Tsunami

O tsunami é uma onda gigante gerada por distúrbios sísmicos, que possui alto poder destrutivo quando chega à região costeira. A palavra vem do japonês "tsu" (porto, ancoradouro) e "nami" (onda, mar)

Tsunami é uma palavra japonesa que designa ondas geradas em oceanos, mares, baías, lagos, a partir ou de movimentos sísmicos, ou de vulcanismo, ou de deslizamento de terra submarino, ou de impacto de meteorito, ou até de fenômenos meteorológicos. O que distingue os tsunami de outras ondas na superfície da água são os períodos das oscilações da água.

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Enquanto em uma onda marítima “normal” podem ocorrer períodos de até algumas dezenas de segundos, em um tsunami este tempo atinge alguns minutos ou até meia-hora. Desta forma, os tsunami são ondas longas, que em alto-mar possuem entre 10 km e 500 km de comprimento de onda. Esta característica torna os tsunami muito diferentes das outras ondas, mesmo daquelas que podem ser observadas durante as tempestades. Eles necessariamente são ondas gigantes em comprimento de onda.

Causas de um tsunami

Um tsunami pode ser gerado por qualquer distúrbio que desloque uma massa grande de água, tal como um abalo sismico (movimento no interior da terra), um deslocamento da terra, uma explosão vulcânica ou um impacto de meteoro. Os tsunamis podem ser gerados sempre que o fundo do mar sofre uma deformação súbita, deslocando verticalmente a massa de água.

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Os abalos sísmicos tectônicos são um tipo particular de abalo que origina um deformação da crosta; sempre que os abalos sísmicos ocorrem em regiões submarinas, a massa de água localizada sobre a zona deformada vai ser afastada da sua posição de equilíbrio. As ondas são o resultado da ação da gravidade sobre a perturbação da massa de água.

Os movimentos verticais da crosta são muito importantes nas fronteiras entre as placas litosféricas. Por exemplo, à volta do Oceano Pacífico existem vários locais onde placas oceânicas mais densas deslizam sob as placas continentais menos densas, num processo que se designa por subducção. Estas zonas originam facilmente tsunamis.

Amplificando a sua potência

Deslizamentos de terra submarinos, que acompanham muitas vezes os grandes tremores de terra, bem como o colapso de edifícios vulcânicos podem, também, perturbar a coluna de água, quando grandes volumes de sedimentos e rocha se deslocam e se redistribuem no fundo do mar. Uma explosão vulcânica submarina violenta pode, do mesmo modo, levantar a coluna de água e gerar um tsunami.

Grandes deslizamentos de terra e impactos de corpos cósmicos podem perturbar o equilíbrio do oceano, com transferência de momento destes para o mar. Os tsunamis gerados por estes mecanismos dissipam-se mais rapidamente que os anteriores, podendo afetar de forma menos significativa a costa distante e assim acontece o tsunami.

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Tsunamis históricos

Portugal tem memória de vários terramotos seguidos de tsunamis. Comemoram-se este ano os 250 anos daquele que ficou conhecido como terramoto de Lisboa de 1o de Novembro de 1755. Depois do forte tremor de terra que tanta destruição causou na cidade em grande parte do país, com especial incidência na Bacia do Tejo e no Algarve, com cerca de 30000 mortos.

Em 15 de junho de 1896, em Sanriku no Japão, um tsunami com cerca de 30 metros de altura matou 27.000 pessoas, feriu 9.000 pessoas, destruindo 13.000 casas. O maior tsunami já registrado ocorreu no Alasca, em 9 de julho de 1958, quando 90 milhões de toneladas de rocha e gelo desabaram dentro de uma baía – Lituya Bay –, gerando uma onda com cerca de 50 metros de altura, elevando a água até 524 metros no outro lado da baía (a altura foi avaliada pelas marcas na floresta das montanhas que circundam a baía).

O dia 26 de Dezembro de 2004 irá ficar na memória de milhões de pessoas e será lembrado por numerosos cientistas em todo o mundo. Um tsunami violento, originado por um terramoto com epicentro ao largo da ilha de Sumatra, matou, feriu e assustou gente de aldeias de pescadores, praias, centros turísticos e cidades litorais, sem distinguir entre ricos e pobres.

