Pirâmides do Egito

As Pirâmides do Egito foram construídas há milhares de anos. Além de servirem como túmulo aos faraós, também simbolizavam riqueza e poder.

As pirâmides do Egito são edificações construídas com a função de servir de túmulo para os Grandes Faraós. Portanto, possuem uma simbologia ligada ao poder e à riqueza. Ao longo de todo Egito, podemos encontrar diversas pirâmides registradas, sendo as mais conhecidas: Quéops, Quéfren e Miquerinos, que se encontram localizadas na península de Gizé. As pirâmides, por conta de sua excentricidade, são construções misteriosas e, em função disso, provocam a curiosidade de todos. Nesta matéria, entenda mais sobre sua função, construção e outras particularidades.

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A História das Pirâmides do Egito

Como dissemos anteriormente, as pirâmides foram construídas para servir de túmulos aos antigos faraós, seus familiares e todos aqueles próximos ao que seria sua corte.

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A sua relevância política e religiosa logo pode ser percebida, ao considerarmos a grandiosidade e o luxo dessas edificações e, consequentemente, as pessoas que ali eram sepultadas. O faraó, para além de seu significado politico de liderança, no Antigo Egito, também era considerado filho de algum deus do panteão egípcio, ou mesmo comparado a alguma divindade. Portanto, esses túmulos acabavam por representar todo o poder político, religioso e divinatório. É por meio disso que se justifica todo o esplendor das pirâmides.

No ano de 2008, ocorreu uma das últimas descobertas de pirâmides por arqueólogos e sua construção poderia datar de 4.300 anos atrás. Conforme os estudos, essa piramide foi construída para abarcar os restos mortais da mãe do faraó, Teti, que iniciou a 6ª dinastia do Antigo Egito.

Contexto histórico

A construção das pirâmides se deu durante um período de prosperidade do Egito Antigo, decorrente de seu status como uma grande civilização, rica e poderosa. O período que representa o auge das construções é por volta da terceira e sexta dinastia, nas proximidades do ano de 2325 a.C., mas suas edificações tiveram início no Antigo Império (entre 2686 a 2181 a.C.) e se estenderam até o século IV d.C.

No período citado, o Egito experimentava uma estabilidade política e econômica. Ao mesmo tempo, os faraós acreditavam que sua existência se tratava de algo divino escolhida para funcionar como uma ponte entre deuses e homens. Em consequência disso, quando acontecia a morte física do Faraó, os egípcios acreditavam que seu espírito, chamado de Ka, permaneceria no corpo e precisava receber cuidados especiais. A partir daí ocorria o processo de mumificação.

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Durante todo o processo de mumificação, que era realizado de maneira ritualística, o corpo do faraó passava por tratamento cuidadoso de óleos e era envolvido em faixas, objetivando a preservação desse corpo com o passar do tempo. Alguns órgãos, como era o caso do intestino e do fígado, eram extraídos do corpo e recolocados em urnas, guardadas dentro de seu sarcófago.

Após esse processo, o faraó era enterrado com tudo o que poderia precisar após sua morte e também seus pertences: tesouros, alimentos e até mesmo sua mobília. Seus familiares, funcionários e sacerdotes eram sepultados junto ao faraó, pois, quando ele retornasse, deveria encontrar todas as suas posses e todos aqueles que lhe eram importantes.

Como foram construídas?

A respeito desta questão, não á conformidade ou certezas. Entretanto, descobertas arqueológicas, decorrentes de estudos realizados por cientistas da Universidade de Liverpool e do Instituto Francês de Arqueologia Oriental, afirmam que existia uma construção parecida com um trenós de madeira que eram puxados por cordas e assim auxiliavam no transporte dos grandes blocos de pedra. Essa engenhoca funcionada como sistema de transporte e consistia em troncos de madeira, com alavancas e uma prancha inclinada, puxados por cordas.

