar nas pessoas um sentimento de patriotismo e orgulho.

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Imagem: Reprodução

É importante ainda ressaltar que cada regime totalitarista teve certas características peculiares. Além disso, podemos afirmar que, embora o totalitarismo seja algo difícil de ser aceito no mundo atual, predominantemente democrático, é possível localizarmos traços do totalitarismo em políticas adotadas por muitos países.

Meios de controle utilizados pelos regimes totalitaristas

  • Propaganda;
  • Censura;
  • Mensagem subliminar;
  • Partido Único;
  • Militarização;
  • Idolatria do Líder;
  • Nacionalismo Exagerado;
  • Adoção de Hino e Bandeira do Partido.

O totalitarismo, frequentemente, é relacionado à extrema direita

  • Nazismo – Alemanha
  • Fascismo – Itália
  • Franquismo – Espanha
  • Salazarismo – Portugal
  • Integralismo e Getúlio Vargas – Brasil

Mas também podemos considerar os totalitarismos de extrema esquerda e socialistas, o exemplo soviético, chamado de stalinista, bem como o chinês, chamado de maoísta:

Características:

  • Centralização dos processos de tomada de decisão no núcleo dirigente do Partido Único;
  • burocratização do aparelho estatal;
  • Intensa repressão a dissidentes políticos e ideológicos;
  • Dominação Carismática – o líder é considerado como infalível;
  • Patriotismo, orgulho da pátria, nacionalismo exagerado, machismo e xenofobia;
  • Intensa presença de propaganda estatal;
  • Patriotismo como forma de organização dos trabalhadores;
  • Censura aos meios de comunicação e expressão;
  • Paranoia social e patrulha ideológica;
  • Militarização da sociedade e dos quadros do Partido;
  • Expansionismo – expansão territorial;
  • Discurso de um passado glorioso para justificar o nacionalismo exagerado;
  • Busca de um inimigo em comum para justificar o endurecimento do regime.

Referências

Liberdade e  totalitarismo : Os  movimentos  totalitários modernos e o estado de exceção como seu instrumento –   Milton C. Rocha Mattedi

As origens do totalitarismo – Hannah Arendt

Luana Bernardes
Por Luana Bernardes

Graduada em História pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e pós-graduada em Psicopedagogia Institucional e Clínica pela mesma Universidade.

Como referenciar este conteúdo

Bernardes, Luana. Totalitarismo. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/historia/totalitarismo. Acesso em: 25 de April de 2024.

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01. [ENEM]:  Os regimes totalitários da primeira metade do século XX apoiaram-se fortemente na mobilização da juventude em torno da defesa de ideias grandiosas para o futuro da nação. Nesses projetos, os jovens deveriam entender que só havia uma pessoa digna de ser amada e obedecida, que era o líder. Tais movimentos sociais juvenis contribuíram para a implantação e a sustentação do nazismo na Alemanha, e do fascismo, na Itália, Espanha e Portugal. A atuação desses movimentos juvenis caracterizava-se:

a) pelo sectarismo e pela forma violenta e radical com que enfrentavam os opositores ao regime.

b) pelas propostas de conscientização da população acerca dos seus direitos como cidadãos.

c) pela promoção de um modo de vida saudável, que mostrava os jovens como exemplos a seguir.

d) pelo diálogo, ao organizar debates que opunham jovens idealistas e velhas lideranças conservadoras.

e) pelos métodos políticos populistas e pela organização de comícios multitudinários.

 

02. [PUC]:  Ao contrário do historiador contemporâneo ao fascismo – como Franz Neumann, Theodor Adorno e Ângelo Tasca –, nós sabemos, através de Auschwitz, o que é o fascismo ou, ao menos, sabemos qual é a sua prática, ao contrário, ainda, dos historiadores que escreveram no imediato pós-guerra, como Trevor-Hooper, G. Barraclough ou Eric Hobsbawm (até algum tempo), não podemos tratar o fascismo como um movimento morto, pertencente à história e sem qualquer papel político contemporâneo. Encontramo-nos, desta forma, numa situação insólita: sabemos qual a prática e as consequências do fascismo e sabemos, ainda, que não é um fenômeno puramente histórico, aprisionado no passado. Assim, torna-se impossível escrever sobre o fascismo histórico – o que é apenas uma distinção didática – sem ter em mente o neofascismo e suas possibilidades.

FILHO, Daniel Aarão Reis. O século XX. p. 111-2.

Assinale a opção que sintetiza corretamente a ideia contida no trecho acima.

a) O fascismo é um fenômeno definido conceitualmente, cuja prática é identificada pelos historiadores que coexistiram com ele historicamente.

b) O fascismo não é um fenômeno histórico ligado ao passado, ele se insere na política contemporânea atual sob outras formas de atuação.

c) O fascismo não pode ser tratado sem qualquer relação com a política contemporânea, já que hoje sabemos sua prática e suas consequências.

d) O fascismo, conforme os historiadores, é um fenômeno que não poder ser escrito, já que se circunscreve na história contemporânea como passado e presente.

01. [ENEM]

Resposta: A

As juventudes fascistas caracterizavam-se pelos combates de ruas, principalmente contra grupos formados por comunistas, transformando-se nas milícias que dariam parte da sustentação militar dos regimes fascistas.

 

02. [PUC]:

Resposta: B

A alternativa “a” esta está incorreta, pois o fascismo não era conceitual, mas prático, e os historiadores contemporâneos não puderam defini-lo desta forma; “b”, por tratar o fascismo como extinto; e “d”, por poder sim ser escrito, mas não se limitou ao passado, relacionando-se com suas expressões do presente.

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