Keynesianismo

O keynesianismo defendia a intervenção estatal, através de políticas monetárias para diminuir problemas sociais e econômicos durante ciclos de crises econômicas

O keynesianismo é a doutrina econômica desenvolvida por John Maynard Keynes (1883 – 1946).

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Em seu principal livro, “A teoria geral do emprego, do juro e da moeda”, escrito durante a Grande Depressão e publicado em 1936, Keynes defendia que o Estado deve intervir na economia com o objetivo de evitar crises, como a de 1929.

Essa intervenção poderia se dar de várias formas: controlar o câmbio para estimular as exportações, baixar as taxas de juros para facilitar os investimentos produtivos, induzir o crescimento da economia por intermédio do aumento de déficit público, etc.

A teoria de Keynes atribui ao Estado o direito e o dever de conceder benefícios sociais que garantam à população um padrão mínimo de vida como a criação do salário mínimo, do seguro-desemprego, da redução da jornada de trabalho (que então superava 12 horas diárias) e a assistência médica gratuita.

Fundamenta-se também na afirmação de que Estado é agente indispensável de controle da economia que tem com objetivo conduzir a um sistema de pleno emprego.

keynesianismo
Imagem: Reprodução

Como podemos perceber, a proposta keynesiana contraria as teses liberais. O liberalismo, desenvolvido com a Revolução Industrial, teve vários teóricos, sendo o mais destacado o economista escocês Adam Smith (1723 – 1790), considerado o “pai do liberalismo econômico”.

Adam Smith, em seu livro “A Riqueza das Nações”, publicado em 1776, defendia que as regras do mercado, ou seja, as leis de oferta e procura, seriam suficientes para organizar a economia, não havendo a necessidade de intervenção do Estado. Com a crise de 1929, e a Grande Depressão que se sucedeu, essa crença foi posta em xeque.

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Nos Estados Unidos, a recuperação da crise dos anos 1930 aconteceu graças aos pesados investimentos públicos, especialmente nos setores que tinham maior capacidade de geração de emprego, como por exemplo, a construção civil.

O planejamento estatal, fruto do keynesianismo, foi amplamente utilizado nos países capitalistas, especialmente no pós-guerra, nas definições de planos de desenvolvimento econômico.

O Keynesianismo ficou conhecido também como “Estado de bem-estar social”, ou ainda como “Estado Escandinavo”.

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O keynesianismo no Brasil

No Brasil, durante o governo Juscelino Kubitschek (1956 – 1961), foi implantado o Plano de Metas, um amplo programa de desenvolvimento que previa altos investimentos estatais em diversos setores da economia.

Antes disso, o governo Getúlio Vargas já havia posto em prática políticas econômicas keynesianas, ao canalizar recursos estatais para estimular a industrialização do país.

Seus maiores símbolos foram a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), inaugurada em 1942, em seu primeiro governo (1930 – 1945), e a Petrobrás, em seu segundo mandato (1950 – 1954).

Referências

Geografia Geral e do Brasil – João Carlos Moreira, Eustáquio de Sene

Keynes e o keynesianismo, uma visão crítica – Arlindo A. Donário

Luana Bernardes
Por Luana Bernardes

Graduada em História pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e pós-graduada em Psicopedagogia Institucional e Clínica pela mesma Universidade.

Como referenciar este conteúdo

Bernardes, Luana. Keynesianismo. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/geografia/keynesianismo. Acesso em: 08 de May de 2024.

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01. [PUCCAMP]: O reconhecimento, por parte dos teóricos do capitalismo, de que o atual estágio da economia requeria a reformulação das concepções liberais, especialmente no que toca à atuação do Estado, deu origem a uma doutrina batizada de neoliberalismo. Algumas de suas bases são:

a) A revisão do sistema de propriedade agrária com a promoção de reforma agrária gradual, como que se busca reequilibrar a distribuição da população entre o campo e os centros urbanos.

b) A criação de políticas assistencialistas com o objetivo de reduzir as diferenças sociais por meio do apoio financeiro e centrais sindicais e organizações não governamentais.

c) A intervenção estatal nos mais amplos setores produtivos a fim de garantir empregos, salários e estimular a participação dos trabalhadores nos lucros a partir de determinados índices de produtividade.

d) A atuação do Estado para garantir estabilidade econômica por meio do controle de taxas de juros, estabelecimentos de políticas cambiais e privatização de setores antes considerados estratégicos.

 

02. [UERJ]: 

A história em quadrinhos apresenta uma característica fundamental do modo de produção capitalista na atualidade e uma política estatal em curso em muitos países desenvolvidos.
Essa característica e essa política estão indicadas em:

a) liberdade de comércio – ações afirmativas para grupos sociais menos favorecidos

b) sociedade de classe – sistemas de garantias trabalhistas para a mão de obra sindicalizada

c) economia de mercado – programas de apoio aos setores econômicos pouco competitivos

d) trabalho assalariado – campanhas de estímulo à responsabilidade social do empresariado

01. [PUCCAMP]

Resposta: D

a) Incorreto – No contexto do Neoliberalismo e da Economia de Mercado, não há a preocupação de ampliar a Reforma Agrária, mas sim a produção em latifúndios para exportações de matérias-primas.

b) Incorreto – Para o Neoliberalismo, a luta sindical torna-se um problema que atrapalharia o bom funcionamento das leis de mercado.

c) Incorreto – Não há intervenção estatal no contexto neoliberal, mas sim a defesa do Estado Mínimo.

d) Correto – Controlar o mercado financeiro e o consumo através do aumento ou redução das taxas de juros, políticas cambiais e privatizações são premissas básicas do neoliberalismo.

 

 

02. [UERJ]

Resposta: C

A tirinha pode ser entendida como uma crítica metafórica ao Capitalismo e à economia de mercado. Primeiramente, a economia centra-se na lei da oferta e da procura e, quando essa encontra as suas limitações, acaba procurando a ajuda e a intervenção do Estado para salvar o mercado privado através de benefícios e incentivos fiscais.

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