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Para construir as três pirâmides de Gizé, conjectura-se que foram necessários mais de 30 mil egípcios que trabalharam nessas construções por mais de 20 anos. Ao passar de três meses, era realizada uma troca de homens, pois a função era exaustiva e sua função era desempenhada tanto no corte quanto no transporte das pedras. Entretanto, além dos trabalhadores braçais, eram necessários arquitetos, médicos, padeiros e cervejeiros, para auxiliar na construção e também especula-se que os homens eram pagos em cerveja e pão por seus serviços.

Ademais, claramente não existiam betoneiras, tratores, caminhões, guindastes há cerca de 4.500 anos. Todavia o Egito Antigo contava com bons e avançados estudos matemáticos e arquitetos, assim como ferramentas e engenhocas para extração e corte das rochas e imensa quantidade de mão de obra exploratória.

Por que surgiram e para que serviam as pirâmides?

Como vimos, as piramides foram edificações que visavam funcionar como túmulos e tinham, por obrigação, guardar o corpo do faraó após sua mumificado, bem como seus objetos e pertences pessoais, de furtos ou qualquer invasão.

Além disso, a crença dos egípcios fala muito mais sobre o pós morte do que da vida. Dessa maneira, por acreditarem numa continuidade da vida mesmo após a morte terrena, era importante a preservação do corpo, a fim de que recebesse adequadamente sua alma.

Desse modo, as pirâmides serviam para guardar o corpo mumificado do Faraó e também de todos aqueles que o cercavam, bem como suas riquezas.

Quais as primeiras pirâmides?

Até 2950 a.C., o que seria o começo da Primeira Dinastia, as tumbas funerárias eram entalhadas na rocha ou empilhadas no que se denomina como Mastabas. As Mastabas possuíam formato piramidal, mas se assemelhavam mais com quadrados empilhados um em cima do outro e, em função destas limitações, não possuíam altura.

A primeira pirâmide, de fato, baseou-se no modelo da mastaba e evoluiu. Ela foi construída cerca do ano 2630 a.C., pelo faraó da Terceira Dinastia, Djoser.

Considerando que os mais diversos mitos falam sobre a construção de edificações agudas, a fim de aproximar-se dos deuses, os egípcios não foram diferentes. A escolha do formato em pirâmide pretende facilitar a ascensão do faraó aos céus, local este que seria acolhido por Rá, sendo esta a mais importante e poderosa divindade da mitologia egípcia.

A pirâmide de Djoser possuía seis degraus de pedra e totalizava 62 metros de altura. Este tornou-se o túmulo mais alto do periodo e ditou o parâmetro dos sepultamentos faraônicos. Fora envolta de santuários e templos para fins de que Djoser aproveitasse seu pós vida.

Além de Djoser, Sneferu também viveu tempo suficiente para que organizasse sua própria pirâmide-túmulo. E como esta era também uma questão de status, sua construção possuía as mesmas dimensões da de Djoser. Sneferu viveu entre os anos de 2631 a.C. e 2589 a.C.

As Pirâmides de Gizé

As piramides de Gizé são consideradas até hoje como um dos complexos estruturais mais engenhosos quando se fala em arquitetura e história. E dada sua complexidade, as pirâmides do Egito são rodeadas pelo mistério. Não se tem certezas a respeito do seu método de construção e por conta disso, há especulações diversas, chegondo até mesmo aos extraterrestres.

Há 138 pirâmides descobertas e catalogadas no Egito, mas sem dúvida as mais conhecidas compõe o complexo de Gizé. Elas estão localizadas na região de Gizé e foram erguidas entre os anos de 3200 a.C. – 2300 a.C. As pirâmides de Gizé são um conjunto de três pirâmides construídas com blocos de rocha e de granito.

Assim como as outras, essas pirâmides também eram edificações funerárias e ali guardaram os restos mumificados de seus antigos faraós, incluindo seus bens pessoais e riquezas.

