Os caminhos de Peabiru não possuem uma origem precisa. Historiadores, no entanto, apontam hipóteses interessantes para as trilhas utilizadas pelos indígenas sul-americanos.
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De acordo com uma vertente da história, os caminhos teriam surgido a partir de grupos humanos de tendência arqueológica itararé. Estes seriam os antecessores dos povos indígenas, tanto xoklengs, como caingangues.
Por outro lado, uma segunda hipótese associa os caminhos de Peabiru a grupos guaranis nômades, que se deslocaram do oeste para leste há 1000 anos. E, por fim, uma terceira é de que a trilha tenha sido construída pelos incas.
Os incas, como povo explorador e avançado que era, buscava atingir o território mais ao interior até desbocar no Atlântico. Entretanto, há uma nova discordância quanto as origens de Peabiru.
Segundo vertentes estudiosas, a antiguidade dos caminhos ultrapassa a dos povos. Ou seja, os povos estipulados seriam mais recentes do que os caminhos de Peabiru.
O povo Guarani, no entanto, é apontado como o principal ligado às origens de Peabiru. A característica do caminho e toda a devoção da população apontam a ligação entre a trilha e os Guaranis.
As evidências se estendem, uma vez que a dinâmica dos povos exigia caminhos terretres para circulação, já que rotas fluviais eram geralmente descartadas.
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Origem, características e percurso dos caminhos de Peabiru
A origem do nome Peabiru é provinda de uma palavra corruptela do idioma guarani: tapé avirú. Tapé seria o significado para caminho, enquanto avirú seria o somo das gramínias amassadas pelos pés durante o caminho.
Aberto em meio a uma mata virgem, o caminho de Peabiru tem um metro de largura, cerca de 4 mil quilômetros e liga o Atlântico ao Pacífico. Contudo, sua função, ao que os estudos indicam, era facilitar as migrações tanto de guaranis, como de incas.
O percurso de Peabiru
Os caminhos de Peabiru apresentam um total de quatro mil quilômetros, mais ou menos. São inúmeras rotas diferentes, não havendo um caminho singular que ligue o ponto A ao ponto B.
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Na realidade, devido a diversos registros históricos que compreendem o período de exploração europeia na América, é possível colher diversos escritos que diferenciam os caminhos de Peabiro.
Na região litorânea, os caminhos apresentavam duas diferentes entradas: uma ao norte de Santa Catarina, e outra na Cananeia, em São Paulo. Ambas as entradas tinham uma mesmo fim em comum na região norte do Paraná, que formava um caminho similar até a Guaíra.
Este caminho seguia na direção da região fronteiriça, passava pela Bolívia, indo até Santa Cruz , e novamente se dividia. Agora, os ramais destinavam-se para Cusco, no Peru, e para a Região norte do Chile.
Historiadores apontam que os caminhos de Peabiru representariam o percurso do sol. Aquele que nasceria no Atlântico e morreria no Pacífico.
A importância dos caminhos de Peabiru vai além da migração e da exploração. É a forma que os povos da época encontraram para se desenvolver; o precursor das estradas, com caminhos longos que ligavam distâncias quilométricas.
Referências
AZEVEDO, Gislane e SERIACOPI, Reinaldo. Editora Ática, São Paulo-SP, 1ª edição. 2007, 592 p.
Por Mateus Bunde
Graduado em Jornalismo pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Especialista em Linguagens pelo Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IFSul) e Mestrando em Comunicação pela Universidade do Porto, de Portugal (UP/PT).
Bunde, Mateus. Caminhos de Peabiru. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/historia/caminhos-de-peabiru. Acesso em: 24 de April de 2024.