João Cabral de Melo Neto

João Cabral de Melo Neto foi um notório poema, diplomata e escritor brasileiro, e notabilizado pela obra Morte e Vida Severina.

João Cabral de Melo Neto foi um conhecido escritor, poeta e diplomata brasileiro. Era tido como um “poeta engenheiro”, apelidado, sobretudo, após integrar a terceira geração modernista brasileira – a famosa Geração de 45.

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Nesta famosa geração, os autores preocupavam-se mais com a forma, a palavra e a sintaxe, sem abrir mão do lado sensível da poesia. João Cabral de Melo Neto se destacou por sua forma equilibrada de escrever, dotado de um racionalismo em seu rigor estético.

Sua grande obra, sem dúvidas, foi Morte e Vida Severina, em que a consagração o imortalizou como autor. Traduzido em diversas línguas, seu Magnum Opus e outras obras foram levados para todo o mundo.

joão cabral de melo neto
(Imagem: Reprodução)

Biografia do autor

Nascido na capital Recife, o pernambucano João Cabral de Melo Neto veio ao mundo no dia 6 de janeiro do ano de 1920. Primo de Manuel Bandeira e Gilberto Freyre, o autor teve uma infância e adolescência de transição.

Perambulando por cidades do interior pernambucano, muda-se, aos 22 anos, para a cidade do Rio de Janeiro. Lá publica sua primeira obra, “Pedra do Sono”.

Aos 25 anos, ele começa sua atuação no serviço público estatal como empregado do DASP (Departamento de Administração do Serviço Público). No mesmo ano presta concurso para as Relações Exteriores, tornando-se diplomata no país.

Depois de residir em diversos países, João Cabral integra o posto como cônsul-geral na cidade do Porto, em Portugal, no ano de 1984. Permanece no cargo por apenas três anos, até que retorna para o Rio de Janeiro e viver com a família.

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Em 1990 aposenta-se do ofício como diplomata, e, logo depois é acometido com uma cegueira. A enfermidade o leva ater uma forte depressão.

Menos de 10 anos depois, mais especificamente no dia 9 de outubro de 1999, o autor morre no Rio de Janeiro, aos 79 anos.

Características de João Cabral de Melo Neto

De forma bastante direta, João Cabral de Melo Neto constrói uma poesia não-lírica. Há uma prisão relacionada à realidade, além de ser dirigida ao intelecto e não-confessional. Dessa maneira, em sua obra, João Cabral de Melo Neto terá as seguintes características:

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  • Metalinguagem do fazer poético como uma constante;
  • Concretismo forte no trato com a linguagem;
  • Busca de um verso sintético, resumido, objetivo e rápido;
  • Uma boa aliança de Ferreira Gullar e musicalidade de Leminski;
  • Fortes referências da poesia marginal;

Referências

História da literatura brasileira: Das origens ao romantismo Livro – Massaud Moisés

Mateus Bunde
Por Mateus Bunde

Graduado em Jornalismo pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Especialista em Linguagens pelo Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IFSul) e Mestrando em Comunicação pela Universidade do Porto, de Portugal (UP/PT).

Como referenciar este conteúdo

Bunde, Mateus. João Cabral de Melo Neto. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/literatura/joao-cabral-de-melo-neto. Acesso em: 29 de March de 2024.

Exercícios resolvidos

1. [UEL]

Morte e vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, identifica-se como:

a) uma obra que, refletindo inovações e experimentações linguísticas do autor, torna tênues as barreiras entre a prosa e poesia.

b) um auto que explora a temática do nascimento como signo do ressurgir da esperança.

c) um auto de Natal que rememora a visita dos reis Magos e pastores ao Deus Menino.

d) um poema que encerra uma síntese das propostas vanguardistas contidas na obra geral do autor.

e) um conto cujo interesse se centraliza na preocupação do autor como problema da seca no Nordeste.

Resposta: B

2. [UEPA]

“(…) Chega mais perto e contempla as

[palavras.

Cada uma tem mil faces secretas sob a face

[neutra

E te pergunta, sem interesse pela resposta,

Pobre ou terrível, que lhe deres:

Trouxeste a chave? (…)”

                            Carlos Drummond de Andrade.

                                                 Procura da Poesia

“(…) E as vinte palavras recolhidas

Nas águas salgadas do poeta

E de que se servirá o poeta

Na sua máquina útil.

Vinte palavras sempre as mesmas

De que conhece o funcionamento

A evaporação, a densidade

Menor que a do ar.”

                           João Cabral de Melo Neto.

                                               A lição de Poesia.

As estrofes destacadas revelam que, para Drummond e João Cabral, a criação poética centra-se no (a):

a) tratamento estético dado à matéria-prima da poesia: a palavra.

b) inspiração.

c) nos aspectos formais do poema: metro, ritmo, rima…

d) na desmontagem da palavra, ao gosto dos concretistas.

e) na dissociação entre significante e significado.

Resposta: A

3. [ENEM]

Leia o que disse João Cabral de Melo Neto, poeta pernambucano, sobre a função de seus textos:

“Falo somente com o que falo: a linguagem enxuta, contato denso; Falo somente do que falo: a vida seca, áspera e clara do sertão; Falo somente por quem falo: o homem sertanejo sobrevivendo na adversidade e na míngua. Falo somente para quem falo: para os que precisam ser alertados para a situação da miséria no Nordeste.”

Para João Cabral de Melo Neto, no texto literário,

a) A linguagem do texto deve refletir o tema, e a fala do autor deve denunciar o fato social para determinados leitores.

b) A linguagem do texto não deve ter relação com o tema, e o autor deve ser imparcial para que seu texto seja lido.

c) O escritor deve saber separar a linguagem do tema e a perspectiva pessoal da perspectiva do leitor.

d) A linguagem pode ser separada do tema, e o escritor deve ser o delator do fato social para todos os leitores.

e) A linguagem está além do tema, e o fato social deve ser a proposta do escritor para convencer o leitor.

Resposta: A

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