Espécies em extinção

Segundo dados da União Internacional para a Conservação da Natureza, atualmente existem mais de 5.000 espécies que correm algum risco de extinção.

O processo de extinção consiste no desaparecimento de todos os indivíduos de uma espécie de um ambiente ou ecossistema. A extinção é um evento natural, que pode ter como causas desde desastres ambientais até mesmo a competição com outras espécies. Trata-se de um fenômeno que ocorre lentamente na natureza e pode se apresentar de três maneiras: filética, de fundo e em massa.

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A extinção dita filética, ou pseudoextinção, ocorre gradativamente devido a mudanças nas espécies ao longo do tempo, tornando-as diferentes das populações originais. Desta forma, passam a ser consideradas com uma nova espécie.

As extinções de fundo ocorrem em decorrência da interação entre as espécies e o meio como, por exemplo, quando duas espécies ocupam o mesmo nicho ecológico e competem por ele.

Já as extinções em massa resultam na destruição de um número elevado de espécies em um curto período de tempo, como a extinção dos dinossauros.

Fósseis de dinossauros. Fonte: Wikimedia Commons.
Fósseis de dinossauros. Fonte: Wikimedia Commons.

O que tem ocorrido atualmente é que a ação antrópica tem acelerado o processo de extinção de diversas espécies, seja por motivos de caça descontrolada, por destruição do habitat natural e mesmo o mau uso de recursos naturais. O impacto da agricultura, o extrativismo, a expansão urbana, introdução de espécies exóticas e poluição, entre outros fatores, contribuem para acelerar de forma expressiva este processo.

Proteção das espécies ameaçadas

Três convenções de importância internacional legitimam o tratamento protecionista para espécies ameaçadas de extinção:

  • Convenção para a Proteção da Flora, da Fauna e das Belezas Cênicas Naturais dos Países da América;
  • Convenção de Washington sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e da Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (CITES);
  • Convenção sobre Diversidade Biológica – CDB.

Quanto à legislação brasileira, a Constituição Federal de 1988 e o Novo Código Florestal (Lei Florestal – Lei nº 12.651, de 22 de maio de 2012) possuem capítulos e artigos específicos.

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Lista Vermelha das espécies em extinção

As listas de espécies ameaçadas de extinção são os principais instrumentos divulgados visando conscientizar sobre a necessidade da conservação da Biodiversidade. A União Internacional para Conservação da Natureza (UICN e/ou IUCN) é uma organização civil dedicada à conservação da natureza. Desde 1963 realiza um detalhado inventário sobre o estado de conservação de seres vivos no planeta. Conhecida como Lista Vermelha da UICN, é divulgada com o objetivo de informar sobre os riscos de extinção de espécies em todo mundo. É dividida em três grandes categorias e suas subcategorias:

  • Extinto: extinto e extinto da natureza
  • Ameaçada: criticamente em perigo, em perigo, vulnerável
  • Baixo risco: dependente de conservação, quase ameaçada, pouco preocupante

 

Principais espécies ameaçadas no mundo

Porcentagem de espécies de diferentes grupos em perigo de extinção, segundo a Lista Vermelha da IUCN. Fonte: Wikimedia Commons.
Porcentagem de espécies de diferentes grupos em perigo de extinção, segundo a Lista Vermelha da IUCN. Fonte: Wikimedia Commons.

Talvez, os casos mais críticos de extinção sejam o do leopardo-de-amur e do lêmure-do-norte. Há muitos anos sofrendo em função da caça predatória, hoje restam apenas 40 leopardos-de-amur no mundo. Vivem no norte da China e no sul da Rússia. Já no caso do lêmure-do-norte, originário de Madagascar, restam apenas 30 indivíduos livres. Esses animais foram caçados por muito tempo para servirem como animais de estimação. Outros animais como gorila da montanha, orangotango de Sumatra, elefante de Sumatra, tigre siberiano também se encontram em sério risco de extinção, uma vez que não sobram mais que 500 indivíduos dessas espécies sobrevivendo na natureza.

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Principais espécies ameaçadas no Brasil

Segundo o Ibama, cerca de 650 espécies correm risco de extinção no Brasil. A ararajuba e arara azul estão ameaçadas devido ao desmatamento e ao tráfico de animais. Outros, como ariranha e baleia-franca-do-sul sofrem com a pesca predatória. Cervo do pantanal, lobo guará, mico leão dourado e macacão aranha são outras espécies ameaçadas de extinção devido ao desmatamento e destruição de seu habitat natural.

Arara-azul. Fonte: Wikimedia Commons
Arara-azul. Fonte: Wikimedia Commons

Você sabia?

Desextinção

Quando uma espécie é extinta, sua linhagem desaparece e não há mais chance de recuperá-la. No entanto, o Revive & Restore Project (Projeto Reviver e Restaurar) pretende mudar esse fato ao fazer uso de técnica de clonagem e biologia molecular. Os cientistas pretendem trazer de volta a vida espécies já extintas, através do conhecimento do genoma completo da espécie obtido por amostras de material genético proveniente de museus. Este ambicioso projeto vem sendo denominado de desextinção. Obviamente, algumas questões éticas sobre este processo ainda estão em discussão. Entre as possíveis espécies candidatas a desextinção estão o tigre-dentes-de-sabre, o mamute e a ave dodô.

Referências

http://www.iucn.org/

http://www.iucnredlist.org/

http://www.mma.gov.br/biodiversidade/especies-ameacadas-de-extincao

https://www.greenme.com.br/animais-em-extincao/2771-10-animais-em-extincao-que-podem-desaparecer-ainda-este-ano

Carlos Ferreira
Por Carlos Ferreira

Formado em Ciências Econômicas e Jornalismo. Possui ampla experiência editorial e redacional em conteúdos jornalísticos com foco em mídias digitais.

Como referenciar este conteúdo

Ferreira, Carlos. Espécies em extinção. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/biologia/especies-em-extincao. Acesso em: 25 de May de 2025.

Teste seu conhecimento

1- (ENEM/2007) A figura abaixo é parte de uma campanha publicitária.

biologia-enem.060

Essa campanha publicitária relaciona-se diretamente com a seguinte afirmativa:

a) O comércio ilícito da fauna silvestre, atividade de grande impacto, é uma ameaça para a biodiversidade nacional.

b) A manutenção do mico-leão-dourado em jaula é a medida que garante a preservação dessa espécie animal.

c) O Brasil, primeiro país a eliminar o tráfico do mico-leão-dourado, garantiu a preservação dessa espécie.

d) O aumento da biodiversidade em outros países depende do comércio ilegal da fauna silvestre brasileira.

e) O tráfico de animais silvestres é benéfico para a preservação das espécies, pois garante-lhes a sobrevivência.

2 – (Fuvest-SP) O xaxim é um produto muito usado na fabricação de vasos e suportes para plantas. A sua utilização:

a) aumenta o risco de extinção de certas samambaias, a partir das quais é produzido.
b) não acarreta nenhum impacto ambiental, pois é produzido a partir da compactação de folhas de certas palmeiras.
c) aumenta o risco de extinção de certas gramíneas, a partir das quais é produzido.
d) não acarreta nenhum impacto ambiental, pois é produzido a partir de raízes de plantas aquáticas secas.
e) provoca a extinção de certas palmeiras, a partir das quais é produzido.

 

1. [a]

2. [a]

O xaxim é o tronco da samambaiaçu, uma espécie de samambaia. Sendo muito utilizado em paisagismo, em razão da intensa procura comercial, a samambaiaçu está sumindo do ambiente natural e corre risco de extinção.

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