Movimento Iconoclasta

O movimento iconoclasta teve lugar principalmente no Império Bizantino, e era totalmente contra a idolatria de imagens.

O movimento iconoclasta, ou iconoclastia (derivado do grego, que significa quebrador de imagem), se refere a um grande movimento político religioso que ia contra a veneração de imagens religiosas durante o Império Bizantino que teve início no começo do século VIII, perdurando até o século IX.

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A crença dos seguidores desse movimento era de que as imagens sacras eram ídolos e, consequentemente, a veneração e o culto desses ícones seria, por consequência, idolatria. Existia ainda um movimento que ia em oposição à iconoclastia, que era a iconodulia, ou ainda iconofilia, que deriva também do grego, significando “venerador de imagem”. Estes defendiam o uso das imagens religiosas não para idolatria da imagem em si, mas por acreditarem que a honra a elas prestada referia-se aos protótipos que representam.

História

No ano de 730, Leão III, o Isáurio, imperador, determinou que seria proibida a veneração de ícones, de forma que milhares de imagens foram destruídas pelos iconoclastas, envolvendo desde estátuas e ornamentos de santos em altares de igreja, até mosaios, afrescos, livros e obras de arte. 24 anos depois, em 754, a iconoclastia foi reconhecida por Concílio de Hieria, e apoiada pelo imperador Constantino.

Existem, entretanto, registros de comunidades cristãs primitivas, como as catacumbas, que indicam que desde aquela época Jesus era representado com imagens e iconografias, como cenas bíblicas, entre outros, assim como os santos e anjos também eram representados. Há, entretanto, nos dois primeiros séculos, uma quantidade muito pequena de esculturas e estátuas, já que tinham um custo mais elevado e eram mais difíceis de confeccionar. Já no século III, entretanto, muitas imagens passaram a ser produzidas e usadas pelos fiéis.

No século IV, muitas basílicas, assim como outros templos cristãos, eram decorados com ícones e mosaicos em suas paredes, havendo um grande incentivo dos artistas, principalmente por parte de Basílio, o Grande, que era bispo da Cesareia, a retratar a vida de São João Crisóstomo, entre outros. Mesmo que houvesse esse apoio, entretanto, já nesta época surgem as objeções com relação ao uso de ícones. Eusébio de Cesareia, por exemplo, falava negativamente a respeito de um desejo da irmã do imperador de possuir um ícone de Cristo.

Entre o século IV e o século VI surgiram muitas posições iconoclastas em decorrência da expansão do monofisismo por Severo de Antioquia, líder monofisista, ser contra os ícones de santos, da Virgem Maria e de Jesus Cristo, combatendo, inclusive, a representação do Espirito Santo como uma pomba.

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Quais as causas da iconoclastia?

A associação com o judaísmo e o Islã foi um dos grandes motivos para o surgimento desse movimento. Os imperadores bizantinos queriam destruir um dos principais obstáculos para a aproximação cristã com os judeus e muçulmanos, e isso facilitaria a subordinação dos povos do império dessas religiões. Além disso, até o século VIII, havia uma grande influência da Igreja no Império, e isso não era interessante para os que estavam no poder. Diante disso, imperadores iconoclastas passaram a desviar recursos financeiros e humanos da Igreja para o Estado. A principal fonte de dinheiro dos mosteiros era derivada da confecção de imagem, portanto diminuindo significativamente a verba destes.

Referências

Toda a Historia – História Geral e História do Brasil – José Jobson de Andrade Arruda, Nelson Piletti

Natália Petrin
Por Natália Petrin

Formada em Publicidade e Propaganda. Atualmente advogada com pós-graduação em Lei Geral de Proteção de Dados e Direito Processual Penal. Mestranda em Criminologia.

Como referenciar este conteúdo

Petrin, Natália. Movimento Iconoclasta. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/historia/movimento-iconoclasta. Acesso em: 29 de April de 2024.

Teste seu conhecimento

01. Defina o movimento iconoclasta, ocorrido no Império Bizantino. Complete:

O  movimento iconoclasta caracterizou-se como um longo conflito religioso iniciado pelo imperador Leão III, o qual proibiu o uso e ordenou a destruição das ______________ existentes nos templos. Não obstante, a veneração das imagens foi restabelecida mais tarde.

 

02. Justiniano (527 – 565), no Império Romano do Oriente, enfrentou diferentes dificuldades internas, inclusive nas relações entre a Igreja e o Estado, devido a heresias como a dos monofisistas. Estes, entre outros princípios:

a) Pretendiam a destruição de todas as imagens

b) Negavam a natureza humana de Cristo

c) Defendiam o conhecimento de Deus inspirado no misticismo

d) Admitiam o dualismo de inspiração budista

e) Acreditavam na reencarnação das almas em corpos animais

01. [imagens]

02. [B]

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