Ernesto Geisel

Penúltimo Presidente do regime militar, Geisel elevou a dívida externa do Brasil e iniciou o processo de redemocratização.

Ernesto Geisel, penúltimo presidente do regime militar, nasceu em em 3 de agosto de 1907. Estudou no colégio militar de Porto Alegre e seguiu a carreira militar desde então.

Imagem: Reprodução

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Geisel fez parte do movimento político que culminou no golpe de 1964, período esse no qual o Brasil mergulharia na repressão da ditatura comandada pelos militares. Ernesto Geisel passou por vários cargos militares chegando a ocupar a chefia da Casa Militar no governo de Castello Branco. Já em 1969, exercia a direção da Petrobrás e, por eleição direta, assumiu o cargo de presidente da República em 15 de março de 1974.
Fim do milagre econômico

No início do mandato de Geisel, o pais começava a sofrer os primeiros efeitos da elevação dos preços do Petróleo, crise internacional iniciada em outubro de 1973 pela organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). O problema era que o Brasil importava 80% do petróleo consumido internamente. Assim, logo o preços com petróleo duplicaram.

Ainda assim, o governo de Geisel insistiu no avanço da industrialização e o PIB cresceu, nos quatro anos seguintes, cerca de 6,7% ao ano. Para tanto, o governo recorreu a empréstimos externos e a recursos de empresas privadas – nacionais ou internacionais. Continuou também investindo na área de infra-estrutura, como a construção de usinas hidrelétricas em Itaipu, Paraná e também as usinas nucleares em Angra dos Reis, Rio de Janeiro.
De qualquer modo, o desempenho da economia brasileira apresentava índices preocupantes. Como o aumento da inflação, que chegava aos 40% em 1978 e ainda o aumento constante da dívida externa. O governo de Geisel foi até o seu final contraindo dívidas após dívidas.

Em seu mandato, Geisel anunciava que pretendia avançar aos poucos, rumo a um regime democrático, de forma lenta, gradual e segura. Nas eleições parlamentares de 1974, a oposição ao regime militar já se mostrava forte o bastante para no Senado, no qual isso ficou mais evidente, a oposição se elegeu para dezesseis das 22 cadeiras disputadas.
Em 1976, não foi diferente. Mais uma vez as vitórias da oposição mostravam seu crescimento.

Nesse momento, seu governo resolveu mudar as formas como se davam as eleições e, pelas novas regras, criou os “senadores biônicos”, que eram nada mais do que eleições indiretas feitas pelas Assembleias Legislativas estaduais.

Alteraram também o critério de proporcionalidade entre os estados quando à representado na Câmara dos Deputados, aumentando a representação dos estados onde a Arena (partido da ditadura) era mais forte. Para finalizar, Geisel teve seu mandato de cinco anos aumentado para seis.

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Com todas essa medidas impostas, em 1978, mesmo com a oposição vencendo nos votos, o governo manter a maioria do Congresso Nacional. Mantendo essa “estabilidade política”, Geisel deu um passo importante no processo de abertura política: revogou o AI-5 de 1968: a mais violenta das medidas do governo que estabelecia os poderes para cassar mandatos e suspender direitos políticos; demitir ou aposentar funcionários públicos; intervir nos estados e municípios; e fechar provisoriamente o Congresso Nacional. O AI-5 inaugurou um novo ciclo de repressões a todos os meios de comunicação e a censura não tinha limites.

Revogando o AI-5, o governo não podia mais decretar o fechamento do congresso, cassar mandatos, suspender os direitos políticos dos cidadãos nem censurar a imprensa.

Em 1979, tomava posse o último presidente do governo militar. João Batista Figueiredo que deu continuidade ao processo de abertura política iniciada por Geisel prometendo fazer do país uma nova democracia. Ernesto Geisel faleceu em 12 de setembro de 1996 no Rio de Janeiro.

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Referências

Divalte Garcia Ferreira – História, Volume único.
Nicolina Luiza de Petta, Eduardo A. Baez Ojeda – História, uma abordagem integrada.

Luana Bernardes
Por Luana Bernardes

Graduada em História pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e pós-graduada em Psicopedagogia Institucional e Clínica pela mesma Universidade.

Como referenciar este conteúdo

Bernardes, Luana. Ernesto Geisel. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/historia/ernesto-geisel. Acesso em: 19 de April de 2024.

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01. [CEFET-MG]  Em 1978, chegava ao fim o governo do general Ernesto Geisel (1974-1979) – cuja última medida marcante no poder foi extinguir o Ato Institucional nº 5 (AI-5), em dezembro daquele ano.
A importância dessa medida está relacionada à:

a) reinstalação da eleição direta.
b) reintrodução da censura prévia.
c) restauração do direito de defesa.
d) revitalização da tortura institucional.
e) reinstauração do bipartidarismo político.

02. [IMED] A Ditadura Militar Brasileira (1964-1985) teve como último Presidente o General:
a) Costa e Silva.
b) João Figueiredo.
c) Ernesto Geisel.
d) Castelo Branco.
e) Emílio Médici.

01. [CEFET-MG]

Resposta: C

02. [IMED]

Resposta: B

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