AIDS

A AIDS é uma infecção viral que causa baixa imunidade no indivíduo contaminado, mas que possui tratamento para melhorar a qualidade de vida do portador do vírus.

Também conhecida como SIDA (do inglês), a AIDS é a Acquired Immunodeficiency Syndrome, em inglês. Trata-se de uma doença crônica que atinge o sistema imunológico, podendo levar o paciente à morte quando não tratada. Isso porque o paciente apresenta imunidade enfraquecida diante de outras infecções e tumores.

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Causada pelo vírus HIV (Human Immunodeficiency Virus), a AIDS pode ser transmitida pelo sangue, pelo sêmen, pelas secreções vaginais, pelo leite, entre outros, não tendo, ainda, cura ou qualquer vacina como forma de prevenção.

É importante frisar, entretanto, que o paciente apresentar o vírus HIV em seu organismo não significa o mesmo que ter AIDS, uma vez que diversos soropositivos (portadores do vírus HIV), passam anos sem apresentar sintomas, ou sequer desenvolver a doença, podendo, entretanto, transmitir o vírus por meio de diversas situações, como:

  • relações sexuais desprotegidas;
  • compartilhamento de seringas contaminadas;
  • hereditariedade, de mãe para o filho, durante a gestação ou amamentação;

O que muitas pessoas não sabem, entretanto, é que a AIDS tem tratamento.

AIDS soropositivo
Imagem: Reprodução

O diagnóstico da AIDS

Existem alguns tipos de testes para o diagnóstico da AIDS. O primeiro, chamado de convencional ou Ensaio Imunoenzimático, ou ainda ELISA, é feita a coleta de uma amostra de sangue, e realizada a busca por anticorpos que atuam contra o vírus. Se não forem encontradas células de defesa específicas para o HIV, o resultado é negativo. Se for detectado, passa-se a realizar um teste adicional, denominado teste confirmatório. Neste caso, busca-se por fragmentos de HIV na corrente sanguínea.

Existe ainda o teste rápido, que funciona de forma bastante semelhante à do teste convencional, mas o teste sai no mesmo dia, levando aproximadamente duas horas para obtenção do resultado. Pode-se realizar o teste, ainda, a partir do fluído oral, que é uma das formas mais recentes de realizar o teste. Para isso, retira-se uma amostra do fluido da boca, presente nas gengivas e na mucosa da bochecha, fazendo uso de uma haste coletora. O resultado também é bastante rápido, levando aproximadamente 30 minutos, podendo ser realizado, ainda, em qualquer lugar. Este, entretanto, serve apenas como forma de triagem, não dispensando confirmações laboratoriais.

Por fim, temos os testes confirmatórios, que são os exames Western Blot, o teste de imunofluorescência indireta para o HIV-1 e o Imunoblot, que são requeridos somente quando os outros testes dão resultados positivos. São extremamente necessários, uma vez que ainda que sejam bastante práticos e normalmente precisos, é possível haver resultados falsos positivos em decorrência de doenças presentes no organismo do paciente, como artrite reumatóide, doenças autoimunes e alguns tipos de câncer.

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AIDS cura
Imagem: Reprodução

Tratamento da AIDS

Para aplicação do tratamento, é preciso conhecer as fases a partir do momento da infecção pelo vírus no sistema imunológico. A partir desse momento, temos a primeira fase, denominada aguda, onde ocorre a incubação do HIV.

É chamado assim o período em que há a exposição ao vírus até o momento em que surgem os primeiros sinais da doença. Estima-se que este período tenha variações entre 3 e 6 semanas; a segunda fase, por sua vez, chamada de assintomática, é marcada pela interação entre as células de defesa, bem como pelas mutações do vírus.

O organismo, nesta fase, não chega a sofrer enfraquecimento, mas já abre portas para novas doenças. Esse período pode levar anos para terminar; por fim, temos a terceira fase, denominada sintomática inicial. Os ataques frequentes começam a fazer com que as células de defesa funcionem com menos eficiência, até serem destruídas. Infecções comuns começam a ser mais perceptíveis, e há uma intensa redução dos linfócitos TCD4, que são os glóbulos brancos.

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Tendo consciência das fases, o médico, realizando o acompanhamento, poderá indicar doses de medicamentos e exames de rotina. O paciente deverá seguir a risca o tratamento com os remédios, uma vez que o uso irregular ou errado dos antirretrovirais acaba por causar uma aceleração do processo de resistência do vírus ao medicamento.

Os medicamentos de tratamento não matam o vírus, mas auxiliam no que tange ao enfraquecimento do sistema imunológico do paciente, aumentando o tempo e a qualidade de vida. O coquetel “anti-aids”, no Brasil, é distribuído gratuitamente desde 1996 para todos os pacientes que precisam dos tratamentos.

