Ilhas de calor

As ilhas de calor podem ser definidas como o aumento de temperatura no centros urbanos devido a pavimentação das ruas, edificações e retirada massiva de vegetações.

As ilhas de calor são um fenômeno típico das grandes cidades e que também colabora para aumentar seus índices de poluição.

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Elas resultam da elevação das temperaturas médias nas zonas centrais da mancha urbana, em comparação com as zonas periféricas ou com as zonas rurais, e sua variação térmica pode chegar a 7ºC.

A substituição da vegetação, original ou plantada, por grande quantidade de casas e prédios, ruas e avenidas, pontes e viadutos e uma série de outras construções, que é tanto maior quanto mais se aproxima do centro das grandes cidades, faz aumentar significativamente a irradiação de calor para a atmosfera em comparação com as zonas periféricas ou rurais, onde, em geral, é maior a cobertura vegetal.

ilhas de calor ilustração
Imagem: Reprodução

Além disso, na atmosfera das zonas centrais, é considerável a concentração de gases e materiais particulados, lançados pelos automóveis e fábricas, responsáveis por uma espécie de efeito estufa localizado, que colabora para aumentar a retenção de calor.

Uma cidade pode ter vários picos de temperatura espalhados pela mancha urbana, caracterizando assim várias ilhas de calor.

A elevação de temperatura nas áreas urbanas centrais facilita a ascensão do ar, quando não há inversão térmica, formando uma zona de baixa pressão.

Isso faz com que os ventos soprem, pelo menos durante o dia, para essa região central, levando, muitas vezes, maiores quantidades de poluentes.

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Assim, sobre as ilhas de calor, forma-se uma espécie de “cúpula” de ar pesadamente poluído.

A poluição atmosférica em São Paulo-SP, por exemplo, além de gerar a chuva ácida, problemas respiratórios e outros problemas, também alimenta as ilhas de calor.

Em São Paulo, os ventos sopram de zonas industrias periféricas – cidades do ABC Paulista, Osasco, Guarulhos, etc. – rumo ao centro da metrópole concentram quantidades ainda maiores de poluentes.

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Por fim, quando se chega à cidade, pode-se ver nitidamente uma nuvem cinzenta recobrindo-a.

ilhas de calor
Imagem: Reprodução

O que fazer para reduzir o fenômeno das ilhas de calor?

A principal medida para ajudar a contornar este fenômeno é através de uma forte política pública de preservação e recuperação das áreas verdes, como a criação de parques ecológicos.

Tal medida de restauração da camada vegetal, visando encobrir parcialmente a malha asfáltica, impediria que a radiação solar chegasse tão facilmente a materiais de alta absortividade, além de prevenir a impermeabilização do solo.

Esta medida auxiliaria também na poluição atmosférica, uma vez que as árvores promovem o sequestro do gás carbônico, um dos principais agentes do efeito estufa.

Além disso, pode-se também reduzir a área de malha asfáltica, a exemplo do que foi realizado na cidade norte-americana de Detroit na década de 1970, modelo elogiado mundialmente e utilizado em várias outras metrópoles globais

Referências

Geografia Geral e do Brasil – João Carlos Moreira, Eustáquio de Sene.

Ilhas de calor em centros urbanos – Bruno Silva Oliveira

Luana Bernardes
Por Luana Bernardes

Graduada em História pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e pós-graduada em Psicopedagogia Institucional e Clínica pela mesma Universidade.

Como referenciar este conteúdo

Bernardes, Luana. Ilhas de calor. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/geografia/ilhas-de-calor. Acesso em: 20 de May de 2024.

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01. [ENEM]: 

“O fenômeno de ilha de calor é o exemplo mais marcante da modificação das condições iniciais do clima pelo processo de urbanização, caracterizado pela modificação do solo e pelo calor antropogênico, o qual inclui todas as atividades humanas inerentes à sua vida na cidade.”

BARBOSA, R. V. R. Áreas verdes e qualidade térmica em ambientes urbanos: estudo em microclimas em Maceió. São Paulo: EdUSP, 2005.

O texto exemplifica uma importante alteração socioambiental, comum aos centros urbanos. A maximização desse fenômeno ocorre

a) pela reconstrução dos leitos originais dos cursos d’água antes canalizados.

b) pela recomposição de áreas verdes nas áreas centrais dos centros urbanos.

c) pelo uso de materiais com alta capacidade de reflexão no topo dos edifícios.

d) pelo processo de impermeabilização do solo nas áreas centrais das cidades.

e) pela construção de vias expressas e gerenciamento de tráfego terrestre.

02. [UNICAMP]:

“Os bairros da Chapada, Dom Pedro e Alvorada, na Zona Centro-Oeste, são ‘ilhas de calor’ na cidade por terem uma temperatura maior que a de regiões próximas. Nessas áreas de Manaus a temperatura chega a até oito graus acima das demais, revela o estudo denominado ‘Ilhas de calor e saúde em Manaus: abordagem com geoprocessamento‘, feito pelo doutor em Etnobiologia e Biogeografia, Sylvain Desmoulière, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) da Amazônia. (…)”

OSSAME, A. C. Bairros da Zona Centro-Oeste são ‘ilhas de calor’ em Manaus. A Crítica – Manaus. Disponível em: <Acrítica.uol>. Acesso em: 13 mar. 2015.

Assinale a alternativa que indica os fatores potencialmente responsáveis pela existência das ilhas de calor nas grandes cidades:

a) desmatamento, efeito estufa e aquecimento global.

b) construção de prédios, asfaltamento e remoção da vegetação.

c) poluição do ar, poluição sonora e poluição da água.

d) aumento das áreas verdes, redução de edifícios e crescimento demográfico.

01. [ENEM]

Resposta: D

A impermeabilização dos solos no espaço das cidades amplia a absorção do calor na superfície, tornado o ar imediatamente próximo mais quente, além de contribuir para a remoção ou não implantação de áreas verdes, que ajudariam a amenizar as temperaturas.

 

02. [UNICAMP]

Resposta: B

Os fatores que indicam a formação das ilhas de calor são, necessariamente, intraurbanos, pois provocam um contraste na temperatura de algumas áreas em relação a outras mais ou menos próximas. Esses fatores envolvem a ação humana, que contribui para o aumento do calor (retirada da vegetação urbana, impermeabilização, etc.) e para a diminuição da circulação do ar (construção de prédios e edifícios em larga escala).

 

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