Redundância

A redundância é um vício de linguagem bastante comum na fala, mas também em textos, e consiste na repetição de ideias.

Chamamos de vícios de linguagem algumas palavras ou construções que acabam por bater de frente com as normas gramaticais, e podem ocorrer não apenas por desconhecimento, mas também por descuido. A redundância, da qual se trata este artigo, é um destes vícios, além do barbarismo, solecismo, entre outros. Justamente por ser um vício bastante comum, em alguns momentos fica um pouco difícil perceber a redundância em textos.

Publicidade

Mas o que é redundância?

Imagem: Reprodução

Redundância, como o nome mesmo sugere, refere-se à algo que é dito em excesso e acaba por se tornar repetitivo na oração. Trata-se, portanto, de uma situação em que já tivemos as informações apresentadas, e são mencionadas novamente. Está, na gramática, ligada àquele discurso em que há a utilização de diferentes palavras visando expressar a mesma ideia, ou o mesmo raciocínio. Exemplos comuns de redundância são “subir pra cima”, “elo de ligação”, “metades iguais”, “há anos atrás”, entre muitos outros.

A redundância pode, ainda, estar relacionada com o uso do pleonasmo, que é uma figura de linguagem que intensifica a ideia de um termo justamente desta forma: usando da repetição das palavras ou até mesmo da ideia contida.

Quando usar a redundância?

Como mencionamos anteriormente, trata-se de um vício de linguagem e, portanto, deve ser evitada sempre que possível. Isso porque trás a ideia de que o texto não possui conteúdo e é fraco, dando voltas para chegar à mesma ideia. O artifício, entretanto, é permitido quando se dá a ideia de que foi usado de forma proposital, reforçando o que se queria apresentar. Quando bem utilizado, o vício de linguagem pode, portanto, deixar o texto mais rico, retificando o discurso já apresentado. Dessa forma, vemos a redundância sendo utilizada em livros, poesias e crônicas, por exemplo, onde existe a licença poética, que nos dá a liberdade de fazer uso destas técnicas.

Em outras situações, entretanto, em que não há a licença poética, devemos combater a redundância, uma vez que ela empobrece o discurso e, quando tomamos como habitual na fala, podemos acabar reproduzindo em textos, o que pode gerar alguns problemas em provas e concursos, por exemplo. Devemos nos policiar e prestar mais atenção não somente quando escrevemos, mas também quando falamos.

Referências

Novíssima Gramática da Língua Portuguesa – Domingos Paschoal Cegalla

Natália Petrin
Por Natália Petrin

Formada em Publicidade e Propaganda. Atualmente advogada com pós-graduação em Lei Geral de Proteção de Dados e Direito Processual Penal. Mestranda em Criminologia.

Como referenciar este conteúdo

Petrin, Natália. Redundância. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/portugues/redundancia. Acesso em: 30 de April de 2024.

Teste seu conhecimento

01. [ENEM] Assinale a sequência correta:

I. O pleonasmo consiste em intensificar o significado de um elemento do texto por meio da redundância, isto é, da repetição da ideia já expressa por esse elemento.

II. A ambiguidade não pode ser considerada um vício de linguagem, já que não provoca qualquer tipo de dificuldade para a interpretação de um texto.

III. O neologismo é um fenômeno linguístico que consiste na criação de novas palavras ou expressões e não pode ser considerado como um vício de linguagem, já que pode ser empregado com intenções artísticas.

IV. O arcaísmo consiste no emprego de palavras ou expressões cuja utilização seja menos frequente na modalidade escrita e na modalidade oral. É o oposto do neologismo, pois está na contramão do movimento criador de palavras.

V. Solecismo é uma inadequação na estrutura sintática da frase com relação à gramática normativa do idioma. Podem subverter as normas da concordância, da regência e da colocação.

a) I, II e III.

b) II e IV.

c) I, III, IV e V.

d) I, II, IV e V.

e) III e V.

 

02. [URCA] Sobre os vícios de linguagem, relacione a segunda coluna com a primeira:

(A) barbarismo;
(B) solecismo;
(C) cacófato;
(D) redundância;
(E) ambigüidade.

(  ) É admirável a fé de meu tio;
(  ) Não teve dó: decapitou a cabeça do condenado;
(  ) Faziam anos que não morriam pessoas;
(  ) Coitado do burro do meu irmão! Morreu.
(  ) Intervi na briga por que sou intimerato.

A sequência correta é:

a) D – C – A – B – E

b) B – E – D – A – C

c) C – D – B – E – A

d) A – B – E – C – D

e) E – A – C – B – D

 

01. [C]

02. [C]

 

Compartilhe

TOPO