A gramática da língua portuguesa é repleta de particularidades que se apresentam e muitas vezes acabam confundindo a cabeça do leitor. Existem algumas categorizações que são oriundas dos pressupostos gramaticais que incitam questionamentos. Os verbos compõe uma classe de palavras que apresenta flexão em pessoa, número, tempo, modo e voz, podendo indicar uma ação, como é o caso do verbo correr, um estado, como é o caso do verbo ficar, um fenômeno, como chover, uma ocorrência, como nascer, e um desejo, como querer, por exemplo. O que os caracteriza, são as flexões, e não seus significados. Os verbos são formados por um radical, que é a parte invariável e que trás significado essencial ao verbo (como em falar, por exemplo, em que o radical é fal-); tema, que é o radical seguido da vogal (como no verbo falar, em que é fala-r); desinência modo-temporal, que é o elemento que designa o tempo e o modo do verbo (por exemplo, na palavra falávamos, “va” indica o pretérito imperfeito do indicativo); e por fim a desinência número-pessoal, que designa a pessoa do discurso e o número (como em falamos, em que “mos” indica a 1ª pessoa do plural).
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Verbos Reflexivos
Os verbos reflexivos e pronominais são, ambos, acompanhados de pronome oblíquo átono “se”, portanto suas diferenças podem ser encontradas em detalhes mais aprofundados, relacionados às ocorrências linguísticas.
Verbos reflexivos são aqueles que possuem pronome pessoal oblíquo acompanhando-o somente, já que a ação daquele indivíduo acontece nele mesmo. Os pronominais, por sua vez, são aqueles que precisam, necessariamente, trazer pra junto de si um pronome. Confira a frase abaixo:
“O funcionário feriu-se com um objeto pontiagudo durante a execução de um serviço”. Nessa frase, podemos perceber que a ação foi executada pelo usuário, ele entrou em contato com o objeto ao mesmo tempo que feriu-se com esse objeto. A ação, portanto, voltou para o praticante, tratando-se, portanto, de um verbo reflexivo. O funcionário é o agente, que provocou a ação de tocar no objeto, ação esta que se voltou contra ele, ferindo-o. Outro exemplo é a frase “O garoto se feriu com a faca”, onde o garoto é o agente que provoca a ação de tocar na faca e acaba ferido por ela, sofrendo também uma ação. Os verbos reflexivos, portanto, aparecem sempre acompanhados de pronome pessoal oblíquo átono, que no caso do garoto, define-se pelo pronome “se”.
“A garota queixou-se de dor durante a aula. Ela formou-se em medicina”. Nesse caso, também é possível observar o uso do pronome oblíquo como uma materialização em virtude de uma exigência dos pressupostos gramaticais, tratando-se, portanto, de um verbo pronominal.
Referências
Nova Gramática do Português Contemporâneo – C Cunha, LFL Cintra

Por Natália Petrin
Formada em Publicidade e Propaganda. Atualmente advogada com pós-graduação em Lei Geral de Proteção de Dados e Direito Processual Penal. Mestranda em Criminologia.
Petrin, Natália. Verbos Reflexivos. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/portugues/verbos-reflexivos. Acesso em: 20 de May de 2025.
01. [UFF] Assinale a série em que estão devidamente classificadas as formas verbais destacadas:
“Ao chegar da fazenda, espero que já tenha terminado a festa”.
a) futuro do subjuntivo, pretérito perfeito do subjuntivo
b) infinitivo, presente do subjuntivo
c) futuro do subjuntivo, presente do subjuntivo
d) infinitivo, pretérito imperfeito do subjuntivo
e) infinitivo, pretérito perfeito do subjuntivo
02. [ENG – MACK] Só muito mais tarde vim, a saber, que a chuva os ___________ na estrada e que não _________ ninguém que ______________.
a) detera; houve; os ajudasse;
b) detivera; houve; os ajudasse;
c) detera; teve; ajudasse eles;
d) detivera; houve; ajudasse eles;
e) detivera; teve; os ajudasse.
01. [E]
02. [B]