Hierarquia urbana

A hierarquia urbana diz respeito às diferentes classificações entre as cidades que formam a rede urbana mundial.

A hierarquia urbana vem desde o final do século XIX, quando muito autores passaram a utilizar o conceito de rede urbana para se referir à crescente articulação entre as cidades. Esta é resultante da industrialização, urbanização e da intensificação dos fluxos comerciais de diferentes tamanhos.

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No mesmo período, na tentativa de entender as relações travadas entre as cidades no interior de uma rede, a noção de hierarquia urbana também passou a ser utilizada.

O conceito de hierarquia foi tomado do jargão militar em que há de fato uma hierarquia presente, ou seja, o subordinado tem que se reportar ao ser superior militar.

Desse modo, fazendo uma analogia, a vila seria o soldado e a metrópole, o general. Logo, a metrópole seria o nível máximo de poder e influência econômica, e a vila, o nível mais baixo, e sofreria influência de todas as outras.

Atualmente já é possível falarmos da existência de uma nova hierarquia urbana, dentro da qual a relação da vila com a cidade local pode ser travada com o centro regional, com a metrópole regional e em certos casos, diretamente com a metrópole nacional.

Pois, os avanços tecnológicos e de infra-estrutura entre as cidades permitiram essa contração ou encurtamento entre as distâncias.

Metrópoles ou cidades globais e a criação de hierarquia urbana

No atual estágio de globalização que estamos vivendo, a hierarquia urbana se estrutura em escala mundial, de forma muito mais densa do que em períodos anteriores.

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O que define uma cidade global é o seu poder econômico, sua infra-estrutura e, portanto, sua capacidade de polarizar os fluxos das redes mundiais.

hierarquia urbana
Hierarquia Urbana em nível global. (Imagem: Reprodução)

Nessas cidades, o tamanho da população é secundário. Há cidades de porte médio que são globais. Por outro lado, algumas megacidades – metrópoles com mais de 10 milhões de habitantes, segundo a ONU – não são cidades globais.

São exemplos de cidades globais: Lisboa, Londres, Tokio e Nova York.

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Metrópoles nacionais

São cidades que polarizam um território nacional, tornando-se o coração econômico e, em alguns casos, até político de um determinado país.

Geralmente, estão acompanhadas de gigantescas áreas metropolitanas, como ocorre em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Fortaleza e outras.

Metrópoles regionais

São cidades que não possuem uma importância econômica que alcança o nível nacional – muito pela falta de infraestrutura e transportes, como a presença de aeroportos internacionais – mas que se destacam em uma escala menor.

Essas cidades tornam-se referência para as cidades médias e cidades pequenas. No caso do Brasil, a maioria dessas metrópoles são capitais estaduais, com exceção de Campinas e algumas outras.

Outros exemplos são Goiânia, Manaus, Santos, Florianópolis, Natal, etc.

Cidades médias

São cidades de médio porte, com mais de 150 mil habitantes e que possuem uma relativa dinâmica econômica, principalmente por terem se convertido em centros industriais ao longo das últimas décadas.

Essas são as cidades que mais crescem no Brasil tanto demograficamente quanto na geração de empregos e PIB. Entre os exemplos, podemos destacar Uberlândia (MG), Imperatriz (MA), Anápolis (GO), Maringá (PR) e outras.

Em torno das cidades médias e também de metrópoles regionais, existem pequenos centros econômicos que são estrutural e economicamente delas dependentes.

Nessas cidades, ocorrem muitas migrações pendulares e também a carência de serviços especializados nas áreas de saúde, educação e outras.

Referências

Geografia Geral e do Brasil – João Carlos Moreira, Eustáquio de Sene

Luana Bernardes
Por Luana Bernardes

Graduada em História pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e pós-graduada em Psicopedagogia Institucional e Clínica pela mesma Universidade.

Como referenciar este conteúdo

Bernardes, Luana. Hierarquia urbana. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/geografia/hierarquia-urbana. Acesso em: 08 de May de 2024.

Teste seu conhecimento

01. [UFJF]:

 

As figuras a seguir representam dois esquemas de relações entre as cidades: o clássico e o atual.

Por que a concepção tradicional de hierarquia urbana está sendo substituída pela atual?

a) Porque muitos distritos, vilas e até mesmo bairros se emanciparam e foram elevados à categoria de município.

b) Porque o êxodo rural leva ao desaparecimento de muitas vilas e cidades pequenas, localizadas distantes das metrópoles.

c) Porque o avanço tecnológico dos transportes e comunicações e a disponibilidade de renda encurtam as distâncias.

d) Porque a queda de regimes totalitários não permitiu maior mobilidade da população e favoreceu a migração interurbana.

e) Porque as atuais diretrizes do planejamento urbano promovem a concentração das indústrias de base nas metrópoles.

 

02. [UERJ]: 

 

Com base no mapa, a correlação mais significativa entre os níveis de hierarquia urbana e o grau de modernização dos espaços agrícolas em todo o Brasil está indicada em:

a) espaços com menos centros urbanos / maior produção agrícola

b) estados com as metrópoles nacionais / agricultura com maior mecanização

c) áreas com maior urbanização / sistema agrícola menos intensivo em capital

d) regiões com rede urbana mais complexa / nível tecnológico da agricultura mais elevado

01. [UFJF]

Resposta: C

O esquema mostra uma modificação na forma como as cidades estruturam sua rede urbana. No esquema atual, há uma maior relação direta entre os diferentes níveis, o que foi propiciado pelos avanços nos sistemas de transporte e comunicação que marcam a consolidação da globalização no mundo.

 

02. [UERJ]

Resposta: D

Com a leitura do mapa, é possível notar que os principais polos da hierarquia urbana brasileira estão concentrados na região Centro-Sul do país. Da mesma forma, conforme expresso na legenda, os locais cujo nível de desenvolvimento tecnológico agrícola é mais avançado coincidem, de certa forma, com a estrutura da rede urbana. Dessa forma, temos que as regiões mais complexas urbanisticamente também apresentam um nível tecnológico agrícola mais acentuado.

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