Dia do Índio

Comemorado nacionalmente no dia 19 de abril, o Dia do Índio surgiu em 1940, no México.

O Dia do Índio, celebrado em 19 de abril, é diferente do Dia Internacional dos Povos Indígenas, comemorado no dia 9 de agosto.

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Em determinada ocasião, estavam reunidos representantes indígenas de todos os países americanos no Congresso Indigenista Interamericano, em Patzcuaro, México, para pensar a situação indígena nas Américas.

Origem do Dia do Índio

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Em 1940, o Congresso Indigenista Interamericano aprovou uma recomendação proposta por delegados indígenas do Panamá, Chile, Estados Unidos e México.

Após os dias iniciais do evento, no dia 19 de abril, os índios que até então não haviam se juntado ao Congresso em protesto se uniram aos demais representantes e a Recomendação 59 foi aprovada.

Essa recomendação propunha que o Dia do Índio fosse criado pelos governos dos países americanos. Data que deveria ser usada para reflexão sobre a situação dos indígenas na atualidade.

A recomendação 59 propunha também que fosse adotado como data o dia 19 de abril, pois foi nessa data que indígenas e representantes se uniram em assembleia pela primeira vez no Congresso Indigenista.

No entanto, essa data só foi oficializada no calendário brasileiro três anos depois, em 1943, durante o governo Getúlio Vargas, quando a data passou a ser celebrada com solenidades, atividades escolares e transmissão da cultura indígena.

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Onde é comemorado o Dia do Índio

Em alguns países latino-americanos, a celebração é comemorada em outra data: no Dia del Campesino, e cada país possui sua data oficial.

O festejo que reúne homenagens às populações nativas e comemora a chegada do solstício nos Andes é de origem inca.

Desta forma, o Dia del Campesino é comemorado em 2 de fevereiro na Colômbia, 17 de maio em Cuba, 24 de junho no Peru, 28 de julho no Chile, 2 de agosto na Bolívia e no dia primeiro de setembro na Nicarágua.

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Outra data igualmente importante, é o Dia Mundial da Mulher Indígena, comemorado em 5 de setembro.

Por que comemoramos o Dia do Índio

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Muito embora na maioria das vezes essa data fique restrita às escolas que comemoram de modo genérico o Dia do Índio, com confecção de cocares e colares indígenas, a data possui muita relevância.

Pois, afinal, o Dia do Índio foi criado com a intenção de que nessa data a situação dos povos indígenas fosse objeto de reflexão.

Isto é, uma data criada a partir da necessidade de se pensar de que modo os descendentes dos primeiros habitantes das Américas estão vivendo hoje, bem como a preservação de seus costumes e memória.

Além disso, a data é importante uma vez que foi criada visando que políticas públicas efetivas sejam estabelecidas buscando a preservação indígena.

Referências

Povos indígenas e o ensino de história: subsídios para a abordagem da temática indígena em sala de aula – Edson Silva
Por que o dia 19 de abril é o Dia do Índio? – Museu do Índio

Luana Bernardes
Por Luana Bernardes

Graduada em História pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e pós-graduada em Psicopedagogia Institucional e Clínica pela mesma Universidade.

Como referenciar este conteúdo

Bernardes, Luana. Dia do Índio. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/historia/dia-do-indio. Acesso em: 23 de April de 2024.

Exercícios resolvidos

1. [ENEM]

TEXTO I

Documentos do século XVI algumas vezes se referem aos habitantes indígenas como “os brasis”, ou “gente brasília” e, ocasionalmente no século XVII, o termo “brasileiro” era a eles aplicado, mas as referências ao status econômico e jurídico desses eram muito mais populares. Assim, os termos “negro da terra” e “índios” eram utilizados com mais frequência do que qualquer outro.

SCHWARTZ, S. B. Gente da terra braziliense da nação. Pensando o Brasil: a construção de um povo. In: MOTA, C. G. (Org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira (1500-2000). São Paulo: Senac, 2000 (adaptado).

TEXTO II

Índio é um conceito construído no processo de conquista da América pelos europeus. Desinteressados pela diversidade cultural, imbuídos de forte preconceito para com o outro, o indivíduo de outras culturas, espanhóis, portugueses, franceses e anglo-saxões terminaram por denominar da mesma forma povos tão díspares quanto os tupinambás e os astecas.

SILVA, K. V.; SILVA, M. H. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2005.

Ao comparar os textos, as formas de designação dos grupos nativos pelos europeus, durante o período analisado, são reveladoras da:

a) concepção idealizada do território, entendido como geograficamente indiferenciado.

b) percepção corrente de uma ancestralidade comum às populações ameríndias.

c) compreensão etnocêntrica acerca das populações dos territórios conquistados.

d) transposição direta das categorias originadas no imaginário medieval.

e) visão utópica configurada a partir de fantasias de riqueza.

Resposta: C
Em virtude da sua visão fortemente etnocêntrica, segundo a qual a Europa seria superior em termo de desenvolvimento, os portugueses que aqui chegaram possuíam preconceitos a respeito dos nativos americanos.

2. [ENEM]

A língua de que usam, por toda a costa, carece de três letras; convém a saber, não se acha nela F, nem L, nem R, coisa digna de espanto, porque assim não têm Fé, nem Lei, nem Rei, e dessa maneira vivem desordenadamente, sem terem além disto conta, nem peso, nem medida.

GÂNDAVO, P. M. A primeira história do Brasil: história da província de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil. Rio de Janeiro: Zahar, 2004 (adaptado).

A observação do cronista português Pero de Magalhães Gândavo, em 1576, sobre a ausência das letras F, L e R na língua mencionada demonstra a:

a) simplicidade da organização social das tribos brasileiras.

b) dominação portuguesa imposta aos índios no início da colonização.

c) superioridade da sociedade europeia em relação à sociedade indígena.

d) incompreensão dos valores socioculturais indígenas pelos portugueses.

e) dificuldade experimentada pelos portugueses no aprendizado da língua nativa.

Resposta: D
A incompreensão dos povos nativos fica evidente na fala do autor, já que considera os indígenas como não-civilizados e inferiores por não possuírem os mesmos modos de vida (e a fé) do povo europeu.

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