Imperialismo

O Imperialismo consistiu em uma dominação de algumas regiões por parte de países potência, e trouxe consequência tanto para os Impérios quanto para as regiões dominadas.

A política de expansão e o domínio territorial, cultural ou econômico de uma nação sobre as outras é denominado Imperialismo, que quando contemporâneo pode ser chamado também de neocolonialismo, já que apresenta muitas semelhanças com o regime do colonialismo, em vigor entre os séculos XV e XIX. Muitos exemplos de imperialismo podem ser citados no decorrer da história da humanidade, mas estes, em sua maioria, acabaram substituídos por outros ou aniquilados, mas o conceito de imperialismo somente veio a ser reconhecido no início do século XX. O colonialismo moderno é uma expressão do imperialismo e, portanto, não pode viver isoladamente deste. Na década de 1870, o termo imperialismo tornou-se comum no Reino Unido, sendo usado com uma conotação negativa.

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Entre o fim do século XIX e o início do século XX, houveram importantes e significativas mudanças em torno da economia mundial, assim como na tecnologia que, proveniente da Revolução Industrial, acabou por trazer significativos aumentos na produção, gerando a necessidade de mercado consumidor, além de matéria prima barata. O conceito de imperialismo moderno surgiu nesse contexto em que havia duas características fundamentais, que eram a propriedade econômica monopolista e o investimento de capital externo. A capitalização das nações imperialistas ia aumentando gradativamente, já que dominavam o país “colônia” economicamente, assim como adquiriam dele mão de obra barata e matéria prima.

Muitos povos de muitas regiões do mundo foram dominados pelos países imperialistas, mas os mais significativos foram os continentes asiático e africano. Diante disso, três visões se criaram, baseadas no fato de que as populações desses países acreditavam que isso era justo e benéfico levando em consideração o progresso. O etnocentrismo baseava-se na ideia de que alguns povos eram superiores, como os europeus superiores aos asiáticos, africanos e indígenas, por exemplo, e o racismo e o darwinismo que viam a teoria da evolução como algo questionável e discutível, considerando a seleção natural relacionada à ideia de dominação.

Imperialismo

O estudo sistemático do imperialismo veio no ano de 1902 com o livro de mesmo nome de John Hobson, autor inglês. Ele acreditava que o fenômeno aconteceu em decorrência do acúmulo do capital excedente que deveria ser exportado, uma motivação essencial do expansionismo que buscava fontes de mercados e matéria prima. Os principais países que adotaram essa prática do imperialismo foram o Império Otomano, Rússia, Japão, Países Baixos, Espanha, Portugal, Alemanha, Itália, Bélgica, França e Reino Unido.

Como exemplo, podemos mencionar o imperialismo britânico na África do Sul, que foi dominada com a descoberta de minas de diamante em seu território. Ao final do século XIX, a região estava dividida em repúblicas bôeres e em colônias britânicas do Natal e do Cabo, e a descoberta de diamante foi o que deu início às Guerras dos Bôeres, que teve como consequência a dominação efetiva do território por parte do Reino Unido.

Na Índia, país mais afetado pelo Imperialismo Britânico, a imposição da cultura e do domínio militar foi feita por meio da justificativa do Eurocentrismo e do Darwinismo Social. O país teve a Revolta dos Sipaios, como uma forma de tentar acabar com o imperialismo, mas isso foi sufocado. Ganfhi, posteriormente, propôs a luta sem armas, somente com o boicote aos produtos ingleses.

Imagem: Reprodução
Imagem: Reprodução

A Ásia foi dominada de forma gradativa, com alguns pequenos portos que foram abertos em pequenas ilhas no decorrer do século XVIII, porém houve uma desenfreada exploração por parte da Rússia, que ligou seu território à Ásia com uma estrada de ferro às margens do Pacífico Oriental, objetivando a dominação e a influência sobre a Mongólia e a China. O Japão entrou no grupo dos países imperialistas devido à pressão feita pelo Reino Unido e pelos Estados Unidos. Decidiram, portanto, abrir portos para países ocidentais, causando revoltas que ficaram conhecidas como a Restauração Meiji, objetivando restaurar os poderes plenamente ao Imperador. Isso trouxe um imenso crescimento econômico e Industrial, incluindo o país na disputa imperialista e a tornando mais competitiva para o Reino Unido, França, Rússia e Estados Unidos.

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O Exército japonês invadiu a China, e acabou anexando seu território e o Reino Unido começou a investir por meio de acordos comerciais com o Imperador da China que, em 1839, proíbe o comércio de Ópio, que era comercializado pelo Reino Unido. A comercialização continuou, e por isso a China afundava alguns dos navios britânicos, o que gerou a guerra contra a China. O Reino Unido venceu e teve que ceder Hong-Kong e abrir os portos. No ano de 1884, houve a Conferência de Berlim, objetivando acabar com as disputas e promover a partilha amigável do território africano, reunindo representantes das potências europeias. França e Inglaterra foram beneficiadas, tendo controle sobre um número maior de colônias, além de estas estarem em áreas economicamente interessadas, mas os povos das regiões, é claro, não foram consultados quanto às decisões tomadas com relação à partilha.

Referências

Imperialismo e Cultura – O Ianni
Da revolução industrial inglesa ao Imperialismo – EJ Hobsbawn, DM Garschagen

Natália Petrin
Por Natália Petrin

Formada em Publicidade e Propaganda. Atualmente advogada com pós-graduação em Lei Geral de Proteção de Dados e Direito Processual Penal. Mestranda em Criminologia.

Como referenciar este conteúdo

Petrin, Natália. Imperialismo. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/historia/imperialismo. Acesso em: 29 de March de 2024.

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01. [Fuvest] A conquista da Ásia e da África, durante a segunda metade do século XIX, pelas principais potências imperialistas objetivava
a) a busca de matérias primas, a aplicação de capitais excedentes e a procura de novos mercados para os manufaturados.
b) a implantação de regimes políticos favoráveis à independência das colônias africanas e asiáticas.
c) o impedimento da evasão em massa dos excedentes demográficos europeus para aqueles continentes.
d) a implantação da política econômica mercantilista, favorável à acumulação de capitais nas respectivas Metrópoles.
e) a necessidade de interação de novas culturas, a compensação da pobreza e a cooperação dos nativos.

02. [Puc-RJ] Assinale a alternativa correta a respeito da expansão imperialista na Ásia e na África, na segunda metade do século XIX.
a) Ela derivou da necessidade de substituir os mercados dos novos países americanos, uma vez que a constituição de Estados nacionais foi acompanhada de políticas protecionistas.
b) Ela foi motivada pela busca de novas fontes de matérias-primas e de novos mercados consumidores, fundamentais para a expansão capitalista dos países europeus.
c) Ela foi conseqüência direta da formação do Segundo Império alemão e da ampliação de suas rivalidades em relação ao governo da França.
d) Ela atendeu, primordialmente, às necessidades da expansão demográfica em diversos países europeus, decorrente de políticas médicas preventivas e programas de saneamento básico.
e) Ela viabilizou a integração econômica mundial, favorecendo a circulação de riquezas, tecnologia e conhecimentos entre povos e regiões envolvidos.

01. [A]
02. [B]

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