Platelmintos

1. Introdução

Os helmintos são vermes de importância médica já que muitos utilizam o organismo humano como hospedeiro, causando algumas das doenças mais debilitantes, principalmente em zonas com baixo índice de desenvolvimento urbano.

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Classificados em Nematelmintos e Platelmintos, vermes achatados em forma de fita e seus ovos ou larvas podem ser observados através de microscópio.

“Os helmintos são conhecidos popularmente como vermes. O termo de origem grega servia para denominar todos os seres com aspecto alongado, não importando, no entanto, a que grupo filogenético pertencia.” (COELHO & CARVALHO, 2005, p. 135)

2. Características

Os Platelmintos podem ser parasitas ou de vida livre, bilateralmente simétricos, não apresentam sistema circulatório ou respiratório e são dotados de um rudimentar sistema excretor. Possuem o corpo achatado e podem apresentar formato alongado em faixa ou formato de folha. Na sua maioria, são hermafroditas e seu sistema reprodutor é bastante desenvolvido, produzindo uma grande quantidade de ovos que contaminam os alimentos, a água ou o solo. Além de um sistema de órgãos, eles possuem também um sistema nervoso central. São divididos em três classes: Turbellaria (planária), Trematoda (Schistosoma mansoni) e Cestoda (Taenia solium, Taenia saginata).

“Platelmintos podem crescer no trato intestinal até um comprimento de 1,5 a 15 metros. São disseminados por carne infectada, inadequadamente cozida, incluindo a carne bovina, carne de porco e peixe.” (COHEN & WOOD, 2002, pág. 70)

As planárias, as tênias e os esquistossomos são os platelmintos mais amplamente estudados.

3. Ciclos evolutivos e profilaxias

3.1 Tênias

Indivíduos parasitados com tênias podem sofrer de diarreias e dores abdominais, náuseas, alterações do apetite, vômitos, insônia, convulsões, excitabilidade e outras alterações no sistemas nervoso.

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Ciclo Evolutivo: as tênias (Taenia solium e Taenia saginata) possuem corpo dividido em três partes e são dotadas de ventosas que proporcionam fixação no organismo do hospedeiro. Adquirem a forma adulta dentro do intestino humano e crescem alguns metros de comprimento. Ao reproduzir-se, eliminam proglotides nas fezes que podem ser ingeridas pelo hospedeiro intermediário (porco – T. solium ou boi – T. saginata). Os ovos eclodem no tubo digestivo desses animais e liberam uma larva ou embrião. Os embriões maduros atravessam a parede intestinal, caem na circulação sanguínea e fixam-se nos músculos, onde transformam-se em cisticerco. Ao ingerir carne crua ou mal cozida, os cisticercos são liberados no homem e evoluem para uma tênia adulta.

Prevenção: métodos de controle da infestação incluem medidas de educação sanitária, saneamento básico, inspeção de carnes para o consumo, controle das temperaturas de congelamento e cozimento de carnes, higiene nas criações de porcos e gado de corte.

3.2 Esquistossomo

O Schistosoma mansoni é o platelminto causador da esquistossomose, popularmente conhecida como “barriga d’água“. Após percorrer coração, pulmões e gânglios linfáticos, ele habita o sistema de vasos sanguíneos do organismo humano, alojando-se no fígado ou baço. A penetração da larva através da pele pode causar urticária ou provocar lesões nos pulmões durante sua trajetória. Além disso, provocam danos ao intestino, baço e fígado causando inchaço na região abdominal.

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“A moléstia é contraída pelo contato com águas que contenham cercárias livres desses helmintos. Em zonas endêmicas, onde os moluscos hospedeiros intermediários existem em grande número, a falta de latrinas e fossas higiênicas, permite a poluição das águas pelas fezes dos doentes, fornecendo assim, o material para a infestação dos caramujos.” (COELHO & CARVALHO, 2005, p. 143)

Ciclo evolutivo: a cercária, presente em água infestada, penetra na pele do homem e reproduz-se no sistema de vasos sanguíneos. Os ovos produzidos abrigam larvas (miracídios), que serão eliminadas através das fezes do hospedeiro. Os ovos eclodem na água e os miracídios nadam em busca do hospedeiro intermediário, um molusco (Biomphalaria), dentro do qual evoluem e transformam-se em cercárias. O ciclo reinicia-se quando as cercárias encontram o homem, seu hospedeiro definitivo.

“O ciclo de vida de S. mansoni inicia-se quando as fezes de indivíduos contaminados, contendo ovos do parasito, entram em contato com a água doce. Os ovos, em contato com a água, eclodem, liberando miracídios, que são a forma infectante do hospedeiro invertebrado. Os miracídios infectam novos caramujos e cada miracídio se transforma em esporocisto.” (SIMÕES, 2005, pág. 3)

Prevenção: a esquistossomose pode ser prevenida através do saneamento básico, do tratamento dos doentes, da educação sanitária ou evitando-se o contato com água infestada. O uso de botas pode prevenir a penetração da cercária na pele, mas o controle biológico dos hospedeiros intermediários parece ser o mecanismo de prevenção mais promissor.

3.3 Planárias

As planárias são vermes de vida livre encontradas em locais úmidos ou na água de lagos e córregos. Possuem um par de ocelos que funcionam como olhos rudimentares, uma boca em forma de ventosa e outras estruturas que auxiliam o parasita a localizar alimento. São seres hermafroditas que locomovem-se através de cílios e reproduzem-se através de poros genitais, eliminando seus ovos no meio externo. Podem também reproduzir-se assexuadamente: quando uma planária é cortada em duas ou mais partes, cada parte regenera-se em um novo indivíduo.

Referências