Maurício de Nassau

Maurício de Nassau foi um conde e, após 1674, príncipe de um Estado do Sacro Império Romano-Germânico, apelidado posteriormente como “o brasileiro”.

Maurício de Nassau foi um holandês de origem germânica, tendo sido considerado por pesquisadores como um homem tolerante e simpático. Além disso, Nassau ainda era um administrador e empreendedor talentoso.

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De nome Johann Mauritius Van Nassau-Siegen, ou apenas Maurício de Nassau, nasceu na Alemanha, no ano de 1604, em uma tradicional família de nobres.

A casa de Nassau, como era conhecida a mansão da família, veria o primogênito do segundo casamento do conde João VII de Nassau ser um nome de expressão na história do Brasil.

Quem foi Maurício de Nassau?

Maurício de Nassau teve uma educação formal a partir dos 10 anos de idade na Universidade da Basileia. Casa-se anos mais tarde com Margarida de Holstein, e logo ingressa na carreira militar.

A serviço dos Países Baixos, torna-se combatente na Guerra dos Trinta Anos, enfrentando a Espanha, pela qual se destaca e ganha fama. Em 1626 é condecorado Capitão, e três anos mais tarde alcança a patente de Coronel.

No ano de 1632, Maurício de Nassau teria Haia como destino, onde construiria a luxuosa mansão Mauritshuis. O luxuoso projeto arquitetônico, no entanto, foi a ruína para Nassau, que passaria, anos mais tarde, a sofrer com problemas financeiros.

Foram esses problemas que forçaram Nassau a aceitar o convite da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais. O cargo era o comando da colônia holandesa no Brasil, entre os anos de 1636 e 1637, inicialmente.

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Sob o título de governador e comandante-chefe da companhia, Maurício de Nassau conquistaria uma excelente remuneração.

Maurício de Nassau no Brasil

Após aceitar o convite, Nassau desembarca em Recife no ano de 1637. Governaria a colônia ao longo de sete anos. Ao chegar ao território, organizou a região militarmente e expulsou portugueses e espanhóis da região do São Francisco em pouco tempo.

Contexto histórico

A ida de Nassau para a colônia tinha por objetivo restabelecer a administração civil e militar da região. Além disso, reerguer a produção dos engenhos de açúcar, recuperando a economia da capitania.

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Governo Nassau (1937 – 1943)

Sob seu comando, a economia açucareira da região se restabeleceu. Através de métodos renovados de cultivo do fumo e da cana-de-açúcar, o Nordeste voltou a ter uma economia a todo o vapor.

Em Recife, Nassau ainda teria sob responsabilidade:

  • Desenvolvimento de melhor drenagem nos terrenos;
  • Construção de diques, pontes e canais;
  • Construção dos palácios de Friburgo e Boa Vista;
  • Construção de espaços de lazer, como o jardim botânico e um zoológico;
  • Inauguração do observatório astronômico e do museu natural;

Além desses feitos, ganharia créditos pelo desenvolvimento de serviços de primeira linha, como a coleta de lixo e o corpo de bombeiros.

Fim do governo Nassau

No dia 30 de setembro de 1643, o Governo Nassau chegaria ao fim. O então governador receberia a Carta de Dispensa dos Estados Gerais e retornaria para os Países Baixos em 1644.

Exerceria inúmeros outros mandatos na Europa, até o dia de seu falecimento, em 20 de dezembro de 1679, na cidade de Kleve, na Alemanha.

Referências

AZEVEDO, Gislane e SERIACOPI, Reinaldo. História Volume Único. Editora Ática, São Paulo-SP, 1ª edição. 2007, 592 p.

Mateus Bunde
Por Mateus Bunde

Graduado em Jornalismo pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Especialista em Linguagens pelo Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IFSul) e Mestrando em Comunicação pela Universidade do Porto, de Portugal (UP/PT).

Como referenciar este conteúdo

Bunde, Mateus. Maurício de Nassau. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/historia/mauricio-de-nassau. Acesso em: 16 de April de 2024.

Exercícios resolvidos

1. [PUC]

As invasões holandesas no Brasil, no século XVII, estavam relacionadas à necessidade de os Países Baixos manterem e ampliarem sua hegemonia no comércio do açúcar na Europa, que havia sido interrompido

a) pela política de monopólio comercial da Coroa Portuguesa, reafirmada em represália à mobilização anticolonial dos grandes proprietários de terra.

b) pelos interesses ingleses que dominavam o comércio entre Brasil e Portugal.

c) pela política pombalina, que objetivava desenvolver o beneficiamento do açúcar na própria colônia, com apoio dos ingleses.

d) pelos interesses comerciais dos franceses, que estavam presentes no Maranhão, em relação ao açúcar.

e) pela Guerra de Independência dos Países Baixos contra a Espanha, e seus consequentes reflexos na colônia portuguesa, devido à União Ibérica.

Resposta: E

A invasão holandesa no Brasil ocorreu após união entre as coroas espanhola e portuguesa. Após a independência da Holanda, a Espanha promove um embargo econômico sobre a Holanda, o que deixou como única alternativa a invasão dos holandeses no Brasil.

2. [ENEM]

Rui Guerra e Chico Buarque de Holanda escreveram uma peça para teatro chamada Calabar, pondo em dúvida a reputação de traidor que foi atribuída a Calabar, pernambucano que ajudou decisivamente os holandeses na invasão do Nordeste brasileiro, em 1632.

– Calabar traiu o Brasil que ainda não existia? Traiu Portugal, nação que explorava a colônia onde Calabar havia nascido? Calabar, mulato em uma sociedade escravista
e discriminatória, traiu a elite branca?

Os textos referem-se também a esta personagem.

Texto I: “…dos males que causou à Pátria, a História, a inflexível História, lhe chamará infiel, desertor e traidor, por todos os séculos”

Visconde de Porto Seguro, in SOUZA JÚNIOR, A. Do Recôncavo aos Guararapes. Rio de Janeiro: Bibliex, 1949.

Texto II: “Sertanista experimentado, em 1627 procurava as minas de Belchior Dias com a gente da Casa da Torre; ajudara Matias de Albuquerque na defesa do Arraial, onde fora ferido, e desertara em consequência de vários crimes praticados…“ (os crimes referidos são o de contrabando e roubo).

CALMON, P. História do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1959. Pode-se afirmar que:

a) A peça e os textos abordam a temática de maneira parcial e chegam às mesmas conclusões.

b) A peça e o texto I refletem uma postura tolerante com relação à suposta traição de Calabar, e o texto II mostra uma posição contrária à atitude de Calabar.

c) Os textos I e II mostram uma postura contrária à atitude de Calabar, e a peça demonstra uma posição indiferente em relação ao seu suposto ato de traição.

d) A peça e o texto II são neutros com relação à suposta traição de Calabar, ao contrário do texto I, que condena a atitude de Calabar.

e) A peça questiona a validade da reputação de traidor que o texto I atribui a Calabar, enquanto o texto II descreve ações positivas e negativas dessa personagem.

Resposta: E

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