Nova ordem mundial

Com o fim da bipolaridade geopolítica mundial teve início uma nova configuração.

Desde o término da Segunda Guerra Mundial até o momento da queda do muro de Berlim, no ano de 1989, com a consequente dissolução da União Soviética (1991), a ordem geopolítica mundial era dominada por duas grandes potências: os Estados Unidos e a União Soviética (URSS).

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Ilustração: Getty Images
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No período da Guerra Fria, liderada por ambos (EUA e URSS), os outros países do mundo direcionaram seus investimentos para atividades econômicas, se desenvolvendo tecnologicamente.

A Guerra Fria “não implicava um conflito direto e armado entre o bloco soviético e o bloco então liderado pelos Estados Unidos, mas uma disputa de influencias em todos os lugares do mundo e, principalmente, uma medida de forças entre as capacidades tecnológicas e militares das suas superpotências, EUA e URSS.” (CARVALHO, 2006, p. 154-155)

Nesta corrida por ascensão militar, ambos construíram imensos arsenais de armamentos pesados, inclusive com armas nucleares. Na década de 1980, começam a ocorrer transformações na URRS, repercutindo por todos os países socialistas da Europa. As tensões se perpetuaram até a queda do muro de Berlim, quando a URSS foi dissolvida.

1. Transformações na geopolítica mundial

Com as transformações ocorridas na antiga URSS, a bipolaridade da geopolítica mundial também se dissolveu, dando espaço para uma nova configuração das questões políticas e econômicas mundiais.

Neste novo contexto, formava-se uma tríade do poder mundial: Estados Unidos, na liderança do Bloco Americano; União Europeia, liderada pela Alemanha e o Japão, sendo liderança econômica no leste asiático. Nos anos 2000, porém, os Estados Unidos se mostram contrários à ideia da tríade, buscando a consolidação de um “mundo unipolar”, ao invés de um mundo “multipolar”. A intenção dos Estados Unidos era de ser concretizada como nação mais poderosa na geopolítica mundial, apesar do crescente desenvolvimento de muitos outros países.

Dentre os países que despontaram como grandes potências, reformulando a ordem geopolítica global, estão a Alemanha e o Japão. No começo do século XXI, a China também se destaca como potência econômica, enquanto os Estados Unidos viu-se diante de uma crise e instabilidade financeira, a qual levantou questões sobre sua condição de potência. As relações comerciais entre os países são desenvolvidas continuamente, e novas parcerias são estabelecidas (e outras são desfeitas). O que se percebe hoje é o fenômeno que se convencionou chamar de globalização. Há um jogo de interesses que permeia estas novas relações entre os países, em uma busca pelo desenvolvimento. Estas relações se estabelecem em forma de redes.

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Ilustração: Reprodução
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A imagem acima demonstra as redes que se estabelecem para produção e exportação de automóveis. Assim, diversos países tiveram ascensão significativa diante do contexto econômico mundial, mas algumas coisas ficaram impregnadas na mentalidade e nos costumes das pessoas, que continuam referenciando os Estados Unidos como a grande potência superior aos demais países. Um exemplo disso é o modo de vida americano, “american way of life”, difundido em diversos lugares do mundo. O modo de vida americano supostamente mostra a qualidade de vida, especialmente sobre as possibilidades de consumo. Na época da Guerra Fria, a ideia do american way of life foi utilizada pelas mídias para destacar a superioridade dos Estados Unidos em relação à União Soviética. Até hoje a ideia representa progresso, liberdade, ascensão social e financeira. Outra questão é a influência que os Estados Unidos ainda têm diante das decisões mundiais, devido à sua representatividade junto a ONU (Organização das Nações Unidas), bem como ao FMI, a OMC e o Banco Mundial.

Neste novo contexto da geopolítica mundial, alguns países se destacam, como é o caso da Rússia.

“A Rússia está fortalecida economicamente com as exportações de petróleo e busca um papel mais atuante no cenário político-militar internacional.” (LUCCI, 2012, p. 28)

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Da mesma forma, a China tem vivenciado uma forte expansão comercial. Os chineses desempenham importante papel na geopolítica mundial, sendo considerados como potenciais competidores dos Estados Unidos. A China mantem importantes relações comerciais também com o Brasil.

“Os chineses demandam do Brasil um largo número de commodities, enquanto o país importa dos parceiros orientais especialmente máquinas e equipamentos.” (LUCCI, 2012, p. 29)

Alguns países considerados como “terceiro mundo” também têm vivenciado expansões comerciais e firmado relações com outros países mais desenvolvidos, assim, expandido e modificando o conceito da geopolítica mundial que se tinha até algum tempo. São estas transformações que têm constituído a Nova Ordem Mundial. Como as relações estão deixando de ser específicas a poucos países, criando redes de relacionamento mundiais, é possível se pensar em uma “desordem”, ao invés de uma nova ordem mundial.

Referências

CARVALHO, Marcos Bernardino de. Geografias do mundo. São Paulo: FTD, 2006.
LUCCI, Elian Alabi (Org.). Território e Sociedade: Geografia. Ensino Médio. V. 02. São Paulo: Saraiva, 2010.
LUCCI, Elian Alabi (Org.) Geografia: homem e espaço. 9º ano. 25ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2012.

Luana Caroline
Por Luana Caroline

Mestre em Geografia (UNIOESTE); Licenciada em Geografia (UNIOESTE), Especialista em Neuropedagogia (ALFA-UMUARAMA) e Educação Profissional e Tecnológica (FACULDADE SÃO BRAZ).

Como referenciar este conteúdo

Künast Polon, Luana Caroline. Nova ordem mundial. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/geografia/nova-ordem-mundial. Acesso em: 29 de March de 2024.

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1. [UFJF/2003] Com o fim do mundo bipolar, esperava-se que a nova ordem mundial fosse criadora de maior riqueza e geradora da paz. Isso não ocorreu. A nova ordem, entre outros elementos, pode ser caracterizada:

a) pela geografia da igualdade, destruindo zonas de exclusão, marginalização e miséria através das campanhas de ajuda humanitária.
b) pela multiplicação de fronteiras, surgindo nacionalismos excludentes que têm provocado conflitos armados instigados pelos interesses das grandes potências.
c) pela liberdade de mercado, incrementando a economia dos países subdesenvolvidos com o fim dos subsídios praticados pelos países europeus e norte-americanos.
d) pela revitalização e ampliação da OTAN como instrumento para a promoção da paz, deixando de ser o braço armado dos países desenvolvidos que submetiam os países do sul.
e) pelos centros de decisão, G7, FMI, BM, OMC, entre outros, que financiam programas políticos e militares para a geração de tecnologia, respeitando os marcos territoriais.

1. [B]

Muito embora houve uma descentralização do poder mundial, novas fronteiras foram criadas, aumentando a competitividade entre mais nações, gerando conflitos armados.

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