Revolução na Nicarágua

A Nicarágua passou por um processo de crise política, econômica e social bastante intensa, passando a enfrentar problemas a partir da Revolução da Nicarágua.

Chamada pela história de Revolução Nicaraguense, ou Revolução Sandinista, a Revolução na Nicarágua teve início no ano de 1978, se estendendo até o ano de 1990. Seu principal objetivo era uma reforma radical nas instituições de Nicarágua.

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Após o processo de independência mexicana, foram diversas as transformações pelas quais passaram as regiões que pertenciam à América Central, principalmente de cunho político. Tudo isso, em favor de formações de nações independentes, onde as elites locais conseguiam o apoio dos Estados Unidos e da Inglaterra, mas acabavam por se tornar nações frágeis que não conseguiam se impor diante dos interesses das potências capitalistas.

Aspectos da Revolução na Nicarágua

Surge, neste contexto, a Nicarágua, onde no ano de 1920, teve início um grupo revolucionário, liderado pelo camponês Augusto César Sandino, objetivando acabar com a intervenção imperialista no país. Sandino defendia, além de outras questões, a distribuição de terras e a saída dos militares americanos que ocupavam a Nicarágua. Entre os anos de 1926 e 1933, Sandino e seus partidários acabaram atuando em movimentos de guerrilha.

Quando conseguiram a retirada das tropas norte americanas de Nicarágua, Sandino acabou por assinar um acordo, concordando em depor as armas mediante a preservação da soberania de seu país. Os militares liderados por Anastásio Somoza Garcia se aproveitaram pela opção de Sandino de pacificação, e acabaram por assassinar o líder da Frente Sandinista de Libertação Nacional, instalando um governo ditatorial que visava os interesses norte-americanos. A família Somoza acabou controlando a vida política do país entre os anos de 1930 e 1970.

revolução na nicarágua
(Imagem: Reprodução)

No ano de 1961, durante o governo de Somoza, entretanto, surgiu uma guerra civil diante da morte do jornalista Pedro Joaquin Chamorro, que era um participante ativo dos movimentos contrários à ditadura de Somoza. Com isso, a Frente Sandinista de Libertação Nacional acabou dominando o Palácio Nacional de Manágua, localizado na capital do país, e conseguiram chegar ao poder. Daniel Ortega, representante do governo instituído pela FSLN, prometeu melhorar significativamente as questões políticas e sociais que tomavam conta do país.

O governo pós-Revolução

Com o governo sandinista, após a Revolução na Nicarágua, o país experimentou uma aproximação significativa com as nações do bloco socialista, e ofereciam um processo, ao país, de desapropriação para que o Estado tomasse conta das terras e das forças produtivas do país. Esse comportamento não demorou a incomodar os interesses do bloco capitalista e das porções heterogêneas de Nicarágua, formando-se, no ano de 1981, uma ação contra revolucionária no país.

Nos anos 1980, houve uma grave crise econômica em Nicarágua, enfrentada pelo governo sandinista, proporcionando uma ampliação bastante significativa no que tange às forças oposicionistas, conhecidos como Contras. Estes receberam apoio financeiro dos Estados Unidos, bem como de membros da alta cúpula católica da região, deixando Nicarágua a beira de um caos. Nos anos de 1990, com a intensidade da crise aumentando, os sandinistas foram derrotados, sendo eleita a Violeta Chamorro.

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Os sandinistas somente se fortaleceram após uma sequência de governos de tendência neoliberal e conservadora diante da permanência dos problemas. Daniel Ortega, então, no ano de 2007, retomou a presidência, apresentando, desta vez, um discurso político moderado, sendo declaradamente apoiado pelos norte-americanos. O país, atualmente, acaba enfrentando as heranças desse conturbado período político de 1979, durante a Revolução na Nicarágua, que acabou deixando inflação, desemprego, dívida externa e um intenso atraso tecnológico.

Referências

Nicarágua, hoje – Análise da revolução sandinista – Carlos María Vilas

Natália Petrin
Por Natália Petrin

Formada em Publicidade e Propaganda. Atualmente advogada com pós-graduação em Lei Geral de Proteção de Dados e Direito Processual Penal. Mestranda em Criminologia.

Como referenciar este conteúdo

Petrin, Natália. Revolução na Nicarágua. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/historia/revolucao-na-nicaragua. Acesso em: 24 de May de 2025.

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