Helenismo

Helenismo designa a fusão da cultura grega com a egípcia e persa, entre os século IV e I a.C. Tal fusão foi possível pelas conquistas territoriais de Alexandre, O Grande.

O Período Helenístico (ou Helenismo) compreende o período que se estende desde do século IV a.C. até o início da Idade Média, apresentando características gregas e romanas.

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Seu início está intrinsecamente ligado à figura de Alexandre, o Grande, rei da Macedônia, e às suas expedições e conquistas.

A palavra helenismo, do grego hellenismós, significa “falar grego”. Assim, helenista é o nome dado àqueles que utilizaram o idioma grego para se comunicar.

Dessa forma, o termo helenismo passou a representar o fenômeno de aculturação dos outros povos que, não sendo gregos ou orientais, adotaram a cultura e a forma de viver e conceber o mundo dos gregos.

Para que tal transformação fosse efetuada, foi fundamental a figura de Alexandre, conhecido como o maior conquistador e estrategista da Antiguidade.

As conquistas de Filipe e Alexandre da Macedônia

Localizada ao norte da Grécia, a Macedônia era governada pelo rei Filipe II desde 356 a.C.

Do ponto de vista cultural, o reino não tinha os mesmos recursos que suas cidades vizinhas, as cidades gregas. Mas Filipe percebia o enfraquecimento dos gregos e possuía ambições expansionistas.

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Assim, depois de organizar um poderoso exército, Filipe planejou a conquista dos territórios da Grécia e começou lentamente a intervir nas cidades gregas.

Quando garantiu a hegemonia sobre a Grécia, por volta de 338 a. C, Filipe decidiu declarar guerra ao Império Persa que se encontrava enfraquecido por disputas internas.

Para isso formou com as cidades gregas a Liga de Corinto, porém foi assassinado em 336 a.C, antes de qualquer ataque.

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Seu plano seria executado então por seu filho e sucessor, Alexandre.

A partir de 334 a.C, Alexandre ocupou a Ásia menor e, sucessivamente, derrotou os persas, invadiu a Fenícia e dominou o Egito.

Por fim, esmagou novamente os persas em 331 a.C, na batalha de Arbelas. Proclamou-se sucessor de Dario III e lançou seu exército na conquista da Índia.

Alexandre morreu em 323 a.C. vítima de malária com 33 anos. Nesta época seu império se estendia da Macedônia até o Egito e do Egito até o rio Indo.

helenismo
Imagem: Reprodução

Esses reinos conquistados foram chamados de reinos helenísticos. Aos poucos, cada um deles foi conquistado pelos romanos no decorre dos séculos II e I a.C.

O helenismo

Alexandre Magno ou Alexandre, o Grande, como também ficou conhecido, conquistou um vasto território em poucos anos.

Entretanto, seus objetivos não eram estritamente militares. Havia também a intenção de integrar diversas culturas num único império.

Suas conquistas ampliaram o intercâmbio cultural e econômico entre os vários povos da Antiguidade e, sobretudo, estimularam a integração entre as culturas grega, egípcia e persa.

A partir dessa integração, denominada helenismo, desenvolveram-se novas expressões culturais, econômicas e políticas nas regiões conquistadas.

Alexandre trouxe prosperidade econômica ao seu império ao recuperar canais de irrigação, efetuar melhorias nos portos, estimular o comércio e o artesanato.

Fundou também muitas cidades, que acabaram por se destacar como centros culturais. As conquistas de Alexandre tiveram várias consequências, entre as quais:

  • O deslocamento para o Oriente do centro econômico e político do mundo antigo, situado na Grécia até então;
  • A fundação e o crescimento de muitas cidades, como Alexandria, Pérgamo e Antioquia, que se tornaram grandes centros comerciais e de produção artesanal;
  • O desenvolvimento de muitas áreas do conhecimento, principalmente da matemática.

A cultura no Período Helenístico

Com as conquistas de Alexandre, a cultura no Mundo Antigo sofreu grandes transformações.