Como prevenir

O método mais recomendado para a prevenção da AIDS é o uso de preservativos durante a relação sexual, bem como o uso de seringas e agulhas descartáveis. É necessário, ainda, realizar o teste prévio do sangue a ser transfundido, bem como usar luvas ao manusear feridas ou líquidos potencialmente contaminados. Além do uso do preservativo, existe um espermicida em spray à base de nonoxinol-9 que aumenta a proteção, caso haja contato sexual com paciente HIV positivo.

Caso haja uma situação de risco de contaminação, existe um kmedicamento conhecido como PEP, Profilaxia Pós-Exposição ao HIV. Trata-se de uma medida de prevenção à infecção quando há violência sexual, acidente operacional ou relação sexual desprotegida, e consiste no uso de medicação em até 72 horas após qualquer situação que possa caracterizar de risco de contato com HIV. Esse medicamento atua evitando a sobrevivência e a multiplicação do HIV no organismo, devendo, portanto, ser iniciada o mais rápido possível. O tratamento leva 28 dias para ser encerrado, devendo a pessoa ser acompanhada pela equipe de saúde por 90 dias.

É importante frisar, entretanto, que trata-se de uma medida preventiva de emergência, não devendo ser substituta de nenhuma outra forma de prevenção. A PEP pode causar efeitos indesejados, como dores de cabeça, enjoos e diarreia, mas o tratamento não deve ser interrompido, ainda que os sintomas apareçam.

Referências

www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/pep-profilaxia-pos-exposicao-ao-hiv

www.aids.gov.br/pt-br/

Natália Petrin
Por Natália Petrin

Formada em Publicidade e Propaganda. Atualmente advogada com pós-graduação em Lei Geral de Proteção de Dados e Direito Processual Penal. Mestranda em Criminologia.

Como referenciar este conteúdo

Petrin, Natália. AIDS. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/biologia/aids. Acesso em: 26 de April de 2024.

Teste seu conhecimento

01. [ENEM] A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é manifestação clínica da infecção pelo vírus HIV, que leva, em média, oito anos para se manifestar. No Brasil, desde a identificação do primeiro caso de AIDS em 1980 até junho de 2007, já foram identificados cerca de 474 mil casos da doença. O país acumulou, aproximadamente, 192 mil óbitos devidos à AIDS até junho de 2006, sendo as taxas de mortalidade crescente até meados da década de 1990 e estabilizando-se em cerca de 11 mil óbitos anuais desde 1998. […] A partir do ano 2000, essa taxa se estabilizou em cerca de 6,4 óbitos por 100 mil habitantes, sendo esta estabilização mais evidente em São Paulo e no Distrito Federal.

Disponível em: http://www.aids.gov.br. Acesso em: 01 de maio 2009 (adaptado)

A redução nas taxas de mortalidade devido à AIDS a partir da década de 1990 é decorrente

a) do aumento do uso de preservativos nas relações sexuais, que torna o vírus HIV menos letal.

b) da melhoria das condições alimentares dos soropositivos, a qual fortalece o sistema imunológico deles.

c) do desenvolvimento de drogas que permitem diferentes formas de ação contra o vírus HIV.

d) das melhorias sanitárias implementadas nos últimos 30 anos, principalmente nas grandes capitais.

e) das campanhas que estimulam a vacinação contra o vírus e a busca pelos serviços de saúde.

02. [ENEM] Estima-se que haja atualmente no mundo 40 milhões de pessoas infectadas pelo HIV (o vírus que causa a AIDS), sendo que as taxas de novas infecções continuam crescendo, principalmente na África, Ásia e Rússia. Nesse cenário de pandemia, uma vacina contra o HIV teria imenso impacto, pois salvaria milhões de vidas. Certamente seria um marco na história planetária e também uma esperança para as populações carentes de tratamento antiviral e de acompanhamento médico.

TANURI, A.; FERREIRA JUNIOR, O. C. Vacina contra Aids: desafios e esperanças. Ciência Hoje (44) 26, 2009 (adaptado).

Uma vacina eficiente contra o HIV deveria

a) induzir a imunidade, para proteger o organismo da contaminação viral.

b) ser capaz de alterar o genoma do organismo portador, induzindo a síntese de enzimas protetoras.

c) produzir antígenos capazes de se ligarem ao vírus, impedindo que este entre nas células do organismo humano.

d) ser amplamente aplicada em animais, visto que esses são os principais transmissores do vírus para os seres humanos.

e) estimular a imunidade, minimizando a transmissão do vírus por gotículas de saliva.

01. [C]

02. [A]

 

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