Literatura Gótica

A literatura gótica é caracterizada por sua prosa brusca e poesia pesada.

A literatura gótica é uma vertente literária que representa o Romantismo mais direcionado ao mistério e ao lado obscuro. Trata, sobretudo, de temas que contradize costumes, tradições e cultura de uma dada sociedade.

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É uma contracultura abastecida pelo tema da morte, dos sonhos, do satanismo, da insanidade, dotado de um psicológico nada saudável das personagens.

A loucura é comum dentro da literatura gótica. É ligada, geralmente, à fantasia, e à literatura fantástica.

Em uma narrativa mais negativa, mas ainda assim que retrata muito mais o metafísico do que propriamente o físico. Uma ideia de priorizar os pensamentos das personagens; as visões da mesma, do que propriamente, as vivências românticas.

literatura gótica
(Imagem: Reprodução)

Características da literatura gótica

Originada na Inglaterra, em meados da metade do século XVIII, a literatura gótica tem como obra precursora “O Castelo de Otranto” (1764), de Horace Walpole.

Durante o período, o estilo apresentava uma presença maior de elementos marcantes do romance medieval. Castelos, templos, destroços, batalhas e templos eram comuns nos destaques dos autores.

Naquele período, outros pontos fortes da narrativa gótica eram os personagens melodramáticos, carregados de um emocional afinco. Eles tinham como intenção primordial transmitir ao leitor os sentimentos mais profundos do âmago.

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Dentro da simbologia proposta pela literatura gótica, era clara a repetição constante nos mistérios provindos do passado. As previsões quanto ao futuro, o ocultismo e os manuscritos camuflados era alguns dos pontos altos das obras.

Enquanto isso, algumas narrativas góticas acabam recorrendo a alguns temas mais intensos do próprio terror/suspense. A loucura, os problemas psicológicos, demônios psíquicos, pavores, assombrações e demais problemas eram retratados nas obras.

Uma intensa carga emocional era despejada nos romances, tal como um eu interior que se destacava em comparação com demais obras. Era uma produção que afrontava os costumes da época, e muito rejeitada devido à cultura do período.

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Principais autores góticos no Brasil e no mundo

Produzida sob prosa por um grande número de escritores, e representada em poesia, sobretudo, por Baudelaire e Edgar Allan Poe. A literatura gótica acabou sendo introduzida e representada no Brasil por Álvares de Azevedo, com Noite na Taverna e Macário.

Assim como no estrangeiro, os temas do autor brasileiro eram o obscuro e a proximidade da morte com o amor. Na Europa, nomes como Charles Baudelaire, o poeta, e Lord Byeron ganharam destaque.

Nos Estados Unidos ficou a cargo de Edgar Allan Poe, através de contos, poemas e romances, representar o estilo. No Brasil, por fim, além de Álvares de Azevedo, Augusto dos Anjos e Alphonsus de Guimarães compreendem a literatura gótica como poucos.

Principais obras da literatura gótica

  • O Retrato de Dorian Gray (1890);
  • Eu e Outras Poesias (1912);
  • Lira dos Vinte Anos (1853);
  • O Corvo (1845);
  • As Flores do Mal (1857);

Referências

História da literatura brasileira: Das origens ao romantismo Livro – Massaud Moisés

Mateus Bunde
Por Mateus Bunde

Graduado em Jornalismo pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Especialista em Linguagens pelo Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IFSul) e Mestrando em Comunicação pela Universidade do Porto, de Portugal (UP/PT).

Como referenciar este conteúdo

Bunde, Mateus. Literatura Gótica. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/literatura/literatura-gotica. Acesso em: 19 de April de 2024.

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01. [ENEM]

Soneto

Já da morte o palor me cobre o rosto,
Nos lábios meus o alento desfalece,
Surda agonia o coração fenece,
E devora meu ser mortal desgosto!
Do leito embalde no macio encosto
Tento o sono reter!… já esmorece
O corpo exausto que o repouso esquece…
Eis o estado em que a mágoa me tem posto!

O adeus, o teu adeus, minha saudade,
Fazem que insano do viver me prive
E tenha os olhos meus na escuridade.

Dá-me a esperança com que o ser mantive!
Volve ao amante os olhos por piedade,
Olhos por quem viveu quem já não vive!

(AZEVEDO, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000)

O núcleo temático do soneto citado é típico da segunda geração romântica, porém configura um lirismo que o projeta para além desse momento específico. O fundamento desse lirismo é

a) a angústia alimentada pela constatação da irreversibilidade da morte.
b) a melancolia que frustra a possibilidade de reação diante da perda.
c) o descontrole das emoções provocado pela autopiedade.
d) o desejo de morrer como alívio para a desilusão amorosa.
e) o gosto pela escuridão como solução para o sofrimento.

 

02. [PUC]

Sombras do vale, noites da montanha
Que minh’alma cantou e amava tanto,
Protegei o meu corpo abandonado,
E no silêncio derramai-lhe canto!

Mas quando preludia ave d’aurora
E quando à meia-noite o céu repousa,
Arvoredos do bosque, abri os ramos…
Deixai a lua prantear-me a lousa!

O que dominantemente aflora nos versos acima e caracteriza o poeta Álvares de Azevedo como ultrarromântico é

a) a devoção pela noite e por ambientes lúgubres e sombrios.

b) o sentimento de autodestruição e a valorização da natureza tropical.

c) o acentuado pessimismo e a valorização da religiosidade mística.

d) o sentimento byroniano de tom elegíaco e humorístico-satânico.

e) o sonho adolescente e a supervalorização da vida.

01. [B]

02. [A]

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