Peste bubônica

A peste bubônica é uma doença relacionada às más condições de higiene, que aproximam o contato entre os ratos pretos (hospedeiros das bactérias) e humanos (alvos).

A peste bubônica, também chamada de peste negra, é uma doença bacteriana rara, mas extremamente severa. É uma doença ocorrida no pulmão, infectocontagiosa, e transmitida pela bactéria Yersinia Pestis. Esta, por sua vez, é transmitida para o homem por meio das pulgas que vivem nos pelos do rato-preto.

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Com uma pandemia que devastou 1/3 da população europeia durante a Idade Média, a doença se tornou popular. Diferentemente da época em que a Idade das Trevas vigorava, a identificação da enfermidade é prática, assim como seu tratamento. Como a Aids, a Peste Bubônica, por muito tempo, foi considerada pelos fanáticos religiosos como um castigo divino à sociedade.

À época da idade média, as cidades aglomeravam número expressivo de pessoas. Assim, lixo era um acúmulo constante, e esgoto tratado era algo apenas para um futuro distante. Com os encanamentos a céu aberto, a atração de insetos e roedores era uma constante. Hábitos de higiene eram inexistentes entre os populares, o que potencializava as chances de contração da doença. Assim, pela característica infectocontagiosa, bastava que um cidadão a contraísse para que toda uma população fosse ameaçada de dizimação,

Yersinia Pestis, a bactéria transmissora da peste bubônica. (Imagem: Reprodução)

Transmissão da peste bubônica

A peste negra é uma doença identificada geralmente em roedores. Seu contágio se dá por meio de contato direto ou através das pulgas que se hospedam entre os animais. Se nos ratos ela é fatal, nos humanos ela é como uma zoonose (doença transmitida de animais para humanos). Ela tem sua causa geralmente ligada ao contato direto de humanos com ratos – ou seus parasitas, no caso as pulgas.

Os parasitas retiram a bactéria do animal hospedeiro por meio do sangue, e quando há a morte do roedor, novos hospedeiros são procurados. Há, no entanto, a multiplicação das bactérias enquanto presente no intestino das pulgas. A bactéria infecta o ser humano por meio de feridas ou pequenas abrasões na pele – como é o caso da picada do próprio parasita. Além da transmissão pela pulga, a peste pode ser contraída através do contato direto com outro enfermo.

Sintomas e avanço da doença

O principal sintoma percebido na peste bubônica é o surgimento de uma infecção nas glândulas linfáticas. Estas – popularmente chamadas de bubões –, por sua vez, acabam inchadas e pungentes. Após a mordida da pulga e consequente transmissão da bactéria Y. pestis, esta se instala em um linfonodo desprotegido. Ali, dá-se início à colonização, reprodução e multiplicação da bactéria.

Por ser uma infecção que rapidamente se alastra, a peste negra é geralmente a primeira de uma série de doenças a atacar o organismo. Os sintomas costumam aparecer entre dois a cinco dias após a bactéria se alastrar no corpo. Entre os principais sintomas, assim, estão:

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  • Sensação de mal-estar;
  • Calafrios constantes;
  • Febre igual ou superior a 39°C;
  • Possibilidade de convulsões;
  • Dores e contrações musculares;
  • Tom rosado assume a cor da pele;
  • Glândulas linfáticas apresentam inchaços e dores são presentes nas axilas, pescoço e virilha;

Diagnóstico, prevenção e tratamento

Através da recolha de amostras de sangue, líquido dos bubos ou ainda de pus é possível detectar a peste. Por meio de análise bioquímica, as amostras são mergulhadas em meio a nutrientes e avaliados através de observação laboratorial.

Apesar de ser uma doença considerada rara, ela ainda está presente em muitos locais, sobretudo no Brasil. A ideia é evitar contato com roedores de qualquer espécie e exterminá-los das habitações. A peste é uma doença emergencial e passível de declaração epidêmica. Por esse motivo, a comunicação junto às autoridades é obrigatória.

Com o alavanque dos antibióticos, a peste teve quase seu extermínio do corpo humano. Tornando-se, assim, uma doença quase incurável para uma enfermidade de fácil controle. Existem alguns antibióticos eficazes no tratamento, como:

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  • Estreptomicina;
  • Tetraciclinas;
  • Cloranfenicol;

Além do trio, tratamentos com gentaminicina e doxiciclicina também têm apresentado resultados satisfatórios. É importante frisar que o uso de antibióticos não é garantia. Isso porque mesmo com o tratamento, à exceção da fase inicial, a peste ainda apresenta taxa de 15% de mortalidade.

Referências

JUNQUEIRA, C. Luiz e CARNEIRO, José. Biologia Celular e Molecular, Editora Guanabara/Koogan, 8ª edição. 2005, 332 p

Mateus Bunde
Por Mateus Bunde

Graduado em Jornalismo pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Especialista em Linguagens pelo Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IFSul) e Mestrando em Comunicação pela Universidade do Porto, de Portugal (UP/PT).

Como referenciar este conteúdo

Bunde, Mateus. Peste bubônica. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/biologia/peste-bubonica. Acesso em: 25 de April de 2024.

Teste seu conhecimento

01. [Mackenzie] A peste negra, que dizimou cerca de um terço da população europeia, as revoltas camponesas ocasionadas pelo precário equilíbrio da produção agrícola e a Guerra dos Cem Anos, entre França e Inglaterra, foram responsáveis:

a) pela formação da sociedade feudo-clerical.

b) pela crise do mercantilismo econômico.

c) pelo fortalecimento da nobreza em detrimento do poder real.

d) pela aceleração da crise do absolutismo.

e) pela crise do feudalismo e consolidação do poder real.

02. [ENEM] A Peste Negra dizimou boa parte da população europeia, com efeitos sobre o crescimento das cidades. O conhecimento médico da época não foi suficiente para conter a epidemia. Na cidade de Siena, Agnolo di Tura escreveu: “As pessoas morriam às centenas, de dia e de noite, e todas eram jogadas em fossas cobertas com terra e, assim que essas fossas ficavam cheias, cavavam-se mais. E eu enterrei meus cinco filhos com minhas próprias mãos (…) E morreram tantos que todos achavam que era o fim do mundo.”

Agnolo di Tura. The Plague in Siena: An Italian Chronicle. In: William M. Bowsky. The Black Death: a turning point in history? New York: HRW, 1971 (com adaptações).

O testemunho de Agnolo di Tura, um sobrevivente da Peste Negra que assolou a Europa durante parte do século XIV, sugere que:

a) o flagelo da Peste Negra foi associado ao fim dos tempos.

b) a Igreja buscou conter o medo da morte, disseminando o saber médico.

c) a impressão causada pelo número de mortos não foi tão forte, porque as vítimas eram poucas e identificáveis.

d) houve substancial queda demográfica na Europa no período anterior à Peste.

e) o drama vivido pelos sobreviventes era causado pelo fato de os cadáveres não serem enterrados.

01. [E]

02. [A]

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