No século III a.C, Alexandria, no Egito, se tornaria o principal pólo de produção intelectual do Mundo Antigo.

Nessa cidade, foi construída uma grandiosa biblioteca, que chegou a ter quatrocentos mil volumes, atraindo pensadores das mais diversas regiões.

Além da biblioteca, Alexandria também contava com uma espécie de museu, um centro de pesquisas mantido pelo governo.

Nele trabalharam importantes pensadores como Euclides (geometria), Arquimedes física e matemática), Eratóstenes (geografia e astronomia) e Aristarco (astronomia).

No campo de filosofia, durante o helenismo destacaram Epicuro e Zenão, que viveram em Atenas e foram os criadores do epicurismo e estoicismo, respectivamente.

Na área da história, o nome de destaque durante o período helenístico é de Políbio, que viveu no século II a.C. Sua principal obra, História geral, narra a conquista dos territórios dos reinos helenísticos pelos romanos.

Referências

O  helenismo: consolidação de uma nova ordem social e de uma nova mentalidade – Osmar Martins de Souza, José Joaquim M. Pereira.

 

História – Divalte Garcia Figueira

 

 

Luana Bernardes
Por Luana Bernardes

Graduada em História pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e pós-graduada em Psicopedagogia Institucional e Clínica pela mesma Universidade.

Como referenciar este conteúdo

Bernardes, Luana. Helenismo. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/historia/helenismo. Acesso em: 29 de March de 2024.

Teste seu conhecimento

01. [UFRN]: Felipe II, rei da Macedônia, conquistou a Grécia. Seu filho, Alexandre, o Grande, consolidou as conquistas do pai e expandiu o império em direção à Ásia, chegando até a Índia. Na perspectiva histórica, a obra de Alexandre e de seus sucessores imediatos foi importante porque:

a) substituiu a visão mística do mundo, presente nos povos orientais, pelo reconhecimento intelectual proveniente da razão e do raciocínio lógico.

b) favoreceu a difusão do modelo político das cidades-Estados da Grécia pelas regiões conquistadas no Oriente, estimulando um governo fundamentado na liberdade e na democracia.

c) suplantou o poder despótico predominante nos grandes impérios orientais, os quais atribuíam aos governantes uma origem divina.

d) possibilitou o intercâmbio de culturas, difundindo as tradições gregas nas terras do Oriente, enquanto as mesopotâmicas, egípcias, hebraicas e persas expandiram-se para o Ocidente.

 

02. [FAAP]: As consequências das conquistas de Alexandre, o Grande, entre outras, foram:

1. Formação de grandes focos da cultura helenística: Alexandre fomentou a fusão entre vencedores e vencidos. Generais gregos e macedônicos casaram-se com mulheres persas. Ele mesmo desposou a filha do rei Dário III, Roxana.

2. Difusão da cultura grega: a língua grega foi assimilada por muitos povos. A escrita grega substituiu a escrita cuneiforme e demótica. A indumentária grega e o mobiliário foram adotados pelos vencidos, bem como cerimônias, danças e canções.

3. Progresso econômico: com o desenvolvimento do comércio e da agricultura, o tráfico da seda e da porcelana intensificou-se. As cidades tornaram-se grandes centros mercantis. Os portos foram restaurados. Estradas foram abertas. Levantaram-se fortalezas para proteger as caravanas de mercadores.

Responda com apoio no seguinte código:

a) desde que apenas 1 esteja correta.

b) desde que apenas 2 esteja correta.

c) desde que apenas 3 esteja correta.

d) desde que todas estejam corretas.

e) desde que todas estejam erradas.

01. [UFRN]

Resposta: D

A ação denominada de helenismo, o intercâmbio entre os diferentes povos do Império, foi uma das grandes contribuições da expansão imperial conseguida por Alexandre, o Grande.

 

02. [FAAP]

Resposta: D

O helenismo foi uma ação de Alexandre para fundir as culturas ocidental e oriental, dos gregos e demais povos que foram conquistados.

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