Governo José Sarney

O Governo José Sarney foi o primeiro mandato presidencial após a redemocratização do Brasil depois de duas décadas dentro de um regime militar.

O Governo José Sarney foi um marco na história política do Brasil. O presidente, então substituto do eleito Tancredo Neves, se torna o primeiro chefe de estado após a redemocratização do país.

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José Sarney é um político maranhense, nascido no ano de 1930. Devido às menções ao seu pai, seu nome, José Ribamar Ferreira de Araújo Costa, foi incorporado politicamente apenas para Sarney.

Sua carreira na política antecede o período da ditadura militar. Como suplente de deputado federal, Sarney ingressa no cargo em 1956. Sob o partido da União Democrática Nacional (UDN), Sarney se junta ao grupo antigetulista da época.

Após o Ato Institucional nº 2 (AI-2), os partidos foram extintos durante a ditadura. Assim, o Governo José Sarney no Estado do Maranhão e no Senado pelo estado seria através da ARENA.

A Aliança Renovadora Nacional (ARENA) era o partido de situação pró-militares. Ao fim do bipartidarismo, em 1985, Sarney funda o PDS (Partido Democrático Social).

governo josé sarney e tancredo neves
José Sarney (esq.) e Tancredo Neves (dir.) (Imagem: Reprodução)

O Governo José Sarney e Tancredo Neves

Tancredo Neves sequer assume o cargo de presidente da República. O ato estava marcado para o dia 15 de março de 1985. Contudo, o mesmo teve de ser submetido a uma cirurgia.

Sarney, então, assume o cargo provisoriamente, enquanto aguardava-se a recuperação de Tancredo. No entanto, cerca de um mês depois, e após sete cirurgias, o então presidente eleito falece, no dia 21 de abril de 1985.

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A morte de Tancredo gera uma instabilidade política forte no Brasil durante o Governo José Sarney. O governo de Tancredo seria um marco ao fim do militarismo, do regime e desvinculação de política e militares.

Com Sarney assumindo, um presidente oriundo da ARENA seguia no poder. O temor tomava conta da população, que via a retomada do regime militar como uma possibilidade.

Sarney, então, assume o cargo efetivamente um dia após a morte de Tancredo Neves. Ele dá continuidade à transição do governo militar para um governo civil e democrático no país.

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Com isso, uma nova constituição é criada. Substituindo a carta militar de 1967, forma-se, assim, uma assembleia constituinte.

A Assembleia Consituinte

Dessa forma, um grupo foi formado para atender às reivindicações. Em 1988, a Constituição estava concluída, abrangendo, assim:

  • Eleições para presidente seriam diretas, assim como para governadores e prefeitos;
  • Independência dos três poderes, legislativo, executivo e judiciário;
  • Implementação do regime presidencialista;
  • Restringe a atuação das forças armadas;
  • Garantia do direito de greve;

A inflação do Governo José Sarney

Desde seu início, o trabalho do Governo José Sarney era, corriqueiramente, conter a inflação. Inúmeros programas econômicos foram sucedidos para tentar conter a crise inflacionária.

No entanto, todas foram um fracasso, agravando exponencialmente a crise da inflação no país. Em alguns períodos do Governo José Sarney, como durante o Projeto Verão, a inflação atingiu a casa dos quase 2000%.

Isso prejudicou o Brasil como potência. Iniciativas privadas contiveram investimentos, bem como os gastos públicos acabaram escassos. O Governo José Sarney teve fim em 15 de março de 1990, sendo sucedido por Fernando Collor.

Referências

AZEVEDO, Gislane e SERIACOPI, Reinaldo. Editora Ática, São Paulo-SP, 1ª edição. 2007, 592 p.

Mateus Bunde
Por Mateus Bunde

Graduado em Jornalismo pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Especialista em Linguagens pelo Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IFSul) e Mestrando em Comunicação pela Universidade do Porto, de Portugal (UP/PT).

Como referenciar este conteúdo

Bunde, Mateus. Governo José Sarney. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/historia/governo-jose-sarney. Acesso em: 24 de April de 2024.

Teste seu conhecimento
01. [UFG] Em 2010, assiste-se à comemoração dos cem anos de nascimento de Tancredo Neves, personalidade que marcou o processo de transição democrática, na década de 1980, ao definir a estratégia política capaz de superar o impasse do último governo militar, presidido pelo general Figueiredo. Essa estratégia consistia em
a) reunir uma frente de partidos, sob a liderança do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), exigindo a saída dos militares do poder.
b) liderar a campanha das Diretas Já, confiante no fato de que o regime militar seria deposto por meio da pressão social advinda das ruas.
c) concorrer à presidência da República, em uma eleição conduzida por um colégio eleitoral, e, vitorioso, negociar com os representantes do regime militar.
d) vencer a primeira eleição direta para presidente do Brasil e convocar uma nova constituinte, visando reordenar as forças políticas da sociedade brasileira.
e) organizar partidos políticos com ampla participação popular, esperando que a vitória no colégio eleitoral adviesse da atuação desses partidos.
02. [Ibmecrj] “Em todo o Brasil, donas-de-casa, munidas com tabelas de preços da Sunab (Superintendência Nacional de Abastecimento e Preços), órgão fiscalizador do governo, eram protagonistas de verdadeiras cenas de histeria coletiva, muitas vezes diante de câmeras de televisão, se um gerente de supermercado ou estabelecimento comercial era surpreendido remarcando preços. (…) O desaparecimento das mercadorias nos supermercados foi o ponto alto do desabastecimento, resultado do congelamento de preços.”

(Vicentino e Dorigo. “História para o Ensino Médio”, pp. 645-646)
O texto faz referência ao Plano Cruzado que, para combater uma elevada inflação que chegou a 80% ao mês, tinha como base de sustentação econômica o congelamento de preços e salários. A aplicação desse plano ocorreu na administração do presidente:
a) José Sarney.
b) Fernando Collor de Melo.
c) Itamar Franco.
d) Fernando Henrique Cardoso.
e) João Baptista Figueiredo.

01. [C]

02. [A]

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