Ao visualizar o interior das pirâmides, era possível encontrar grandes galerias e corredores e também as câmaras funerárias. Nesses espaços, guardavam-se os corpos e tesouros. Nas pirâmides de Gizé, foi possível localizar uma câmara funerária para o Faraó, outra para a rainha e uma terceira câmara subterrâneas.

As pirâmides foram vitimas de várias invasões posteriores e muito do seu interior foi roubado, já que haviam muitos tesouros. Muitas pirâmides possuíam inclusive armadilhas para capturar invasores, o que acabou agregando a elas mais mistérios pois se acreditava em maldições dos Faraós.

A Pirâmide de Quéops

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A pirâmide de Quéops possui 230 metros de largura e uma altura de 174 metros, configurando-se como a maior construção funerária. Ao lado dela, outras três pirâmides menores foram construídas, alinhadas ao túmulo de Quéops. Nelas, foram sepultadas as rainhas. Há também uma tumba com o sarcófago da mãe de Quéops, a rainha Hetepherés, assim como mastabas que acolhem os funcionários reais. A pirâmide de Quéops possui em sua construção, cerca de 2,3 milhões de blocos de pedra, pesando cerca de 2,5 a 60 toneladas cada um. Para sua construção, o trabalho teria levado pelo menos 20 anos e precisou da força de 100 mil homens.

A Pirâmide de Quéfren

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Já a segunda maior pirâmide localizada em Gizé, foi construída pra resguardar o corpo do faraó Quéfren e possui 143 metros de altura. Quefrén era o filho do faraó Queóps e, como sinal de respeito ao pai, sua pirâmide foi construída com 10 metros a menos. Posicionada ao lado dela, encontra-se a Esfinge de Gizé, conhecida como a maior Esfinge da antiguidade, com 200 metros de comprimento e 74 de altura.

A Pirâmide de Miquerinos

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Já a menor pirâmide do grupo, foi construída para abrigar o corpo de Miquerinos, filho de Quéfren e neto de Queóps, que teria reinado entre os anos de 2532 e 2503 a.C.. Miquerinos possui 65 metros de altura e uma base de 105 metros.

Vale ressaltar que, conforme o poder e a riqueza dos reis do Egito diminuía, as construções e suas proporções também acompanhavam o processo. Por volta da quinta e sexta dinastias, as construções se tornaram ainda menores. É possível verificar no túmulo de Unas, que viveu entre 2375 e 2345 a.C., pinturas que narram sobre os acontecimentos de seu reinado. É por meio destas pinturas que se verificam composições que auxiliam na compreensão do que seria o Antigo Egito. Pepi II figura como o último grande faraó construtor e posterior a sua morte, o Egito colapsou, foi interrompida a construção de pirâmides que só foi retomada na 12ª dinastia, mas tendo perdido a grandiosidade anterior.

Curiosidades sobre as Pirâmides do Egito

  • A pirâmide de Quéops figurou como o prédio mais alto do mundo até o século XIV, perdendo para a construção da Catedral de Lincoln, na Inglaterra.
  • A expressão “obra faraônica” provém das grandes construções no Egito Antigo e está relacionada ao tamanho das edificações.
  • As últimas grandes pirâmides foram edificadas na VI dinastia. Após isso foram construídas apenas pirâmides pequenas.
  • A população mais humildes também queria experimentar a glória do faraó. Em função disso, no ano de 2010, pesquisadores localizaram uma vala com 400 corpos de pessoas desnutridas, perto de uma das pirâmides.
  • Em função dos inúmeros saques realizados no período de decadência do reino egípcio, os últimos faraós esconderam suas tumbas em colinas e penhascos.

Atualmente, as pirâmides são as principais atrações turísticas do Egito e podem ser visitadas no Cairo. Ao longo dos passeios, é possível entrar nas pirâmides e conhecer seu interior, mas a escalada é proibida.

Vamos conhecer mais sobre as pirâmides?

