Revolução urbana

A revolução urbana começou há 10 mil a.C., quando a humanidade se tornou sedentária e passou a produzir o próprio alimento. Desse momento em diante, vilas cada vez mais complexas passaram a se formar.

A revolução urbana pertence à Idade dos Metais e refere-se, em grande parte, aos povos que ocupavam a região conhecida como Crescente Fértil, que engloba o vale do Nilo, uma faixa de terra junto ao mar Mediterrâneo e à Mesopotâmia, no atual Oriente Médio.

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Imagem: Reprodução

Por volta de 10 mil A.C., durante o Período Neolítico, a Terra passou por uma grande mudança no clima, que ocasionou uma série de modificações na vegetação e nos hábitos dos animais. Como consequência, os seres humanos tiveram que se ajustar a um novo ambiente.

O cultivo de plantas e a domesticação de animais foram duas importantes atividades que começaram então a ser exercidas.

A invenção da agricultura

Nos três mil anos seguintes às alterações climáticas, a população humana aumentou de maneira espantosa. A Explicação para esse crescimento relaciona-se à agricultura.

O aprendizado do cultivo de plantas provocou mudanças tão importantes na vida dos seres humanos que o fato também passou a ser conhecido por revolução agrícola.

O plantio sistemático de alguns vegetais, com o trigo e a cevada do Oriente Médio, pôde garantir a sobrevivência de um grande número de pessoas.

Ao dispor de uma fonte segura de alimentos, diversos grupos humanos puderam abandonar os hábitos nômades, estabelecendo-se em aldeias, passando portanto a ser sedentários.

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Após aprender a plantar, o ser humano conseguiu domesticar animais. Com a domesticação de carneiros, cabras, bois, cavalos, e porcos, ele pôde obter não só alimentos, mas uma infinidade de recursos. Como meios de transporte, força motriz e lã.

A agricultura e a domesticação de animais acentuaram a divisão do trabalho já existente. As mulheres, que até então se ocupavam da coleta, passaram a dedicar-lhe também ao cultivo e à colheita de vegetais.

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Os homens, por sua vez, construíam casas, cuidavam do gado, caçavam e fabricavam as ferramentas e armas necessárias.

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Nesse período, as áreas de cultivo e de pastoreio eram coletivas: quase todas as pessoas se ocupavam diretamente da produção de alimentos.

É provável que as possíveis exceções estejam entre aqueles que cuidavam dos rituais sagrados , tornando esses pequenos núcleos cada vez mais complexos.

Vilas, cidades e a revolução urbana se concretiza

Por volta de 6 mil a. C., alguns grupos humanos descobriram a técnica de produção de artefatos de argila cozida (a cerâmica). Na mesma época, aprenderam a converter fibras naturais (linho, lã) em fios e estes em tecido.

Aos poucos começaram a trabalhar com metais para produzir instrumentos. O primeiro foi o cobre.

Cerca de 5 mil anos atrás, graças a experiência com o uso de calor para assar o pão ou para aquecer a argila, foi possível o desenvolvimento da técnica de fusão de metais.

Assim chegou-se ao bronze, resultante da fusão do cobre com o estanho. Tratava-se de um metal resistente o bastante para ser usado na fabricação de utensílios, armas e ferramentas.

A necessidade de aprender técnicas para trabalhar com cerâmica, tecelagem ou metalurgia acabou gerando a especialização. Os indivíduos que dominavam tais técnicas tornavam-se artesãos.

Eram esses os primeiros sinais de uma organização social do trabalho.

A diversidade na produção, a especialização do trabalho e as novas funções na sociedade contribuíram para que algumas comunidades de agricultores se transformassem em vilas e cidades. Constituindo esse fenômeno que conhecemos hoje como revolução urbana.

O aumento da produção criou excedentes (sobras) e, a partir daí, podem ter se intensificado as relações de trocas entre as vilas e mesmo as expedições de saque e conquista.

De qualquer modo, as trocas de excedentes são os primeiros passos da humanidade para a atividade comercial.

O aumento das populações e a intensificação das relações sociais ocasionaram sociedades mais complexas.

Aos poucos, foram se organizando estruturas administrativas permanentes, responsáveis pela coordenação das atividades produtivas, sociais, culturais, de defesa do território, etc.

Pouco depois, nessa mesma região, surgiram os primeiros rudimentos de escrita.

Referências

História, volume único – Divalte Garcia Ferreira

A revolução urbana – Henri Lefebvre

Luana Bernardes
Por Luana Bernardes

Graduada em História pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e pós-graduada em Psicopedagogia Institucional e Clínica pela mesma Universidade.

Como referenciar este conteúdo

Bernardes, Luana. Revolução urbana. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/historia/revolucao-urbana. Acesso em: 29 de March de 2024.

Teste seu conhecimento

01. [FCSCL-SP]: Examine as três proposições, julgando se são verdadeiras ou falsas. Em seguida, assinale a alternativa correta.

I. A Pré-História, época compreendida entre o aparecimento do homem sobre a Terra e o uso da escrita, é dividida tradicionalmente em dois períodos: Paleolítico e Neolítico.

II. A domesticação de animais e o surgimento da agricultura ocorreram apenas após a invenção da escrita, posterior, portanto, ao Neolítico.

III. A duração do Paleolítico é bem mais extensa que a do Neolítico, envolvendo níveis técnicos naturalmente mais primitivos.

a) Todas as proposições são verdadeiras.

b) Apenas as proposições I e II são verdadeiras.

c) Apenas as proposições I e III são verdadeiras.

d) Apenas as proposições II e III são verdadeiras.

e) Todas as proposições são falsas.

 

02. [FGV-SP]: A transição do Paleolítico Superior para o Neolítico (entre 10 000 a.C. e 7000 a.C.) foi acompanhada por algumas mudanças básicas para a humanidade. Entre essas, poderíamos citar:

a) o aparecimento da linguagem falada;

b) a domesticação dos animais e plantas, isto é o aparecimento da agricultura e do pastoreio;

c) o aparecimento da magia e da arte;

d) o povoamento de amplas áreas antes não povoadas, como a Europa Central e Ocidental;

e) o aparecimento de vários novos instrumentos, como a agulha de osso, os arpões, os anzóis, a machadinha, a lança e a faca.

01. [FCSCL-SP]: 

Resposta: A segunda proposição é a única falsa.

O processo de invenção da escrita é o último grande acontecimento que encerra o Neolítico e a Pré-História. Nessa época, já observamos o desenvolvimento de grandes civilizações que, desde muito tempo, já estabeleciam e experimentavam a concepção de técnicas agrícolas e a domesticação dos animais.

 

02. [FGV-SP]: 

Resposta: B

Nesse período observamos a presença das primeiras comunidades responsáveis pelo desenvolvimento da agricultura e a domesticação de animais. Do ponto de vista histórico, essas mudanças trouxeram maior conforto à vida do homem e estabeleceram mais um passo no processo de dominação da natureza. Apesar disso, não podemos dizer que tais descobertas determinaram o fim das comunidades nômades.

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