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As ondas gigantescas chegaram rapidamente às costas mais próximas do epicentro, na Indonésia e na Tailândia e, logo a seguir, às do Sri Lanka e da Índia. Mantendo sua força destruidora, atravessaram todo o Oceano Indico e atingiram parte da África oriental. Já com pouca importância, ainda atravessaram o Atlântico e o Pacífico tendo sido registadas, por exemplo, no Brasil e no Japão.

Por que morreram mais de 300.000 pessoas com este tsunami?

Em 1836, tinha-se verificado um tsunami semelhante quando da explosão do vulcão indonésio Krakatoa. As costas atingidas terão sido as mesmas, mas se formos ver os registos das maiores catástrofes mundiais deste tipo, verificamos que, para alguns autores, houve, apenas, 33000 mortos, enquanto para outros poderão ter sido 36000. Na verdade, o risco resulta da consideração de dois fatores: o processo em si e a vulnerabilidade.

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As cidades e os tsunamis

Se a força do processo foi praticamente igual, a vulnerabilidade, que já era grande no século XIX, devido à existência de algumas cidades litorais e muitos portos de pescadores, era, agora, muitíssimo maior pelo crescimento desmesurado dessas cidades e desses portos, atendendo ao elevado crescimento demográfico das populações asiáticas e africanas.

Mas terá, ainda, de juntar-se a recente criação de numerosas áreas turísticas, por vezes, concentradas em cidades, muitas vezes, dispersas pelas costas ou por ilhas com paisagens mais ou menos paradisíacas. A população exposta ao risco natural era demasiada e, parte os turistas, na sua esmagadora maioria, muito pobre.

Os grandes problemas

As suas habitações não estavam preparadas para enfrentar um forte ataque das águas do mar. Em regra, baixas e construídas em madeira, taipa ou, apenas, argila, as casas não podiam resistir à violência das águas do mar. Depois, o material que serviu para a construção foi levado pelas águas, em suspensão ou em flutuação, aumentando a sua violência destruidora ao longo dos espaços percorridos para o interior e que tanto podiam ser vales de rios ou campos de arroz, como podiam ser ruas de cidades.

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As casas de pedra e de cimento, com vários andares, tal como alguns grandes templos, que não caíram com o terremoto, serviram de refúgio nas partes altas. Nunca o risco de tsunami se tinha manifestado como tão grande catástrofe.

Referências

José S. Antunes do Carmo- Tsunamis – geração e riscos

Fernando Rebelo – Universidade de Coimbra

if.ufrgs.br

 

Luana Bernardes
Por Luana Bernardes

Graduada em História pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e pós-graduada em Psicopedagogia Institucional e Clínica pela mesma Universidade.

Como referenciar este conteúdo

Bernardes, Luana. Tsunami. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/geografia/tsunami. Acesso em: 25 de April de 2024.

Teste seu conhecimento

01. [UNIFENAS]: O terremoto de Sendai atingiu 8,9 pontos. Pelas estatísticas, um terremoto assim ocorre uma vez por ano, em grande parte no oceano, onde não resulta em danos. Afinal, o que causa sismos e terremotos?

a) Movimentação oceânica.

b) Rotação da Terra.

c) Movimentos de placas tectônicas.

d) Deslizamento de montanhas.

e) Explosões solares.

 

 02. [FATEC]:  A teoria da “tectônica de placas”, hoje mais do que comprovada empiricamente, explica fenômenos como vulcões, terremotos e tsunamis. Segundo essa teoria, as placas tectônicas

(A) atritam entre si nas extremidades da Terra, derretendo as calotas polares.

(B) movem-se porque flutuam debaixo dos solos dos oceanos, causando abalos no continente.

(C) deslizam sobre o magma do interior da Terra e chocam-se em alguns pontos da crosta.

(D) movimentam-se em conjunto, desenvolvendo abalos sísmicos coordenados e previsíveis.

01. [UNIFENAS]

Resposta: C

O que causa os abalos sísmicos (ou sismos) e terremotos é o movimentos das placas tectônicas.

02. [FATEC]

Resposta: C

Segundo a teoria da “tectônia de placas”, as placas tectônicas deslizam sobre o magma do interior da Terra e chocam-se em alguns pontos da crosta, podendo assim dar origem a fenômenos como vulcões, terremotos e tsunamis.

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