Nos vídeos a seguir,conheça pouco mais sobre as pirâmides, procurando visualizá-las e compreender sua história.

Como se constrói uma pirâmide?

De maneira leve e descontraída, Atila Iamarindo apresenta informações como como se deu a construção das pirâmides, não apenas no Egito, mas também as pirâmides de outros lugares.

Conhece o interior das pirâmides egípcias

Neste vídeo, podemos ver como é a pirâmide por dentro e por fora, de forma descontraída. Dessa forma, conseguimos compreender melhor as informações que abordamos ao longo desta matéria.

Nesta matéria tratamos sobre as Piramides do Egito. Nela, vimos como as piramides foram conhecidas, sua importância histórica e seus usos. Como observamos, os egípcios valorizam muito as questões religiosas. Saiba mais sobre as divindades egipcias.

Referências

O Egito secreto (2002) – Paul Brunton.
Pirâmide: o espaço tumular egípcio como reorganização cósmica (2012) – Carlos Luciano Silva Coutinho.
A matemática no Egito Antigo (2010) – Vinicius Carvalho Beck.

Ana Carolina Paes
Por Ana Carolina Paes

Mestranda do Programa de Pós Graduação em História (PPH-UEM). Graduada em Licenciatura em História (UEM) e Especialista em História das Religiões (UCAM).

Como referenciar este conteúdo

Paes, Ana Carolina. Pirâmides do Egito. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/historia/piramides-egito. Acesso em: 28 de March de 2024.

Exercícios resolvidos

1. [(UFT TO/2014)]

A construção das pirâmides do Egito antigo ainda está envolta em mistérios e curiosidades, sendo fonte de estudos na História, na Engenharia, na Matemática e na Arte.

O processo de construção das pirâmides caracteriza-se pela:

a) despreocupação em edificar um templo duradouro.

b) arquitetura dissociada de funções de ordem funerária.

c) grandiosidade em suas dimensões e em uma estrutura sólida.

d) aplicação de diversos materiais como a madeira e o estanho.

e) utilização de tijolos de argila na edificação de suas paredes internas.

c) grandiosidade em suas dimensões e em uma estrutura sólida.

Como vimos na matéria, as piramides era edificações funerárias que abarcavam todas as posses do faraó. Portanto, estava ligado a elas a ideia de grandiosidades e a importância em sua solidez, pois acreditava-se que o faraó retornaria a vida e, desta maneira, a piramide deveria resistir ao tempo que fosse necessário.

2.

Leia o trecho abaixo:

“[…] Em todo o caso, elas preservariam o seu corpo sagrado da decomposição. Pois os egípcios acreditavam que o corpo tinha que ser preservado a fim de que a alma pudesse continuar vivendo no além. Por isso impediam a desintegração do cadáver, graças a um elaborado método de embalsamar e enfaixar em tiras de pano.” (GOMBRICH, E.H. A História da Arte. 16ª edição. Trad. Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: LTC, 1999. p. 55.)

O texto acima diz respeito a um complexo de monumentos bastante imponente e importante para a civilização egípcia. Trata-se:

a) da Biblioteca de Alexandria

b) do Taj Mahal

c) das grandes pirâmides do Vale de Gizé.

d) o templo da rainha Vasti

e) o Mausoléu de Helicarnasso.

c) das grandes pirâmides do Vale de Gizé.

O trecho de Gombrich diz respeito ao complexo de pirâmides do Vale de Gizé, no Egito, situado próximo à cidade do Cairo. O destaque é dado às três maiores pirâmides: Quéfren, Qéops e Miquerinos. É interessante notar que, além de mausoléus, as três grandes pirâmides também testemunham a grande capacidade de observação astronômica dos antigos egípcios, pois, quando vistas de cima, elas fazem um alinhamento perfeito com o “cinturão de Orion”, isto é, com as três principais estrelas da constelação de Orion.

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